Killing
Yourself: Danmented (Axecuter)
São mais de trinta anos
dedicados ao Metal! Isso, uma vida! Da adolescência até os dias atuais, onde a
experiência contribui incessantemente para o cenário metálico nacional, e (por
que não?) mundial. Caminhando por estilos mais extremos, mas com aquela veia
que couro, jeans e tarraxa moldaram no Speed Metal, Daniel Azevedo, ‘Danmented’
para os íntimos, registrou e continua registrando trabalhos históricos para o
cenário. Esse é o nosso convidado deste retorno do Killing Yourself.
“Offal”
– Offal (2006): Minhas primeiras experiências com bandas
foram no Rio de Janeiro, entre 1989 e 1991. Experiências em estúdio foram a
partir de 1994, já morando em Curitiba/PR. Mas participar de um CD mesmo foi só
com o Offal, em 2003. A ideia original era apenas se divertir e se entupir de
pizza depois dos ensaios (risos)! Musicalmente falando, a gente só queria
homenagear o Autopsy, compondo músicas simples, que não dessem muito trabalho
pra gente. Nada de solos, nem letras, apenas uns títulos que se encaixaram
muito bem com a proposta. Usamos uma guitarra bem simples e um amp pequeno, de
50 watts, com a distorção do próprio amp. Foi assim que conseguimos um som de
guitarra podre, do jeito que nos agradou, ficou assim porque nós quisemos assim
(risos)! Gravamos esse álbum em 2004 de modo totalmente despretensioso, a gente
nem pensou que essas músicas seriam lançadas, mas o CD acabou saindo em 2006. Foi
relançado em CD no Brasil em 2017, com vários bônus de ensaio, e em tape em
2019 no Canadá, fico feliz por isso.
“Innocence Is Our Excuse” –
Axecuter (EP - 2012): Eu,
o baterista (que também é da formação original do Offal) e o baixista (que me
substituiu na guitarra no Offal e está até hoje) montamos o Axecuter em 2010. A
gente lançou o EP “Bangers Prevail” em tape no ano seguinte, por dois selos europeus,
essas 2 versões já estão esgotadas. Já o compacto “Innocence Is Our Excuse” foi
gravado depois do CD “Metal Is Invincible”, mas acabou sendo lançado antes. Eu
gravei o baixo nessas músicas, tínhamos um baixista emprestado só pros shows. São
duas músicas poderosas, do tipo que grudam na cabeça, ficamos muito satisfeitos
com o resultado. A capa é uma homenagem ao Saxon e a um grande disco deles.
“Metal Is Invincible” –
Axecuter (2013): Cada
detalhe desse disco foi discutido e planejado com antecedência, a gente sabia
que seria um disco especial pra gente. Foi uma realização pessoal muito grande
pra todos na banda, ainda mais sabendo que esse álbum seria lançado em 3
formatos (CD, LP e cassete). Gravamos um cover do Manilla Road, que contou com
a participação do eterno Mark Shelton, isso foi algo extremamente marcante pra
gente, só quem é fã vai entender esse tipo de emoção. A gente queria fazer um
som com a mesma paixão e autenticidade que existem nas bandas que a gente ouve
desde moleque. Creio que o nosso objetivo foi alcançado, sempre vamos ter muito
orgulho desse álbum!
“Doomwitness”
– Imperious Malevolence (2013): Eu já era fã da banda, já
tinha visto vários shows deles e conhecia os caras. Em 2010 eles estavam
procurando um guitarrista e eu acabei entrando. As músicas estavam soando ainda
melhores do que nos álbuns anteriores, eu fiquei impressionado! Gravamos um EP
chamado “Priests Of Pestilence” (2011) e algum tempo depois, já com outro
baixo/vocal, gravamos o CD “Doomwitness”, incluindo as 3 músicas do EP.
Infelizmente a banda não contava mais com 2 dos integrantes originais, mas a
verdade é que a nova formação também estava soando muito bem no estúdio e ao
vivo. Fizemos dois videoclipes, fizemos muitos shows legais e importantes, foi
uma ótima fase. Sempre levei as duas bandas com o mesmo empenho, isso nunca foi
um problema pra mim, pois é o que eu realmente gosto de fazer.
