Liderada pelo vocalista
e guitarrista Wally (ex-CPM22), a banda Astafix superou a perda de um
integrante mais do que importante com seu novo álbum “Internal Saboteur”
(2015). Afinal, o guitarrista Paulo Schröeber faleceu durante as gravações, e o
grupo teve que dar seus pulos. Em um misto de fúria e emoção, Wally juntamente
com Ayka (baixo) e Thiago Caurio (bateria) recrutaram o guitarrista Cássio Vianna
e soltaram um disco e tanto, que une Thrash e Groove Metal. Wally conversou com
o Arte Metal e falou sobre tudo que envolveu esse trabalho e o futuro da banda.
“End
Ever” foi lançado em 2009 e o DVD “Live In São Paulo” em 2011. Foram quatro
anos desde o último trabalho e seis desde o debut. Até que ponto a passagem de
Paulo Schroeber influenciou neste hiato? Enfim, em qual ‘pé’ andava a concepção
geral de “Internal Saboteur” até o falecimento do guitarrista?
Wally:
Nós queríamos muito gravar esse disco com o Paulo e voltarmos pra estrada com
ele, estávamos esperando ele melhorar pra gravar esse álbum, já estávamos
compondo desde 2011 juntos, inclusive tentamos gravar em 2011, mas o Paulo
acabou ficando meio mal nessa época, lembro que foi logo apos voltarmos de
alguns shows na Argentina, ele me falou pra gente dar um tempo, e tentar gravar
em 2012, mas não rolou tambem, e entao nós fizemos a tour na Europa, com o Cássio
Vianna substituindo o Paulo, voltamos da tour e rolou essa pequena pausa em
2013, o Paulo tinha melhorado no fim do ano, e estava bem animado pra
gravarmos, começamos a agendar as datas com o Brendan Duffey (produtor do
album), só que no começo de 2014, ele piorou e acabou não resistindo, só
voltamos a ensaiar e começamos a gravação do Internal Saboteur no final de
2014.
E
como a banda sentiu isso e passou para o novo álbum? O fato fez com que vocês
entrassem com mais gana para finalizar o trabalho?
Wally:
Acho que tudo que a gente passou nesses últimos anos acabou refletindo no álbum,
a energia foi muito forte durante a gravação,
entramos no estúdio com essa vontade de destruir tudo!
“Internal
Saboteur” traz o dobro de peso em relação a “End Ever” que já era um trabalho
pesado. Isso fluiu de forma natural ou foi algo que a banda investiu mesmo na
hora de executar as composições?
Wally:
As
músicas já foram saindo assim, a gente baixou mais ainda a afinação dos
instrumentos, acho que isso ajudou também no resultado final deixando o disco
mais pesado, e também tem bastante raiva, e uma energia alucinante, na execução
e na interpretação das músicas, acho que isso ajudou bastante também.
Ao
mesmo tempo em que há músicas velozes, o disco traz composições mais
cadenciadas que transbordam até climas mais emotivos e reflexivos. Fale-nos um
pouco a respeito disso.
Wally:
Gosto
disso, acho que essa mistura deixa o som do Astafix mais legal, momentos de
pura pancadaria, e outros momentos mais arrastados, mas que soam pesados pra caralho
também. Esse clima já vem na própria música, no próprio riff e você já fica até
mais sintonizado pra escrever a letra, ou você já tem a letra pronta e depois
que aparece a música, você pensa, aquela letra encaixa bem aqui, tem tudo a ver
com o clima que os riffs passam.
Aliás,
essa versatilidade e distinção entre as composições chamam atenção. Até porque
mesmo assim as músicas mantêm a essência da banda. O que podem falar a
respeito?
Wally:
Essa é a parte legal, vamos da música mais rápida para uma música com mais
groove ou mais arrastada, isso sai de forma natural, e acaba sempre soando como
Astafix. Gostamos de transitar entre vários estilos dentro do Metal, e é essa dinâmica
que em minha opinião dá uma cara pra banda.
