(1983
– 2018 – Relançamento – Nacional)
Hellion
Records
Hoje a Finlândia pode ser
considerada um dos principais celeiros do Heavy Metal. Afinal é de lá que nomes
consagrados como Nightwish, Children of Bodom, Stratovarius, entre outros, vêm
e colocam o país entre os principais reveladores de grandes talentos no estilo.
Mas, há 35, 40 anos atrás
isso não era nem cogitado, até porque Inglaterra e Estados Unidos eram os
celeiros do Rock, seguidos pela Alemanha, que se consolidaria como uma das
terras mais férteis do Metal de lá pra cá. Portanto, estes finlandeses do Riff
Raff podem ser considerados pioneiros.
A banda surgida em 1979,
durou cinco anos e este “Give the Dead Man Some Water” (1983) foi seu terceiro
e derradeiro álbum. Após ele, somente o single “Dreaming / I'll Be Gone” foi
lançado, ainda no mesmo ano. Um desperdício, afinal, a banda tinha muito
talento.
Focado no Heavy Metal,
este trabalho mostrava-se a frente de seu tempo e também mostra flertes com o
Hard Rock e tem muitos arranjos de teclados futuristas para a época, que
colocava sua musicalidade em outro patamar. Tudo bem equilibrado e objetivo,
mas com riqueza de detalhes.
Muitas vezes as
composições nos remetem ao AOR, mas o peso e bom trabalho das guitarras não
deixa a coisa tão simples assim. Temos aqui o embrião do que seria o Power
Metal, tão difundido hoje nos países escandinavos. Nos temas, muito da vida e
também um passo à frente do seu tempo, não soando tão inocentes, como era tão
comum na época.
O encarte original nos
traz um lado mais amador (talvez inocente) da época, com desenhos bem
interessantes ao invés de fotos, o que nos remete aos bons tempos do ‘underground
na raça’. Porém, a gravação é profissional e a sonoridade muito boa se
considerarmos que foi feita há 35 anos.
Destaque para faixas como
Give the Dead Man Some Water (que
abre o disco com um refrão pegajoso), Hangman
at Dawn que já mostra os ricos arranjos futuristas/AOR, Dark Side que é um Power Metal a lá Running
Wild (que aliás, devem ter ouvido os finlandeses) e a intimista Mourning Veil, que fecha o disco de
forma sombria. Ainda há um cover para Baba
O' Riley, do The Who, que soa bem particular. Muito legal!
8,5
Vitor
Franceschini
Nenhum comentário:
Postar um comentário