quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Disgorgement of Intestinal Lymphatic Suppuration / Putrefuck – “Blood on the Road / Supreme Ancient Rottenness”

(2016 – Split – Nacional)
                                       
Cemitério Records

Muito comum nos gêneros mais extremos e bizarros do Metal, os splits são adorados (principalmente) pelas bandas de Goregrind, assim como pelos seus fieis seguidores. Uma porque dá pra rachar os custos de prensagens às vezes até de gravação, outra porque as composições são curtas e cabem muitas numa ‘bolachinha’.

Aqui temos duas bandas que representam bem o Goregrind. A que abre o disco é a francesa Disgorgement of Intestinal Lymphatic Suppuration (D.I.L.S.) e que não perdoa na podridão. Com uma sonoridade doentia e pouco variada, o trio destila um Goregrind tão ‘desgracento’ que chega a beirar o Noise em alguns momentos de tanto barulho.

A produção do trabalho poderia ser um pouquinho melhor. Mesmo que a banda tenha optado por uma sonoridade mais tosca, as guitarras poderiam estar mais à frente, assim como a bateria que é programada, mas prima pela naturalidade e não influencia negativamente. Destaque para a faixa Psychotic Ulceration e para a surpreendente bônus M.U.E.R.T.E..

Do outro lado, ou melhor, depois vem a Putrefuck que une México e Espanha, e aposta num lado mais fiel ao estilo. Com uma produção um pouco melhor e variação rítmica, a dupla Putrefuck is Shitter (vocal/guitarra/baixo) & Adrian (bateria) soam melhores e mais agradáveis aos ouvidos resistentes.

Com guitarras devidamente distorcidas a esmo, dando um ar putrefato às composições, a banda alterna momentos mais lentos e outros de pura e doentia velocidade, resultando numa música patologicamente destruidora. São quinze hinos que vêm das profundezas do underground e irá agradar fãs de Death Metal, Grind, Splatter e derivados.

“Blood on the Road / Supreme Ancient Rottenness” tem todos os requisitos que um bom fã da música extrema exige, mesmo com alguns percalços. Fato é que o sujeito que consegue sentir cheiro de podre quando ouve uma música deste ‘naipe’, aqui não terá seu olfato enganado.


7,0

Vitor Franceschini



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