Para quem vê o jogo de
fora, o Nightwish é mais uma banda que vai sofrer pelo resto da vida da
síndrome de viúva, afinal, sempre terão parte dos fãs que sentirão saudades da
vocalista original Tarja Turunen que deixou a banda em 2005. Agora, após
passagem de Anette Olzon (que ficou entre 2007 e 2012 na banda), a estreia é da
holandesa Floor Jansen (Revamp, ex-After Forever).
O que pega é exatamente
a forma nada eficaz que a voz de Floor foi explorada no disco. Enquanto o líder
e principal compositor da banda Tuomas Holopainen vive seu auge de senso
criativo mostrando composições com estruturas incríveis, as linhas vocais aqui
decepcionam um pouco e não pela execução, mas sim pela forma que foi encaixada,
frustrando um pouco o ouvinte.
Claro que Floor não
desliza em momento algum e mostra sua capacidade, mas essa capacidade poderia ir
bem mais além se a banda fosse mais ousada (coisa que pode vir no próximo
disco). O Nightwish se mostra em “Endless Forms...” uma banda mais sinfônica e
redonda do que em trabalhos anteriores.
Com uma produção
sensacional, a trinca inicial com Shudder
Before the Beautiful, Weak Fantasy e primeira música de trabalho Elan é empolgante, com canções típicas
da banda, o que faz com que o disco caia um pouco de intensidade no restante.
Claro que isso não significa falta de qualidade, já que músicas como a balada Our Decades in the Sun e a dançante My Walden ainda cabem em uma coletânea
do grupo. Sendo que The Greatest Show on
Earth (música de 24 minutos que fecha o disco) parece megalomaníaca de
início, mas depois se mostra uma faixa espetacular e apoteótica.
Sem sombras de dúvidas
a parte orquestrada, os arranjos de teclados e as linhas sinfônicas são os
grandes destaques do Nightwish, já que Tuomas impôs ainda mais seu estilo,
porém mantendo a essência da banda. Se temos guitarra e uma cozinha coesa,
ainda não temos o peso exigido pelo Metal, algo que a banda pode equilibrar num
próximo trabalho.
“Endless Forms...”
também marcou a efetivação do gaitista Troy Donockley e contou com participação
do baterista Kai Hahto que fez a vez de Jukka Nevalainen - que passa por
problemas de saúde relacionados à insônia. Enfim, um trabalho que já está
gerando controvérsias, mas que tem suas qualidades e passa longe de ser ruim.
Aos desavisados, a banda toca no Rock In Rio 2015 no dia 25 de setembro no
Palco Sunset às 18h.
8,5
Vitor
Franceschini
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