Por Vitor Franceschini
Nos dois meses finais de
cada ano e nestes três primeiros meses iniciais, há pelo menos três décadas é
muito comum ver veículos especializados abrindo votações de melhores do ano aos
seus leitores. Ali se escolhem melhores bandas, músicos, artes de capas, clipes
e até os piores, entre outros.
Essa é uma tradição
aguardada por muitos dentro do meio metálico e também em veículos culturais
diversos. Veículos estes que se expandiram após o surgimento da internet e a
nova forma de se comunicar virtualmente. Consequentemente, com isso, outras
formas de abordagem surgiram.
Mesmo com resultados um
tanto quanto óbvios (o Iron Maiden deve figurar nestas listas desde antes de a
banda existir, risos), antigamente essas votações julgavam realmente a
qualidade (e deméritos) das bandas e dos artistas, claro que com aquele apelo
de fã, que vota mesmo sem ter gostado muito dos trabalhos apresentados por seus
ídolos.
Com o advento da internet
e das redes sociais, esse tipo de votação mudou um pouco e levemente se
assemelhou a eleições (políticas) de fato mesmo. A qualidade dos trabalhos
apresentados talvez não esteja nem nos primeiros quesitos e isso virou uma
disputa um tanto quanto meio que infantil.
Além das próprias bandas,
as assessorias de imprensa especializadas lançam campanhas pedindo votos aos
internautas (fãs, seguidores, etc) para que figurem entre os melhores do ano.
Não condeno tal ação, mas discordo totalmente da mesma. Afinal, qual melhor
forma de angariar votos fazendo um trabalho de qualidade e com
profissionalismo? E como figurar entre os melhores do ano por maioria de votos se
o artista (banda) sabe que seu trabalho não mereceu isso?
Enfim, acredito que este
tipo de ‘campanha’ é mais um ponto de acomodação, que assola muito as bandas e
artistas do cenário, e coloca a preocupação com qualidade de trabalhos de forma
geral mais abaixo do que já vemos. Propaganda? Pode ser, mas há muitas outras
formas de divulgar trabalhos e talvez o mais efetivo e real deles é mostrar
talento e qualidade na música apresentada, além, é claro, do profissionalismo
que tanto está em falta. Imagina figurar entre os melhores do ano única e
exclusivamente pelo resultado alcançado pelo seu trabalho? Deve ser um deleite.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Nunca votou no Iron
Maiden.
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