Uma
das evoluções nítidas é o seu vocal que parece ter criado de vez uma identidade
própria. Este é outro fator que vocês trabalharam ou fluiu naturalmente?
Wally:
Foi rolando naturalmente, quando comecei a gravar os vocais na pré-produção do álbum,
já começou a sair desse jeito, e sentimos que esse era o caminho a seguir.
A
produção, masterização e mixagem ficaram a cargo de Brendan Duffey, que também
tem créditos em 10 faixas do álbum. Qual é a proximidade de Brendan com a banda
e como é trabalhar com ele?
Wally:
O Brendan é um grande amigo meu, o nome dele aparece nos créditos de algumas músicas
que escrevemos a letra em parceria, desde o primeiro disco nós escrevemos
alguma letras juntos. Às vezes eu já chego com a letra pronta, mas
acrescentamos algumas ideias dele, outras vezes chego com um tema, conversamos
sobre ele, e começamos a escrever, tem essa sintonia legal entre a gente, e as
ideias acabam fluindo rapidamente. Quando o Astafix ainda era só um projeto em
2007, ele já estava lá dando uma força, considero ele como um quinto membro da
banda, e trabalhar com ele é sempre muito agradável, e ele sabe extrair o
melhor de cada um durante as gravações.
Falando
agora do substituto do saudoso Paulo Schroeber. Como chegaram e por que
escolheram Cássio Vianna? Como foi e está sendo trabalhar com ele?
Wally:
O Cássio foi aluno do Paulo, ele já tocava com o nosso baterista Thiago Caurio
em outra banda e já era amigo da gente ha muito tempo, então foi meio que
natural, ele já fazia parte da família. Ele fez a turnê na Europa em 2012
substituindo o Paulo, e rolou bem pra caramba o entrosamento com a banda. É um
cara legal, um ótimo guitarrista, e esta sendo um grande prazer trabalhar com
ele.
A
arte gráfica de “Internal Saboteur” ficou por conta de Marcelo Vasco (Slayer,
Machine Head, Soufly). Por que escolheram-no e como foi desenvolvido o
trabalho?
Wally:
Curto muito o trabalho do Marcelo Vasco, e já pensava em fazer essa capa do
novo disco com ele há algum tempo. Eu já tinha o titulo do álbum “Internal
Saboteur”, entramos em contato, vi algumas artes que ele já tinha e por acaso
ali no meio achei uma que combinava com o nome do disco, e gostamos muito,
então ele trabalhou em cima e deixou a arte mais legal ainda.
E
como tem sido a repercussão de “Internal Saboteur” até então? Aliás, o público
headbanger tem aceitado numa boa o fato de Wally ter vindo de uma banda mais
‘comercial’ como o CPM22 ou isso nem influi?
Wally: A repercussão tem sido
muito boa, por parte do público e da crítica especializada. O público do Metal
sabe diferenciar quando o lance é feito de verdade, e entendeu a proposta da
banda, foi muito importante pra mim ter montado o Astafix, e ter voltado às minhas raízes. Muita gente
não sabe, mas quando montei as minhas primeiras bandas com 15, 16 anos, o som
que eu fazia era Thrash Metal, então já vim dessa escola, mas acabei me aventurando
por outros caminhos. Outra curiosidade legal e que poucas pessoas sabem, é que
meu professor de guitarra nessa época foi o Moyses do Krisiun, comecei a tocar
guitarra por causa desse estilo de música, que sempre foi o meu estilo
predileto, sou muito grato pelas pessoas entenderem que eu quis buscar o meu
caminho como músico e fazer aquilo que realmente estava sentindo.
Quais
os planos para o restante do ano de 2015?
Wally:
Voltarmos a tocar, fazer os shows de lançamento do disco, e batalhar para tocar
bastante pelo Brasil, essa é nossa intenção no momento. O primeiro show de
lançamento do álbum será em Caxias do Sul/RS, logo mais deve rolar em São Paulo, vamos gravar dois clipes até o fim do ano também.
Muito
obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos leitores.
Wally:
Obrigado pela força! Um abraço pra todo mundo que curte o Astafix, a gente se vê
nos shows!!!
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