Por Vitor Franceschini
Fotos: Philipp Sell
Dirk Schröder (vocal) é o
único remanescente da formação clássica do Iron Angel que gravou os excelentes “Hellish
Crossfire” (1985) e “Mind Wars” (1986), o primeiro lançado no Brasil e com
grande aceitação do público, carregando inclusive status de clássico até hoje em dia.
32 anos depois, com um a banda totalmente reformulada e nova, o grupo alemão –
um dos pioneiros do Speed/Power Metal – lança material inédito. Trata-se de “Hellbound”,
álbum que só não consegue manter a essência da banda, assim como consegue
trazê-la para os tempos atuais. O disco foi lançado no Brasil pela Hellion Records. O guitarrista Mischi Meyer conversou com o ARTE
METAL e falou destes aspectos, a atual formação da banda, a relação com o
Brasil e muito mais. Completam o atual Iron Angel, Robert Altenbach (guitarra), Mischi
Meyer (baixo) e Mäx Behr (bateria).
Tudo
bem que Dirk Schröder é o único remanescente da formação clássica do Iron
Angel. Mesmo assim a banda tem um legado e um nome a zelar. Portanto, como foi
gravar um álbum tantos anos depois do último full-lenght?
Mischi
Meyer: Senti que foi uma coisa muito natural para nós. Nós
finalmente temos uma formação estável juntos, o que era absolutamente nesse
tipo de música que sentíamos, o que é o Iron Angel. Estamos muito felizes com o
álbum.
E
como foi compor “Hellbound” (2018), desde a idealização (desde quando vocês
pretendiam lançar algo inédito), até a composição e finalização do disco?
Mischi:
Que me lembro, a primeira tentativa de fazer um novo álbum já aconteceu em
2015. As duas primeiras músicas escritas para o álbum foram Writing's on the wall e Ministry of Metal. Naquele momento, a
maioria dos caras da banda estava mais interessadp em tocar ao vivo, em vez de
criar material novo, mas mais e mais a banda toda entrou em cena. Quando a nova
formação se reuniu, tudo se concretizou, de modo que, no total, foram quase
dois anos desde o início até a realização.
“Hellbound”
atinge as expectativas, pois além de resgatar a sonoridade tradicional da
banda, soa atual. Concorda? Isso foi algo com que a banda se preocupou ou
aconteceu naturalmente?
Mischi: Como
eu disse, tudo aconteceu naturalmente. É assim que a banda sempre foi.
Aliás,
houve uma preocupação em não conseguir manter a essência do Iron Angel?
Mischi: Da
crítica? Definitivamente. Dos fãs? Possivelmente. No fim das contas, acho que
provamos que os que duvidavam e os pessimistas estavam errados. Claro, com os
dois compositores originais mortos, pode-se supor que o som original morreu com
eles, mas sendo fãs também, nós sabíamos o que gostamos da velha escola Iron
Angel e conseguimos capturar essa essência especial.
O
Iron Angel parece ter adotado uma veia mais Speed/Power Metal e deixado aquela
influência do Thrash de lado em “Hellbound”. A que você acha que deve esse
fato?
Mischi:
Eu
acho que é porque "Hellbound" é um pouco mais diverso do que
"Hellish Crossfire". A banda abandonou o Thrash já em “Winds of War”
com alguns elementos remanescentes em “Hellbound”, que tem em sua parte quando
se trata de elementos do Thrash, mas como tantos anos se passaram e tanto nós
quisemos dividir musicalmente, o álbum ficou mais diversificado.
Claro
que 32 anos depois Dirk Schröder soa mais maduro e com um timbre diferente de
sua voz, afinal é um ser humano. Porém hoje sua voz soa mais límpida, ele soa
mais técnico até. Isso também foi algo pensado e inovado, ou acompanhou a
natureza das coisas?
Mischi: Mais
uma vez, isso foi um desenvolvimento natural. Ele estava fora do negócio por um
tempo e seus altos não eram o que costumavam ser em meados dos anos 80, mas ele
compelia com mais sentimento e fraseado e, no final, eu acho que isso fez dele
um melhor cantor em geral.
E
qual o principal diferencial do álbum em relação aos trabalhos anteriores do
Iron Angel, assim como os destaques de “Hellbound”?
Mischi: Você
sabe, é difícil apontar algum destaque para nós, já que gostamos de todas as
coisas no álbum. Acho que a principal diferença é que as músicas não foram
escritas em um ensaio, como os dois primeiros discos, que definitivamente tem
suas vantagens, mas com demonstrações individuais e depois trabalhando nelas,
nos deram uma perspectiva diferente e mais arredondada. Além disso, também
tentamos desenvolver o já estabelecido Iron Angel. Canções como Blood and Leather parecem capturar o
espírito do passado e do presente.
Ministry of Metal foi a faixa escolhida para se tornar
videoclipe. Por que vocês a escolheram e como foi trabalhar no vídeo?
Mischi: Nós
a escolhemos porque nós sentimos que os fãs poderiam se conectar facilmente com
uma música, já que é uma espécie de reminiscência do nosso estilo dos dias do
"Hellish Crossfire". Foi o primeiro vídeo musical que a banda já fez,
então era tudo novo e fresco para nós.
“Hellbound”
foi lançado no Brasil via Hellion Records. Aliás, a banda goza de grande
prestígio no país e o disco “Hellish Crossfire” é cultuado por aqui. Como é
poder ter mais um trabalho lançado aqui tantos anos depois e qual a relação da
banda com nosso país?
Mischi:
Desde
o início, os fãs brasileiros foram absolutamente incríveis e nos trataram muito
bem. Quando anunciamos a reformulação da banda, eles foram um dos primeiros a
entrar em contato conosco para tocar por aí, desde a nossa primeira vez em
2015, nós nos apaixonamos pelo seu país.
E
vocês estiveram aqui em 2015. O que podem falar dessa apresentação e passagem
por nossas terras?
Mischi: Sim,
agosto de 2015. Foi uma tour tranquila com algumas dificuldades ao longo do
caminho, mas as ótimas reações dos fãs compensaram tudo. O Brasil sempre terá
um lugar especial em nossos corações.
Por
fim, além de divulgar “Hellbound”, o que você podem nos adiantar sobre
trabalhos futuros do Iron Angel?
Mischi: Agora
estamos completando nossa turnê americana de 2018 e, além de alguns shows, que
já estão reservados para 2019, também temos planos de trabalhar em um novo
disco, mas mais detalhes sobre isso no futuro.
Muito
obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Mischi: Olá,
somos o Iron Angel e amamos vocês!!! Obrigado por todos estes anos de apoio.
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