sexta-feira, 9 de novembro de 2018

Iron Angel: "Quando anunciamos a reformulação da banda, os fãs brasileiros foram um dos primeiros a entrar em contato conosco




Por Vitor Franceschini
Fotos: Philipp Sell

Dirk Schröder (vocal) é o único remanescente da formação clássica do Iron Angel que gravou os excelentes “Hellish Crossfire” (1985) e “Mind Wars” (1986), o primeiro lançado no Brasil e com grande aceitação do público, carregando inclusive status de clássico até hoje em dia. 32 anos depois, com um a banda totalmente reformulada e nova, o grupo alemão – um dos pioneiros do Speed/Power Metal – lança material inédito. Trata-se de “Hellbound”, álbum que só não consegue manter a essência da banda, assim como consegue trazê-la para os tempos atuais. O disco foi lançado no Brasil pela Hellion Records. O guitarrista Mischi Meyer conversou com o ARTE METAL e falou destes aspectos, a atual formação da banda, a relação com o Brasil e muito mais. Completam o atual Iron Angel, Robert Altenbach (guitarra), Mischi Meyer (baixo) e Mäx Behr (bateria).

Tudo bem que Dirk Schröder é o único remanescente da formação clássica do Iron Angel. Mesmo assim a banda tem um legado e um nome a zelar. Portanto, como foi gravar um álbum tantos anos depois do último full-lenght?
Mischi Meyer: Senti que foi uma coisa muito natural para nós. Nós finalmente temos uma formação estável juntos, o que era absolutamente nesse tipo de música que sentíamos, o que é o Iron Angel. Estamos muito felizes com o álbum.

E como foi compor “Hellbound” (2018), desde a idealização (desde quando vocês pretendiam lançar algo inédito), até a composição e finalização do disco?
Mischi: Que me lembro, a primeira tentativa de fazer um novo álbum já aconteceu em 2015. As duas primeiras músicas escritas para o álbum foram Writing's on the wall e Ministry of Metal. Naquele momento, a maioria dos caras da banda estava mais interessadp em tocar ao vivo, em vez de criar material novo, mas mais e mais a banda toda entrou em cena. Quando a nova formação se reuniu, tudo se concretizou, de modo que, no total, foram quase dois anos desde o início até a realização.

“Hellbound” atinge as expectativas, pois além de resgatar a sonoridade tradicional da banda, soa atual. Concorda? Isso foi algo com que a banda se preocupou ou aconteceu naturalmente?
Mischi: Como eu disse, tudo aconteceu naturalmente. É assim que a banda sempre foi.

Aliás, houve uma preocupação em não conseguir manter a essência do Iron Angel?
Mischi: Da crítica? Definitivamente. Dos fãs? Possivelmente. No fim das contas, acho que provamos que os que duvidavam e os pessimistas estavam errados. Claro, com os dois compositores originais mortos, pode-se supor que o som original morreu com eles, mas sendo fãs também, nós sabíamos o que gostamos da velha escola Iron Angel e conseguimos capturar essa essência especial.



O Iron Angel parece ter adotado uma veia mais Speed/Power Metal e deixado aquela influência do Thrash de lado em “Hellbound”. A que você acha que deve esse fato?
Mischi: Eu acho que é porque "Hellbound" é um pouco mais diverso do que "Hellish Crossfire". A banda abandonou o Thrash já em “Winds of War” com alguns elementos remanescentes em “Hellbound”, que tem em sua parte quando se trata de elementos do Thrash, mas como tantos anos se passaram e tanto nós quisemos dividir musicalmente, o álbum ficou mais diversificado.

Claro que 32 anos depois Dirk Schröder soa mais maduro e com um timbre diferente de sua voz, afinal é um ser humano. Porém hoje sua voz soa mais límpida, ele soa mais técnico até. Isso também foi algo pensado e inovado, ou acompanhou a natureza das coisas?
Mischi: Mais uma vez, isso foi um desenvolvimento natural. Ele estava fora do negócio por um tempo e seus altos não eram o que costumavam ser em meados dos anos 80, mas ele compelia com mais sentimento e fraseado e, no final, eu acho que isso fez dele um melhor cantor em geral.

E qual o principal diferencial do álbum em relação aos trabalhos anteriores do Iron Angel, assim como os destaques de “Hellbound”?
Mischi: Você sabe, é difícil apontar algum destaque para nós, já que gostamos de todas as coisas no álbum. Acho que a principal diferença é que as músicas não foram escritas em um ensaio, como os dois primeiros discos, que definitivamente tem suas vantagens, mas com demonstrações individuais e depois trabalhando nelas, nos deram uma perspectiva diferente e mais arredondada. Além disso, também tentamos desenvolver o já estabelecido Iron Angel. Canções como Blood and Leather parecem capturar o espírito do passado e do presente.

Ministry of Metal foi a faixa escolhida para se tornar videoclipe. Por que vocês a escolheram e como foi trabalhar no vídeo?
Mischi: Nós a escolhemos porque nós sentimos que os fãs poderiam se conectar facilmente com uma música, já que é uma espécie de reminiscência do nosso estilo dos dias do "Hellish Crossfire". Foi o primeiro vídeo musical que a banda já fez, então era tudo novo e fresco para nós.

“Hellbound” foi lançado no Brasil via Hellion Records. Aliás, a banda goza de grande prestígio no país e o disco “Hellish Crossfire” é cultuado por aqui. Como é poder ter mais um trabalho lançado aqui tantos anos depois e qual a relação da banda com nosso país?
Mischi: Desde o início, os fãs brasileiros foram absolutamente incríveis e nos trataram muito bem. Quando anunciamos a reformulação da banda, eles foram um dos primeiros a entrar em contato conosco para tocar por aí, desde a nossa primeira vez em 2015, nós nos apaixonamos pelo seu país.

E vocês estiveram aqui em 2015. O que podem falar dessa apresentação e passagem por nossas terras?
Mischi: Sim, agosto de 2015. Foi uma tour tranquila com algumas dificuldades ao longo do caminho, mas as ótimas reações dos fãs compensaram tudo. O Brasil sempre terá um lugar especial em nossos corações.

Por fim, além de divulgar “Hellbound”, o que você podem nos adiantar sobre trabalhos futuros do Iron Angel?
Mischi: Agora estamos completando nossa turnê americana de 2018 e, além de alguns shows, que já estão reservados para 2019, também temos planos de trabalhar em um novo disco, mas mais detalhes sobre isso no futuro.

Muito obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos fãs brasileiros.
Mischi: Olá, somos o Iron Angel e amamos vocês!!! Obrigado por todos estes anos de apoio.

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