Por Adalberto Belgamo
Do sofá da minha casa,
com uma pizza de sardinha roots (risos), passando um calor infernal, resolvi
maratonar o dia do Metal/Hard Rock. Antes
de me perguntarem “e o trabalho?”. Saio às 3 da tarde e deixei os dinossauros
bem alimentados! (risos).
Assistir a shows pela
tela da TV obviamente não tem o mesmo impacto de estar presente nos eventos. A
experiência coletiva é surreal! Mas, em casa, vale a pena também. E segue o
fluxo!
Foto: Marcelo Paixão |
Nervosa
Acompanho a carreira das
meninas desde o primeiro EP. Que show! Além de criativas e competentes
musicalmente, inspiram outras mulheres a ocupar o espaço merecido dentro da
cena. Sim! Metal não tem gênero, apesar de alguns “cuecas” torcerem o nariz,
principalmente os que ficam masturbando o braço da guitarra no quarto,
reclamando de tudo. Aceitem que dói menos e mordam o saco escrotal do
papazíneo! (risos)
Foto: TINE/I Hate Flash |
Torture Squad,
Claustrofobia e Chuck Billy
Na opinião de quem vos
escreve, o Torture deu um “up” com a entrada da Mayara (de onde vem aquele
gutural???). Já o Claustrofobia parece ter se reinventado como um trio! Que
agressividade! (no bom sentido). Vi, recentemente, as bandas na minha cidade.
Modéstia à parte, tinha certeza que arrebentariam no festival.
Foto: Renan Olivetti |
Chuck Billy. Testament.
Bay Área. Disciples Of The Watch,
Practice What You Preach e Electric
Crown na sequência. Sem mais. Histórico! Sensacional!
Fato: as três bandas
mereciam o Palco Principal!
Foto: Marcelo Brandt/G1 |
Sepultura
Sem dúvida alguma, o
maior expoente do Metal brasileiro. Apresentação competentíssima, como sempre!
O único porém é a repetição exaustiva de bandas, inclusive internacionais. Há
outros nomes importantes do estilo no país. Não faria mal algum “variar” o
cardápio.
Foto: Adriana Vieira |
Uma das minhas bandas preferidas! Infelizmente, nunca a vi in loco. Preciso consertar isso antes de descer para a casa do Morningstar (risos). Scott Ian, sem medo algum em dizer, está entre os cinco melhores “riffeiros” da história do Metal!
A volta do Belladonna -
sem desmerecer outros vocalistas que passaram pela banda – ressuscitou aquela
“cara” dos anos 80, nos quais, na opinião de quem vos digita o texto com dois
dedos (risos), estão os melhores álbuns dos nova-iorquinos. Começaram com Caught in a Mosh e terminariam com Indians (Chuck Billy na área!). Set
perfeito! Show empolgante! Lindimais!
Foto: Divulgação/Radu Lawless |
Helloween
Fiquei impressionado com
o show. Apesar de não ser fã de Power Metal (não posso opinar sobre o estilo,
pois não é a minha “praia” – Rio... praia... entenderam? nossa ... que tosco! –
risos), impressionante a qualidade musical da banda e do espetáculo em si!
Histórico para os fãs!
Foto: Beto Roma/Multishow |
Slayer
Despedida? Se a banda
acabar “mesmo”, não poderia ter se despedido de forma mais marcante! Abriram as
portas do inferno! (Ave Satanás! - risos). Que apresentação! Foram 13 “aulas”
de Thrash Metal sem firulas e piedade! Black
Magic me fez voltar aos anos 80! Set para não deixar nenhum pescoçinho
intacto. O Gary Holt, sem dúvida alguma, está em um patamar acima dos
contemporâneos do estilo. Surreal a combinação de técnica e agressividade nos
solos! Outro momento histórico de uma banda que sai (será?) de cena por cima!
Foto Diego Padilha/Rock In Rio |
Iron Maiden
Não há palavras para
descrever o som, o profissionalismo e a entrega da banda. Simplesmente Iron
Maiden, patrimônio não apenas da NWOBHM (ou do Metal), mas também da cultura
ocidental, oriental e interplanetária! (risos). Eles não entram na celeuma a
respeito da repetição do line-up. Que venham todos os anos!
Foto: Marcelo Paixão / I Hate Flash |
Scorpions
Então, disseram que
depois do Iron nenhuma banda conseguiria “segurar” o público. Quem disse tal
aberração, não conhecia (ou conhece) a história do Scorpions. Mais de meio
século de existência sem perder a qualidade. O Klaus Meine está com 71 anos. Ao
contrário de certas “estrelas” da música, não precisa de protools e overdubs
para dar conta do recado ao vivo. Percorreram toda a discografia. Hard Rock
sententista e oitentista lado a lado, sem falar nas baladas, compostas com
maestria e com lugar garantido na história do Rock. Que show, crianças e
“crianços”!
O único “porém” foi a não
inclusão do Whitesnake, que fez uma apresentação maravilhosa, no dia mais
pesado do evento. De resto, provou mais uma vez que, entre os diversos públicos
de Rock, o do Metal é o mais fiel e participativo. E passe a régua!
Além do dia do Metal/Hard
Rock, assisti a outros shows (o do Mano Brown, firmeza!), mas ficam para outra
ocasião.
Inté, que eu preciso
alimentar os dinossauros! Fui!
*Adalberto Belgamo é
professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do
Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e
seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.
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