Por Vitor Franceschini
Foram mais ou menos 5
anos de hibernação até que os paulistas do Bloody voltaram a compor, ensaiar e
gravar. A banda que já tinha 2 álbuns de estúdio, além de uma demo, soltou este
ano o terceiro full-lenght auto-intitulado. Com Paulão Tuckumantel (vocal),
André Tabaja (baixo), Augusto Asciutti (bateria) e Fábio Bloody (guitarra) –
este último que falou com o Arte Metal – a banda de Hortolândia manteve sua
essência, mas atualizou sua sonoridade. Com vocês, Bloody!
Bom,
primeiramente conte-nos o motivo do hiato após o lançamento de “Engines of
Sins” (2008)? Afinal, o que ocorreu?
Fábio
Bloody – Cara, foram muitos fatores reunidos (risos). Assim
que lançamos o “Engines of Sins”, estávamos a todo vapor fazendo shows e
preparando uma tour bem legal pelo Brasil, mas o Luis Coser, nosso antigo
batera, estava focado em projetos pessoais e acabou deixando a banda. Foram
praticamente 9 meses até encontrar o Augusto, nosso atual batera, resumindo,
acabamos perdendo o embalo do lançamento. Nesse meio tempo muita coisa
aconteceu com os caras, viagens pelo trampo, casamentos, e por ai vai. Sempre
nos mantivemos ensaiando, porém concordamos em dar uma segurada na banda para
dar um foco no trampo, família, essas coisas.
E
como e quando se deu o retorno da banda?
Fábio
Bloody – Sempre estivemos em contato ensaiando
esporadicamente, até que começamos a compor umas ideias interessantes. Isso foi
no começo de 2014. Deste período até o lançamento do play novo já se foram 1
ano e 8 meses da “volta” oficial.
Como
foi o processo de composição de “Bloody”? Vocês o compuseram após o retorno ou
havia sobras de antes disso, enfim, de antes da banda dar uma parada?
Fábio
Bloody – Compusemos tudo novo. Sempre gostamos de trabalhar
ideias novas, aproveitar o momento de cada um. O CD tem que refletir o momento
da banda, se tivéssemos resgatando algo antigo, acho que o resultado não seria
tão legal.
A
sonoridade do novo trabalho traz a essência do Bloody, mas adaptada aos tempos
atuais. O que podem falar a respeito?
Fábio
Bloody – Essa adaptação foi bem natural. Sempre procuramos
ouvir o que tem de novo na cena, tanto nacional quanto na gringa, ver o que o
pessoal está fazendo de diferente, ter outras influências. Acho isso importante
para qualquer músico, temos que procurar a evolução sempre, sair da zona de
conforto.
Aliás,
quais as principais diferenças apontariam entre “Bloody” e os álbuns
anteriores?
Fábio
Bloody – A principal diferença foi a entrada do Augusto na
batera. Ele tem um jeito mais maloqueiro de tocar e isso faz muita diferença
pra compor os riffs. Tendo um batera com estas características pudemos soltar
um pouco mais as guitarras, tanto que decidimos gravar o novo play sem
metrônomo para dar mais esse ar de ao vivo, deixar o som mais espontâneo. Outro
fator é que este é o momento mais maduro da banda até agora. Sabemos o que
queremos e o que podemos fazer e procuramos fazer 1000%.
Nota-se
uma atenção especial nas linhas de guitarras que são o grande diferencial do
novo trabalho. O que vocês podem falar a respeito?
Fábio
Bloody – Juro que não foi algo proposital (risos). Foi muito
natural mesmo, tanto que na produção minha maior atenção foi pra batera. Queria
conseguir captar bem o jeito de tocar do Augusto. Talvez a batera dele realçou
o meu jeito de tocar e a construção dos riffs. É uma boa teoria para se
estudar. (risos)
Aliás,
nota-se certa naturalidade nessas bases de guitarras e uma coesão intensa entre
vocês...
Fábio
Bloody – Esse entrosamento vem com o tempo mesmo. Eu, Paulo
e Tabaja já tocamos juntos há pelo menos 15 anos. Já sabemos aproveitar os
pontos positivos de cada um e o Augusto entrou muito bem no time. Parece que
ele sempre tocou com a gente. Outra coisa, o clima na banda é o melhor
possível, me sinto em família, acredito que isso influencia também.
E
por que e como foi produzir o álbum, Fábio?
Fábio
Bloody – Cara, foi uma experiência bem interessante. Sempre
quis produzir um álbum de uma banda com mais tempo de estrada, só tinha feito
bandas menores ou iniciantes, o que foi legal pra pegar experiência, mas
faltava fazer um disco que eu pudesse arriscar mais e tentar tirar tudo o que
imaginava, e nada melhor do que estragar o nosso próprio CD (risos). Aliado a
esta vontade, estava a falta de grana e tempo pra bancar um estúdio, então
conversamos e decidimos arriscar. Acredito que o resultado ficou muito bom. Com
os poucos recursos que tinha, consegui uma gravação pesada, crua, com todos os
instrumentos bem nítidos. Estou bem satisfeito com o resultado.
Como
público tem recebido o novo trabalho e também o retorno de vocês?
Fábio
Bloody – Não esperávamos receber críticas tão positivas.
Sabemos que temos um material de boa qualidade em mãos, mas estamos surpresos
com a receptividade acima da média. Foram quase 500 downloads do CD até agora.
Estamos empolgados com o que pode vir pela frente ainda.
Quem
acompanha a banda já notou que vocês procuram usar a tonalidade vermelha na
arte dos álbuns, desde o primeiro disco “Slow Death” (2005). Acredito que seja
uma alusão ao nome da banda (‘Bloody’ significa ‘sangrento’, em inglês). Vocês
pretendem manter isso nos outros trabalhos?
Fábio
Bloody – Exatamente. Queremos deixar a nossa marca, ter um
diferencial e uma das sacadas é utilizar a cor vermelha em todo o nosso
material. Podemos até partir para outras cores, mas com certeza o vermelho
estará presente. (risos)
E
quais os planos da banda para estes próximos três meses finais do ano?
Fábio
Bloody – Estamos preparando um vídeo de uma das músicas do
novo CD e pretendemos fazer alguns shows para fechar o ano com chave de ouro.
Muito
obrigado, este espaço é para deixarem uma mensagem aos leitores.
Fábio
Bloody – Em nome da banda, agradeço imensamente o espaço
para poder mostrar e falar um pouco mais do nosso trabalho. Aproveito para
parabenizá-lo pelo trabalho divulgando a cena nacional, apoiando as bandas,
sabemos o quanto é difícil manter um projeto assim, tem que ser muito teimoso
mesmo (risos). E para fechar, convido o pessoal que ainda não conhece o Bloody
para visitar o nosso site www.bloody.com.br,
baixar o novo CD e conhecer um pouco mais dos nossos 13 anos de estrada! Um
grande abraço a todos! Stay Bloody Fuckin Rules!
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