Às vezes uma
reformulação, mesmo que forçada, faz bem a uma banda. O Kamala é um destes
casos, já que após uma turnê na Europa, sobrou apenas Raphael Olmos
(vocal/guitarra) que trouxe à banda Estevan Furlan (bateria/vocal) e Allan
Malavasi (baixo) retomando as rédeas do grupo.
Mesmo a banda tendo
três álbuns de qualidade, dois deles muito acima da média (“Fractal” de 2009 e
“The Seven Deadly Chakras” de 2012), “Mantra” eleva e muito a característica da
banda por se tratar de um disco acima de tudo potente, robusto e muito, mas
muito impactante.
Apesar de a essência
Thrash Metal ser mantida, a banda sai do convencional e adiciona uma dose extra
de peso às suas composições, levadas diferenciadas, uma dose bem leve de
‘groove’, além de um flerte fatal com o Death Metal. Tudo soando atual, sem
querer correr demais e muito menos cair de costas no braço do ‘old school’.
Com produção de Guilherme
Malosso (também mixagem e masterização) e Yuri Camargo, a sonoridade atingida
soa atual, mas a musicalidade encontrada se mostra atemporal, tamanha a
versatilidade e sobriedade encontrada nas oito músicas (além da introdução).
Há técnica, com
guitarras cheias de bases excelentes e uma cozinha com pegada, mas em momento
algum a banda sobrepõe isso em cima da energia e agressividade contida no
álbum. O trabalho vocal com guturais versáteis que conta com ‘backings’ também
guturais, mas de timbres diferentes, é outro ponto positivo encontrado em
“Mantra”.
Mantra,
What We Deserve e a brutal Becoming A Stone podem ser o destaque, mas o que mais merece menção
aqui é como a banda consegue fazer um estilo tão explorado, requentado e
cultuado soar interessante, diferente e empolgante, totalmente adaptado aos
tempos atuais sem ser tendencioso. O melhor da banda até então.
9,0
Vitor
Franceschini
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