“Raise the Axe” – Axecuter (EP
– 2014): A formação original já não estava mais junta, mas nos
reunimos pra terminar essa gravação, que tinha sido iniciada na época do “Metal
Is Invincible”. Esse 7”EP conta com uma música inédita (a faixa-título) e um
cover do Venom. Nada de Countess Bathory
ou Black Metal, queríamos uma música
menos manjada, então optamos por uma do álbum “Prime evil” (1989). A
coincidência absurda foi que, pouco tempo depois, foi anunciada tour do Mpire
Of Evil, a banda tocaria em Curitiba/PR também. Tivemos a experiência surreal
de ter a participação do The Demolition Man (dividindo os vocais comigo) e do
Mantas (criando um solo na hora, pois a música original nem tem solo). Foi um
dia extremamente especial, é o mínimo que eu posso dizer!
“The Axecuter” – Axecuter (EP
– 2014): As músicas desse compacto estavam programadas pra sair
no “Metal Is Invincible”, mas ficaram de fora pra não ultrapassar o tempo de
duração de um LP. Temos aqui 2 músicas originalmente do EP “Bangers Prevail”,
mas que aqui estão com execução e produção melhores, além de estarem na
afinação padrão (as versões originais estão em D). Usamos letras góticas todas
maiúsculas na contracapa do compacto, fizemos de propósito, a gente sabe que é
meio difícil ler aquela merda, é tudo culpa do encarte do “Obsessed By Cruelty”
(1986) do Sodom (risos)!
“Headbangers
Afterlife” – Axecuter (Split – 2016): Esse é um split com a
banda Flagelador, marca o retorno do Axecuter com outra formação. Gosto muito
dessas músicas também, embora a gravação tenha sido meio conturbada. O
baterista Vigo saiu da banda no meio das gravações e contamos com a grande
ajuda do baterista original Baphometal em 3 músicas. Além disso, gravar o vocal
no cover do Kiss (Gimme More) foi uma
experiência mais complicada do que eu imaginei, não foi nada fácil interpretar
como Paul Stanley. Mas eu fiquei muito satisfeito com o cover e também com as
músicas novas. Esse Split foi lançado em CD e em LP na mesma época, mas por
selos diferentes.
“A Night of Axecution” –
Axecuter (Live – 2018): Já
contando com o novo baterista Verdani (além do baixista Rascal, que entrou
antes do Split), a banda passou a fazer muito mais shows, o que trouxe um
entrosamento maior do que nunca. Tivemos a ideia de captar o áudio em um show
na nossa cidade, mas sem ter certeza de como ficaria, a gente queria apenas ter
o registro de um show com qualidade melhor. Foi uma gravação que tinha tudo pra
dar errado, mas que depois da mixagem acabou se tornando um importante
lançamento pra banda! Existem algumas pequenas falhas técnicas na captação, mas
a energia da banda ao vivo está documentada com esse lançamento, gostamos muito
dele. Quase ninguém comentou sobre uma zoeira que fizemos: no final da última
música, colocamos o barulho do público de um álbum ao vivo do Slayer, (risos)!
Em seguida vem um cover do Flagelador, gravado em estúdio, que deveria ter
saído num tributo a eles, mas que até agora não foi lançado, infelizmente. Esse
álbum saiu em CD e em tape, em tiragens limitadas de 2 selos sul-americanos.
“Decades of Death” – Imperious
Malevolence (2018): É
um grande registro, sem dúvida! As regravações de algumas músicas antigas ficaram
ótimas e as músicas novas também, juntando o passado e o presente da banda, que
tem mais de 22 anos de existência. A produção ajudou muito, está tudo bem
timbrado, todos os instrumentos aparecem muito bem no meio da barulheira
(risos)! Eu saí da banda um pouco antes do CD ser lançado, sem maiores
desentendimentos, foram 8 anos de uma parceria muito boa! Agora a banda segue
seu caminho, mantendo sua música brutal.
“Surrounded
by decay” – Axecuter (2019): Com a mesma formação do
álbum ao vivo, esse é mais um lançamento em que tivemos extremo cuidado na
composição, arranjos, gravação, parte gráfica, tudo! A essência da banda
permanece a mesma, mas é inevitável que as músicas soem um pouco diferentes, eu
realmente não considero isso um problema. As linhas vocais possuem uma variação
maior, talvez seja essa a principal diferença em termos de composição. Eu
considero esse novo álbum tão bom quanto o anterior, mas com uma produção ainda
melhor, eu diria.
Danmented é o cara na guitarra e que vozeirão. Sucesso, brother
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