Por Vitor Franceschini
Fotos: KuboMetal (https://www.facebook.com/KUBOMETALFOTOGRAFIA?fref=ts)
Depois de muito tempo,
estamos aqui de volta com coberturas de shows, afinal se tem um circuito que
aumentou dentro do Metal no Brasil foram as apresentações. Antes parada
obrigatória apenas de medalhões do Rock e do Metal, hoje o Brasil chega a ser
até ‘point’ de algumas bandas, e shows nacionais e internacionais acontecem aos
montes, sendo os de bandas ‘gringas’, na maioria das vezes, com preços
‘salgados’.
Talvez esse fator tenha
refletido nas apresentações dos pioneiros do Melodic Death Metal pelo país.
Afinal, o público que esteve presente no Bar da Montanha em Limeira, interior
de São Paulo, estava longe de lotar o recinto e pelas notificações nas redes
sociais o show de São Paulo no dia seguinte (domingo, dia 13) também não obteve
um bom público. A verdade é que essa apresentação não é das mais comuns no país
(tem banda que vem uma vez por ano) e o preço estava viável, na média,
diríamos. O que merecia uma atenção maior dos headbanger paulistas.
Azar de quem perdeu.
Afinal, que show avassalador do At The
Gates! Os suecos subiram ao palco primeiro (coisa comum pra quem acompanha
os shows em Limeira organizados pela Circle of Infinity
Produções) e em uma apresentação intimista proporcionou o que
de melhor sabe fazer. Sem muita conversa e com uma presença de palco
carismática de Tomas "Tompa" Lindberg (vocal) a banda fez um set
impecável, com uma boa qualidade de som e com um público pequeno, mas
ensandecido.
A galera sabia as letras de cor - inclusive do último
álbum, “At War with Reality” (2014) – e foi ao delírio com clássicos como Slaughter of the Soul, The Swarm, Raped By
The Light of Christ, Burning Darkess, Blinded by Fear e Kingdom Gone. Death and the Labyrinth, At War
With Reality e Heroes
and Tombs se uniram aos clássicos e se mostraram as composições novas que
mais caíram no gosto do público.
Dentre os músicos, a
coesão é impressionante, mas a dupla de guitarristas formada por Anders Björler
e Martin Larsson são os grandes destaques com um entrosamento fora do comum que
gerou comentários entre a galera. Apesar de ‘meio’ tímidos, o quinteto
demonstra gana e era visível a satisfação em estar tocando ali tão próximo de
seu público. Um show memorável.
Com a responsabilidade
de tocar depois dos principais, o Desdominus
não se fez de rogado. Além de marcar o lançamento de seu terceiro disco
“Uncreation”, a banda estava praticamente em casa, já que é oriunda da vizinha
Americana/SP. E quem pensa que o público que se ‘matou’ no show do At The Gates
arredou o pé, se engana. O jogo tava ganho, todo mundo praticamente sabia da
qualidade do quarteto e eles não decepcionaram.
É impressionante a
coesão da banda com seu Death/Black Metal e as novas composições mostram
maturidade, inclusive soando familiares já no palco. Destaque sem dúvidas para
a Uncreation e Sacred Scrolls of Holy Lies. Outro show de tirar o chapéu e mais um
álbum magistral.
Um evento como este,
com um dos ícones do Metal extremo sueco e uma das principais bandas do
interior de São Paulo, sem sombras de dúvidas mereceria mais atenção. O porém,
é que o público presente, assim como as bandas, deram conta do recado e
mostraram que o underground é um só.
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