São quase 20 anos
levantando a bandeira do Death Metal, talvez o gênero mais prolífico em termos
de qualidade no underground brasileiro. Oriundo de um estado fortíssimo do
estilo, o Rio Grande do Sul (São Leopoldo), o In Torment tira de letra essa
responsabilidade e isso fica provado em seu mais recente trabalho ““Sphere of
Metaphysical Incarnations” (2014). Após 1 ano de seu último lançamento, o Arte
Metal conversou com Alex Zucchi, um dos fundadores da banda, que ao lado de Alexandre
Graessler e Rafael Giovanoli (guitarras), Bruno Fogaça (baixo) e Cássio Canto
(bateria), mantém a chama da brutalidade acesa.
Antes
de falarmos do mais recente trabalho, “Sphere of Metaphysical Incarnations”
(2014), vamos falar do In Torment em si. São quase 20 anos de carreira. Como
encontra-se o In Torment hoje e o que vocês enxergam quando olham pra trás e
vêem o que têm construído até então?
Alex Zuchi:
O IN TORMENT encontra-se num momento muito bom. O novo álbum tem recebido grandes
reviews ao redor do mundo. Acabamos de voltar de nossa segunda turnê europeia.
Além disso, a nova formação encontra-se coesa e pronta para dar sequência nos
processos de divulgação do álbum e composição do material novo. Quando olho
para trás, vejo que seguimos um caminho de evolução muito lento no início de
nossa trajetória, porém acredito que a banda conseguirá deixar um legado de
bons álbuns e muita dedicação dentro da cena underground nacional.
O
novo álbum é o resultado de tudo isso?
Alex
Zuchi: O novo álbum é o resultado de um somatório de
fatores. Com o tempo nos tornamos músicos melhores e mais aptos a traduzir
ideias em sons. Conseguimos também, ao longo do tempo, encontrar a sonoridade
do IN TORMENT. As mudanças na formação também contribuíram para a evolução da
banda.
E o que mudou em termos de
metodologia na hora de compor “Sphere of Metaphysical Incarnations”? Aliás,
conte-nos como foi este processo.
Alex Zuchi:
O processo de composição é o mesmo desde o início da banda. São compostos riffs, principalmente pelos guitarristas
e baixista, e esse riffs são levados
para os ensaios. Todas as músicas são montadas com a participação de todos. É
um processo bastante democrático no qual todas as opiniões são consideradas. No
IN TORMENT todos os integrantes da banda são convidados e incentivados a
compor. Acredito que essa liberdade de composição se traduza num som mais rico
e diversificado.
Que
diferença vocês vêem entre o novo trabalho e os dois full-lenghts anteriores
(“Diabolical Mutilation of Tormented Souls” de 2006 e “Paradoxical Visions of
Emptiness” 2011)?
Alex
Zuchi: Comparando os álbuns fica nítida a evolução no
processo de composição e na execução das músicas. Hoje, a sonoridade do IN
TORMENT é muito mais original do que no passado. Com o passar do tempo paramos
de avaliar o que as outras bandas fazem e passamos a nos focar somente em
nossas ideias. A inspiração está em nós mesmos e não nas bandas estabelecidas.
Aliás,
por que um intervalo relativamente longo entre estes lançamentos?
Alex
Zuchi: A verdade precisa ser dita: somos muito enrolados
para compor e, ao mesmo tempo, somos os nossos maiores críticos. Portanto, para
que aprovemos uma música todos precisam estar confortáveis com a composição.
Voltando
a “Sphere of Metaphysical Incarnations”, qual o conceito por trás do álbum?
Alex
Zuchi: “Sphere...” é um álbum conceitual que descreve o
nascimento de um novo Deus, encarnado por uma esfera de poder. A carne é a
passagem, as almas a energia e a divindade representada pelo cosmos é o catalisador
da transformação. A esfera capta a essência de cada transição humana (separação
do corpo físico, morto, da essência espiritual, imortal). E a esfera cresce
pelo fluxo contínuo da ascendência dessa energia espiritual tornando-se um
organismo vivo. E por fim, a configuração de todos os universos. O derradeiro
deus.
O
álbum é intenso do início ao fim. Claro que o Death Metal é um estilo intenso,
mas parece que o trabalho recebe uma dose extra disso. Esta foi a intenção da
banda ou isso fluiu naturalmente?
Alex
Zuchi: Discordo da questão da intensidade do álbum ser
continua. “Sphere of Metaphysical Incarnations” possui uma grande variedade de
andamentos ao longo das músicas. Com certeza algumas são intensas como The Extinction Process, porém a faixa
título é a música mais lenta que escrevemos até hoje. Nossa intenção foi a de
criar músicas distintas, com tempos completamente diversos. Cada música é
diferente da outra. Acredito que isso tornou o álbum interessante de ser
ouvido.
O
In Torment consegue destilar muita técnica sem soar exacerbado, burocrático.
Qual seria a fórmula para isso?
Alex
Zuchi: Não temos uma fórmula pré-estabelecida. Apenas
tocamos o que gostaríamos de ouvir em uma banda de Death Metal. Acreditamos que
incluir partes mais intrincadas com outras mais simples torne a audição
interessante para o ouvinte, assim como se torna interessante tocar essas
músicas. Também achamos importante que todos os integrantes tenham a
oportunidade de destaque durante os sons.
A
produção do disco ficou a cargo de Sebastian Carsin no Hurricane Studio. Por
que optaram e como foi trabalhar com ele?
Alex
Zuchi: Consideramos o Seba o sexto integrante da banda.
Ele conhece a fundo a sonoridade do IN TORMENT e sabe como atingir o melhor,
tecnicamente falando. Além disso, é um grande amigo, o qual temos grande
respeito. Todos os álbuns foram gravados com ele e não vemos razões para mudar
isso no futuro.
O
álbum também conta com a participação de Renato Osório (Hibria). Como surgiu
essa parceria e como foi trabalhar com Renato em “Sphere of Metaphysical
Incarnations”?
Alex
Zuchi: O Renato Osório, além de ser um grande músico, é
professor de guitarra e um cara muito bacana. Foi um dos nossos guitarristas
que o convidou e ficamos felizes com o fato de ele ter aceitado participar do
álbum. Acredito que o solo, que possui uma pegada bem Hard Rock, tornou o álbum
ainda mais diverso e interessante. A Hibria, por sua vez, é uma das melhores
bandas de Metal do Brasil e ficamos extremamente felizes com o fato de que eles
estão tendo o merecido reconhecimento.
Faz
quase 1 ano que “Sphere of Metaphysical Incarnations” foi lançado. Qual foi a
repercussão do trabalho até então e como vocês o vêem hoje em dia?
Alex
Zuchi: A repercussão ao álbum tem sido excelente e muito
mais positiva do que achávamos que seria. Praticamente 100% das resenhas têm
falado coisas favoráveis sobre o álbum, o que nos enche de confiança para os
próximos trabalhos. Olhando em retrospectiva, acho o “Sphere” o nosso melhor
álbum até o momento. Acreditamos, porém, que podemos escrever um material ainda
mais certeiro do que este. O álbum definitivo do IN TORMENT ainda está por vir.
Muito
obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos leitores do blog e
acrescentar a informação que quiserem.
Alex
Zuchi: Muito obrigado pela entrevista e pela oportunidade
de divulgar o IN TORMENT. Aqueles que quiseram obter informações mais
detalhadas sobre a banda enviem um e-mail para alexzuchi@hotmail.com.
Vocês também podem checar nossa página no Facebook (www.facebook.com/intormentbr).
Stay fucking brutal.
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