Ás vezes resenhar é uma
coisa bem engraçada. Tem material que você pega e na primeira ouvida já pensa:
‘me ferrei!’. Mas, se deixar levar pela primeira impressão tem 90% de chances
de ser injusto, já que é necessário analisar diversos aspectos de um trabalho e
pensar sempre que a banda investiu algo (seja tempo ou dinheiro) naquilo.
Quando ouvi este
trabalho do Ice Dragon e a introdução da primeira música, torci o nariz
mesmo... Parecia uma baladinha de algum artista da Motow da década de 60. Mas
sabendo que não era essa praia, continuei e de cara não assimilei, não gostei,
quase desisti.
Até que pela segunda
vez, com os ouvidos menos cansados consegui, enfim, assimilar. A banda é
estranha por si só, pois investe em algo entre o Stoner e o Psychodelic Rock,
com direito a sujeira nos timbres, sintetizadores e até theremin. E, apesar de
menos de 10 anos de carreira, a banda já possui 19 (!) trabalhos em diversos
formatos, sendo que full-lenghts chegaram a lançar 3 em um ano – totalizando 11
álbuns completos!
Bom, voltando, o que
temos em mãos é algo criativo sim, interessante, mas que sofre com a produção
que tentou ser datada, mas quase pôs tudo abaixo. Faltou peso e consistência,
essenciais para o estilo. A bateria parece acústica e as guitarras bem magras,
sendo que o baixo salva.
Porém, há composições
de ótima qualidade, arranjos muito bem elaborados e uma pegada clássica muito
interessante. Vide as faixas Maximu Trip
e sua veia Stoner total, a lisérgica Beard
of Thieves e a ótima balada For Once
in My Life. A faixa título estaria facilmente em um álbum do Black Sabbath
representando canções como Solitude
ou Planet Caravan, pois é do mesmo
naipe. Não fosse a produção...
7,0
Vitor
Franceschini
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