No dia 15 de abril de
2001, quando Joey Ramone passou pro lado de lá foi o dia que senti pela
primeira vez a ‘ida’ de um ídolo. Adolescente ainda que eu era (tinha 18 anos),
não fiquei muito chocado, mas foi a primeira vez que fiquei um tanto reflexivo
sobre ídolos no Rock / Metal. Perdido, ouvi Ramones por dias, banda que sempre
primei e que enfiei a discografia no reto por motivos infantis, como por
exemplo, a ficar ‘true’ (ou ‘tr00’, e preferirem) e só gostar de Black Metal e
Death Metal por um tempo.
A segunda vez que perdi
um ídolo na música foi sentido realmente como se fosse alguém da família. 16 de
maio de 2010, num domingo, minha irmã me informa que Ronnie James Dio havia
perdido sua luta contra o câncer. Um domingo à noite. Só olhei pra ela e me
tranquei no quarto e chorei. Durante a semana seguinte nem conseguia ouvir
Black Sabbath, Rainbow ou Dio. Perdi meu pai no Rock / Metal, praticamente.
Dali em diante, toda
vez que falecera um músico que admirava era um martírio. E não foram poucos. Frank
Watkins (Obituary), Chuck Schuldiner (Death), Paul Baloff (Exodus), Peter
Steele (Type O Negative), Johnny Ramone, Dee Dee Ramone, Helcio Aguirra (Golpe
de Estado), Dimebag Darrel (Pantera), David Bowie, Cornelius Lucifer (Made in
Brazil), Cherry (Nervochaos, Hellsakura)... Muitos, nem me lembro de todos
agora, mas foram os que morreram durante essa minha geração no Rock / Metal. Os
dias ficavam mais silenciosos... Lemmy Kimilster. O que dizer? Parecia durar
pra sempre. Estes dias, mais precisamente foi-se Malcom Young, o fundador e
principal compositor do AC/DC. Onde isso vai parar? Chris Cornell, Chester
Bennington...
Malcom nunca quis ser a
estrela principal, tanto que ele mesmo inventou o personagem de Angus Young,
seu irmão maluco que até os dias de hoje entra elétrico nos palcos. E eu fiquei
triste, mais uma vez, mas chorei, como não chorava desde o Dio. Este post
parece oportuno, mas triste como estava com a morte de Malcom Young, enquanto o
escrevia recebi a notícia da morte de Warrel Dane, fundador e cantor das
clássicas bandas Nevermore e Sanctuary. Antes havia recebido a nota de
falecimento de Cherry Taketani, que estava no Nervochaos e mantinha seu projeto
Hellsakura. Esta batalhadora do underground, ex-Okotô, tive o prazer de
conhecer pessoalmente. O que só ajudou a piorar esses tempos difíceis de perdas
inexplicáveis.
Não há muito como
explicar como nós, fãs de Rock / Metal, nos sentimos com essas perdas, já que
muitos nos julgam por supervalorizar a relação com nossos ídolos na música.
Então, num momento de muita emoção, consegui definir mais ou menos assim:
"...Fico muito triste quando morrem músicos que admiro, mais que alguns
conhecidos às vezes e, se me pedem explicações, eu digo rápido, essas pessoas
são mais próximas da alma da gente por nos proporcionarem prazer e alegria com
sua arte, mais que muita gente que conhecemos pessoalmente (até parentes) e que
não nos dão a mínima."
Mas, não há fim no
Rock e suas vertentes sabe por quê? Porque depende de você, que realmente ama o
estilo, manter a chama acesa e enquanto você ouvir a música, ela irá tocar.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Acredita que a morte
é a salvação, por isso é contra a pena de morte.
<3
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