Foto: Edu Firmo |
Por Vitor Franceschini
Empatia talvez seja a palavra
que defina bem a sonoridade encontrada em “New Age - The Age of Karyttah” (2017),
primeiro disco do Karyttah. A banda é ‘projeto’ do multi-instrumentista Fabio
Loffs, que aqui comanda tudo e mostra que é possível fazer sozinho um som
abrangente com mensagens que vão além do particular. Então, o próprio Fabio
fala ao ARTE METAL sobre tudo isso que envolve o trabalho.
Primeiramente
eu gostaria que você falasse um pouco de sua carreira como músico até chegar no
Karyttah. Qual sua escola (estilo) e principais influências?
Fabio
Loffs: Quando eu conheci o Iron Maiden, e depois Heavy Metal
em geral, foi algo muito forte, despertou em mim o interesse por tocar guitarra
e ter banda. Um tempo depois, sem querer, comecei a cantar. Passei por várias
bandas. Influências: Iron Maiden, Helloween, Stratovarius, Fates Warning, Bon
Jovi, Skid Row, música Pop e New Age.
E
como surgiu a ideia de criar o Karyttah? Por que optou por tocar o projeto
sozinho?
Fabio:
Frustrado com as bandas que passei, resolvi dar um tempo. Quando resolvi
voltar, ao invés de entrar numa banda já pronta e passar pelas mesmas
frustrações de antes, resolvi eu mesmo montar uma banda. Como sempre foi
difícil achar os músicos certos, pra não perder mais tempo gravei tudo sozinho.
Mas não é solo, nem projeto, é uma banda mesmo, como qualquer outra.
E
como foi o processo de composição do debut “New Age -
The Age of Karyttah”? Quanto tempo você trabalhou no disco e quais foram as
maiores dificuldades?
Fabio:
Logo após começar a tocar e cantar, vieram as ideias pra compor. Então, quando
criei o Karyttah já tinha várias músicas prontas, foi só escolher quais gravar.
Algumas coisas que eu achava mais ou menos, eu tive que acertar, geralmente
alguns dias antes, ou até no dia anterior a gravação. As maiores dificuldades
foram conseguir horário pra gravar, por isso demorou 2 anos, 2014 e 2015, e
terminar a capa, que me fez perder quase 2016 inteiro. Por isso o álbum só saiu
em 2017.
Qual
o conceito por traz do disco. Ele traz uma história em si ou letras
interligadas? O que o faz conceitual de qualquer forma, não?
Fabio:
Sim, mas não foi intencional. A música New
Age, que dá título ao álbum e inspira a capa, fala que estamos numa época
de seleção espiritual de pessoas que irão ou não continuar no planeta, pois ele
vai mudar, e não vai aceitar mais pessoas com insistência no mal. Aos poucos eu
vi que as outras letras estavam interligadas a esse tema, principalmente quando
eu terminei a música Karyttah durante
as gravações, e ela entrou no álbum. Por isso incluí um subtítulo, pois essa
música é o nome da banda, tinha que estar presente no nome do álbum. Depois
veio a ideia de fazer a Intro e o Grand Finale, aí eu me toquei que tudo
estava ficando quase conceitual (risos), o que achei muito legal.
O
que dá pra notar, é que o trabalho foca em letras positivas e de incentivo. Até
aí não há novidades, a não ser na forma inteligente que você as aborda. Mas
como é criar letras positivas num meio e mundo tão negativos atualmente?
Fabio: Isso
tem a ver com a minha personalidade mesmo. Sempre procuro o melhor, sempre
quero o melhor. Tudo que me deixa incomodado eu tento procurar o porquê e como
resolver. Se tá tudo negativo, aí que eu quero ficar mais e mais positivo mesmo
e descobrir as causas pra poder resolver. A dificuldade está na forma de como
vou falar, trabalhando bem as frases e palavras. Como você mencionou, precisa
ser algo inteligente, que dê uma explicação sensata e clara, e só assim,
contribuir pra mudarmos a negatividade. Tocar o raciocínio das pessoas e também
o sentimento.
Ainda
sobre o conceito, as músicas soam bem reflexivas e não ficam num espectro
particular, como é muito comum em ‘one-man-bands’. Fale-nos um pouco a respeito
disso e dessa sua empatia.
Fabio: Eu
escrevi para todas as pessoas, então eu tive que tirar tudo que fosse pessoal,
mas a música Once More Again é
pessoal (risos), mas tentando servir de exemplo (risos). Mas como não é um
projeto, nem solo, eu também não quero que seja tudo muito pessoal.
