Enfim, após um bom EP
(também auto-intitulado) lançado em 2012, o Subversilvas lança seu debut e
mostra uma evolução impressionante. Unindo Metal, Hardcore e muitas letras de
protesto, a banda tem a agressividade acentuada como seu grande diferencial e
dá vários passos à frente.
Muitos podem odiar a
junção destes estilos, mas o fato é que o Thrashcore (outros diriam que é
Crossover) é um estilo que está em voga no underground nacional, mas não porque
é tendencioso e sim porque casa perfeitamente com a situação política e social
‘digna’ do nosso Brasil (não confunda com Metalcore).
A sonoridade imposta,
como dito no primeiro parágrafo, enfatiza o peso e o Subversilvas se
caracteriza pela raiva e agressividade de suas músicas. Mas, se engana quem
pensa que a banda aposta na velocidade, já que seu som possui uma boa variação
de andamentos, além de um ‘groove’ que cai como uma luva.
O trabalho de guitarras
é muito bom, com riffs certeiros e timbres muito bem escolhidos, sendo que a
cozinha é consistente e dá o ritmo variado. Cantando em português (tem uma
faixa em inglês e outra em espanhol), o também baixista Thiago Morello berra um
gutural raivoso e inteligível, que soa bem característico pra banda.
Destaque para as faixas
Miséria, Brasil e Mercaderes Del Odio, essa última cantada
em português e que ficou excelente com a língua pátria de Garcia Márquez. A
produção também ficou primorosa, com captação e timbragem de primeira, mérito
de Bernardo Pacheco no Estúdio Fábrica de Sonhos e masterização/mixagem por William
Blackmon (Facada/The Black Coffins).
Mas, vale muito
destacar a arte gráfica que com o encarte fechado parece simples, mas abrindo o
poster mostra uma ilustração propícia e de muito bom gosto a cargo de Leandro
Meize. Unindo inteligência nas letras e agressividade na música, o Subversilvas
não justifica o nome engraçado, mas faz jus ao som pesado.
8,5
Vitor
Franceschini
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