quinta-feira, 7 de março de 2019

Billy F Gibbons – “The Big Bad Blues”


(2018 – Nacional)

Hellion Records

No auge de seus quase setenta anos de idade (a serem completados no final deste 2019, mais precisamente no dia 16 de dezembro), o guitarrista Billy F Gibbons, também conhecido como ‘Reverend Willie G’, chega ao seu segundo disco totalmente solo e mata a sede dos fãs de ZZ Top – que não lança nada em estúdio desde 2012 – com um trabalho genial.

Como o título já entrega, temos em mãos um disco de Blues com muitas referências de Rock e ao Southern Rock norte-americano, mas onde a música famosa de Chicago mais impõe seus dotes. Tudo com aquela veia texana, terra onde nascera Gibbons no final dos anos quarenta.

Músicas próprias, ‘emprestadas’ e algumas versões dos mestres do Blues compõem o tracklist, e trazem em sua sonoridade um clima enérgico, com o Rock levando seus ritmos mais para cima e timbres pesados, com destaque para o baixo de Joe Hardy, que traz linhas densas e até sujas.

A faixa de abertura Missin’ Yo’ Kissin’ é um primor e já ganha o ouvinte de cara, trazendo a assinatura da guitarra de Gibbons, que mostra simplicidade, mas pegada certeira no que propõe. My Baby She Rocks, que vem logo em seguida, tem aquele ritmo safado do Blues, onde esperamos entrar uma ‘stripper’ e fazer seu trabalho. Desta leva ainda podemos destacar a ótima That’s What She Said.

O guitarrista e vocalista do ZZ Top ainda traz versões bem incorporadas com suas roupagens e sua voz rouca de faixas como Standing Round Crying e Rolling and Tumbling (ambas gravadas originalmente por Muddy Waters), Bring It to Jerome e a caricata Crackin’ Up (ambas gravadas originalmente por Bo Didley).

Elwood Francis (guitarra, harmonica), Joe Hardy (baixo, que produziu o disco ao lado de Gibbons), James Harman (harmonica), Mike Flanigin (teclados), Greg Morrow (bateria) e Matt Sorum (bateria, Guns n’ Roses, The Cult) é o time que faz esse trabalho soar irrepreensível ao lado, é claro, de Billy F Gibbons.


9,0

Vitor Franceschini

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