Falando
da parte musical, “New Age - The Age of Karyttah” abrange desde o Hard Rock,
passando pelo Prog e tendo como principal foco o Power Metal. Essa mescla soa
comum, mas sua sonoridade diferenciada. Como você buscou tentar fugir do
tradicional destes estilos?
Fabio: Por
não se prender a nenhum estilo. Gosto de vários, e não faço parte de um em
especial. Por gostar de variedade, não só cada música, como cada parte das
músicas eu testo em qual maneira fica melhor. É bem difícil escolher as
mudanças numa mesma música que combinem entre si. Ou seja, muito trabalho
mesmo. Nesse álbum talvez um estilo se destaque, mas no próximo álbum, ou até
na música nova, que será lançada em breve, pode ser outro.
Outro
fator preponderante é que todos os instrumentos se destacam individualmente,
porém gerando um conjunto da obra espetacular, sem se sobrepor. Como foi chegar
a esse resultado?
Fabio: Porque
eu foco na música e não na técnica de um instrumento em especial. Cada
instrumento tem que fazer o que for necessário para a música. Pra isso, o
principal é a inspiração, tem que vir naturalmente, e depois trabalhar muito pra
juntar as partes, decidir quantas repetições, depois dar um tempo, ouvir de
novo pra ver se não passou nada despercebido, seguir a intuição pra sentir
quando ficou do jeito que eu imaginava. É como se algo apitasse na minha cabeça
que tem algo errado e ter que trabalhar pra resolver (risos). É um pouco
sofrido (risos).
É
interessante notar também o contraste da melodia / suavidade dos arranjos com o
peso das guitarras e a pulsação da seção rítmica. Você procurou isso ou fluiu
naturalmente?
Fabio: Procurei
(risos). Acho que é meu lado progressivo (risos). Adoro brincar. Adoro coisas
diferentes. Poder fazer algo que dê uma sensação, um susto, uma surpresa
(risos). E também, minha busca por fazer algo novo e diferente, sem seguir
regras.
E
como foi trabalhar fazendo tudo sozinho, inclusive a produção e divulgação de
“New Age - The Age of Karyttah”. Qual a vantagem e desvantagem de trabalhar
dessa forma?
Fabio: É
muito ruim trabalhar sozinho. Mas tô fazendo por necessidade mesmo. Enquanto
não achar as pessoas certas, vou ter que fazer sozinho. A vantagem é que com as
pessoas erradas a coisa não acontece ou atrapalham demais. A desvantagem é que
certas coisas não vão ser tão bem feitas, como por exemplo, a divulgação, o
design artístico, negociações comerciais, que são coisas para as quais eu não
tenho tanto talento. E o principal, não vou poder dar shows.
O
trabalho foi lançado em 2016. Como você o vê atualmente e qual a repercussão
dele em termos de mídia, público e exterior?
Fabio: Na
verdade,.. 2016 foi a fabricação da primeira prensagem brasileira, só foi
lançado mesmo em 02 de fevereiro de 2017. Eu o vejo como um ótimo trabalho, e
por isso quero muito que as pessoas conheçam. Tem tido pouca repercussão, por
isso o foco, atualmente, é totalmente na divulgação. Está bem difícil.
Você
já tem alguma coisa com o nome Karyttah que pretende lançar ou adiantar aos
leitores?
Fabio: Sim,
música nova, com uma surpresa bem legal, que em breve vai ser anunciada nas
redes socias. Vai estar presente no Volume 3 da coletânea da “Web Radio Rock
Freeday” no Brasil e na coletânea “Volume 15” da Imperative Music em vários
países. Essa é uma música tipo lado B do single da música Once
More Again em versão promocional que aqui para o Brasil será cantada em
português.
Por
fim. Você pretende formar uma banda e tocar ao vivo com o Karyttah?
Fabio:
Sim. Essa sempre foi a intenção.
Muito
obrigado pela entrevista. Este espaço é seu.
Fabio: Eu
que agradeço o convite. Sempre que desejar estou à disposição. Para conhecer e
seguir a banda visitem e se inscrevam no canal do YouTube www.youtube.com/karyttah.
Você que está lendo, nesse momento, que energias muito positivas te envolvam. Uma
Nova Era Vai Começar.
Obrigado pela oportunidade, Vitor.
ResponderExcluirPara conhecer a banda e saber de novidades, se inscrevam no www.youtube.com/karyttah
Abraço a todos.
Maravilhoso artisa. Amei o CD nível hardy!!!!
ResponderExcluirParabéns Fábio, ótima entrevista e o CD eh maravilhoso...
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