Como pode uma banda ter
suas raízes fincadas no Doom Metal e depois se tornar Alternative/Poppy Punk?
Esses malucos do Pyogenesis conseguiram tal feito mesmo já demonstrando
tendências alternativas em seus primeiro registros. A discografia da banda é
uma salada de frutas, mas o fato é que conseguiram criar uma identidade.
Mas, “A Century In The
Curse Of Time”, sexto disco de estúdio da banda, é sem sombras de dúvidas seu
melhor trabalho. Afinal, encontramos a banda transitando pelos melhores
momentos de sua carreira, apostando no peso e músicas muito bem estruturadas.
Além de guitarras sujas
e pesadas, o trabalho traz resquícios do Doom Metal que a banda um dia praticou
(com direito a vocal gutural) e um clima Space Metal em várias das composições.
Melhor ainda, a veia alternativa aparece bem pouco, o que faz com que a
sonoridade aqui contida soe ainda mais original.
Definitivamente não tem
como rotular o som do Pyogenesis, de tão ambiciosa e diferenciada que
sonoridade deste disco é. Por exemplo, quando você pensa que Steam Paves Its Way (The Machine) traz a
banda Death Metal, uma brusca quebrada de andamento surge e mostra arranjos
intrincados e diferentes, porém ‘lights’.
O lado Doom/Pos-Punk
aparece em The Best Is Yet to Come
que ainda contém algo de New Wave e é a primeira composição a chamar atenção de
cara. Ainda há músicas ótimas como Lifeless
que é a cara do disco, trazendo praticamente todos os elementos que compõem
“A Century In The Curse Of Time” e The
Swan King.
Vale destacar a boa
produção que consegue soar suja e com uma qualidade ímpar, mérito de Flo V.
Schwarz (guitarrista/vocalista/tecladista) que produziu, mixou e masterizou o
disco no Un Pop Studio. Além de surpreendente, “A Century In The Curse Of Time”
é um disco conceitual que fala sobre a mudança da sociedade no século 19 sob a
influência da industrialização. Inusitado, mas muito legal!
9,0
Vitor
Franceschini
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