(2014
– Livro - Nacional)
Independente
O Rio Grande do Sul é
um estado com suas particularidades. Todos estados brasileiros têm suas
particularidades e cultura, porém alguns as têm com mais ênfase e identidade e
com certeza o Rio Grande do Sul é um desses. Não poderia ser diferente com o
Rock e o Metal oriundo de lá, que passa por praticamente todas as vertentes e
possuem essa identidade diferenciada.
‘Tá No Sangue! – “A
história do Rock Pesado Gaúcho – Anos 70 e 80”’, escrito por Luis Augusto
Aguiar, Maicon Leite e Douglas Torraca, traz (também com particularidades
típicas do estado gaúcho) o início da música pesada por lá. Através de uma
pesquisa bem elaborada, um linguajar coloquial e típico do lugar, além de certo
despojamento, descrevem através de narrativas e muitos depoimentos como o Rock
invadiu as mentes da garotada.
A abrangência só
descartou o que nasceu de origem comercial e deu espaço ao Rock clássico, ao
Metal tradicional e extremo e até ao Punk Rock de forma democrática, mostrando
que, na realidade e apesar das tribos serem mais extremistas, todo mundo ali
estava no mesmo barco.
É imprescindível como
os autores conseguem levar o leitor a viver e imaginar a cena de Porto Alegre e
interior gaúcho numa viajem que não necessita sair do lugar. Por sorte (ou
mérito?) os depoimentos de músicos e viventes da cena enfatizam isso e reforçam
essa trilha que vai se tornando mais interessante ao adentrar páginas à frente.
A despretensão de
querer se dissertar ou provar algo é nítida, sendo que a história é contada em
retalhos causando uma leitura tranquila e prazerosa. Passa pela Loja Megaforce
(principal ponto dos ‘rockeiros’ na época), Av. Osvaldo Aranha, Bar João e
outros points da capital e interior.
‘Tá No Sangue!’ mostra
ação tanto em cima dos palcos pelos shows e festivais, quanto nas tretas entre
tribos e com a polícia (o que era fatídico nos anos 80), tem drama - como o
sofrimento para ver os grandes shows que abriram portas na época como Van
Halen, Motörhead e Quiet Riot - e comédia, muita comédia regada à inocência dos
tempos que a internet não dava o ‘mamão com açúcar’ para jovens digerir como
hoje.
O início com
Taranatiriça, Astaroth, Leviaethan, Spartacus, Replicantes e outros tantos
nomes do Rock/Metal gaúcho aqui está para a posterioridade e é obrigação
qualquer ‘headbanger’ brasileiro que se diz apoiador da cena nacional ler esse
livro, inclusive os jovens que saberão o que foram tempos difíceis, até porque
um segundo volume chegando ainda mais perto dos tempos atuais vem aí.
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