Não chega a ser
novidade, mas o resultado que o Válvera atinge neste seu debut é raro. Afinal,
a banda oriunda da capital paulista, consegue fazer Metal e ser acessível ao
mesmo tempo. Além do resultado sonoro, isso é explicado pelo fato de seus
músicos possuírem um background vasto abrangendo desde MPB, Punk, Blues e o
próprio Metal.
Primeiramente que fique
claro que o som proposto pelo quarteto pode ser mais viável que o comum, porém
não significa que não tenha peso. Pelo contrário, o disco tem guitarras até o
talo, com riffs muito bem elaborados com certa dose de melodia e uma timbragem
atual, mas que não soa insossa e artificial como os padrões modernos, mérito da
produção de, nada mais nada menos, que Marcello Pompeu e Heros Trench (Korzus)
no Mr. Som Estúdio.
Talvez o fato de cantar
em português traga um ar mais comercial para a sonoridade do Válvera, mas é
latente que o vocalista Glauber Barreto (também guitarrista) não forçou isso
devido às suas interpretações agressivas, com um timbre rouco e inteligível.
Aliás, as letras são bem interessantes variando entre temas pessoais, diversão
e Rock and Roll com bastante equilíbrio.
As levadas mais
cadenciadas evidenciando os riffs pesados unidos com a melodia são os
carros-chefe da banda. Destaque para as faixas Cidado do Caos, O Miserável e Hora
do Show. É claro que muita gente conservadora no Metal irá torcer o nariz,
mas é disso que o estilo precisa, versatilidade e acessibilidade, e o Válvera é
uma grande arma nessa luta.
8,5
Vitor
Franceschini
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