Se há algo de podre no
underground vocês podem ter certeza que em grande parte o responsável por isso
é FAMG Necromaniak, também conhecido como Fabio Gorresen e há quase trinta anos
infesta a cena com podridões oriundas do Gore, Splatter, Grind, Death Metal e
afins. Encabeçando o Flesh Grinder, patrimônio do GoreGrind nacional (e mundial!), lançou
dezenas de trabalhos incluindo com outras bandas, como o saudoso Zombie
Cookbook. Esse é o nosso convidado da vez!
Hephrem |
“Hephrem”
– Demo – Hephrem (1991): Foi o registro da minha primeira
banda, não tocávamos nada, só queríamos fazer nosso barulho. Nos trancamos no
quarto de ensaio do guitarrista do The Power of the Bira, uma mesa de 4 canais
e um gravador de aparelho de som mesmo e demos o REC. Foi o começo de tudo!!
Tem seu valor, principalmente para quem fazia parte da banda e tem um registro
de que aquele tempo existiu.
“Rotten
Process” – Demo - Flesh Grinder (1994): Ensaiávamos direto e
como banda resolvemos gravar nosso registro de maneira profissional. Fomos para
Curitiba no estúdio Solo, o mais foda na época. 8 canais, totalmente analógico,
gravamos tudo separado, coisa que nunca tínhamos feito. Lembro que na gravação
dos vocais do Marcelo eu começava a rir e tiveram que me tirar da sala. Com a
demo começamos mesmo como banda, começamos a divulgar e a fazer shows pela
região e por Curitiba/PR. Foi um passo importante para a gente.
“Anatomy
& Surgery” – Flesh Grinder (1997): Como trabalhamos
em cima desse álbum, foram 2 anos compondo e ensaiando. Resolvemos gravar em
Joinville/SC mesmo no Kas Estúdio. Estúdio muito bom, totalmente analógico
também, mas com o produtor não acostumado com Metal. Gravamos em 1 final de
semana bem corrido. Nessa gravação vimos que não era uma boa comer feijoada e
gravar os vocais… (gargalhadas). Foi nosso primeiro CD, nosso cartão de visitas
e tinha uma distribuição muito legal por parte da Lofty Storm. Com ele
começamos a ter contatos fora do país e ficávamos super contentes com as
reviews.
“S.P.L.A.T.T.E.R.”
– Flesh Grinder (1999): Aqui queríamos uma produção melhor e
fomos atrás de quem soubesse gravar Metal. Lá fomos nós novamente para
Curitiba, dessa vez no Clínica que ficava em um Hotel. Puta estúdio e um
produtor que entendia da bagaça! Um final de semana concentrados no
estúdio, gravando direto no ADAT. Lembro que quando saímos do estúdio no
domingo estava uns -4 graus lá fora!! Nem vimos nada que acontecia. O “S.P.L.A.T.T.E.R.”
foi um trabalho que acabou sendo o queridinho de uma galera, acho que até hoje
é o melhor da banda para algumas pessoas. Também marca o começo da parceria com
o Fernando Camacho que fez a arte do CD.
“Orgia”
– Demo – Impuro (2000): Participei em 2 músicas só que
gravamos no Clínica em Curitiba. Era para sair em CD, não sei o que deu que não
aconteceu.
Ausbomben |
“World
War II” – Demo – Ausbomben (2000): Banda de amigos que
curtiam a vida adoidados!!! (risos) Éramos o Black Metal Grind, era um lance
Marduk e War... Fizemos muitos shows era bem legal. A demo resolvemos gravar em
um estúdio em Joinville, mas sempre tem o lance do técnico não entender de Metal.
Pra gente foi bem ruim e desconfortável a experiência. Só queríamos terminar e
ir embora. Pra você ver gravamos sem guia, total cegos mesmo!! Uma gravadora da
Espanha queria lançar um material nosso, mas a banda não foi pra frente.
“Libido
Corporis” – Flesh Grinder (2001): Agora tínhamos um
contrato, maravilha! Só que não, foi total atraso de vida!! O disco é lindo,
foi podrão e teve um amadurecimento legal da banda tanto nas músicas como na
arte. Gravamos novamente no Clínica como fazíamos de nos internar um final de
semana. Esse disco teve uma divulgação incrível, em todas as lojas de Metal do
Brasil você achava ele. Mas o pessoal de fora reclamava que não conseguia pegar
o CD. E foi um contrato que demoramos para conseguir sair.
“Coroner's
Inquest Suit” – Flesh Grinder (2005): Viemos de um rompimento
na banda, só queríamos estruturar tudo novamente e voltar a tocar. Gosto
bastante das músicas, mas acho que deveríamos ter esperado mais para gravar,
estávamos afobados e não tínhamos o entrosamento certo ainda! E também gravamos
em Blumenau/SC em um estúdio muito foda, mas acho que precisávamos de um
produtor mais experiente nessa etapa. O resultado como um todo não nos agradou tanto
e às vezes falamos em regravar ele, mas acho que passou. Melhor trabalhar em
material novo. Reinventamos a banda e seguimos um tempo nesse caminho, o som
mudou para algo mais Grind/Gore assim como o visual de palco também.
Início dos anos 2000 |
“Crumb's
Crunchy Delights Organization” – Flesh Grinder (2008):
Trabalhamos mais e já tínhamos entrosamento entre os membros da banda.
Decidimos pegar um estúdio que pudesse tirar e explorar bem a nossa sonoridade.
Fomos para o Da Tribo!! Estúdio profissional mesmo, gravador de rolo monstrão e
tudo de primeira, assim como o Ciero e o Trek. Passamos uma semana internados,
gravando, repetindo, timbrando e repetindo novamente. Foi bem trabalhoso, mas
uma das melhores experiências de gravação que tivemos. Só foi foda meu vocal.
Tinha feito ima cirurgia a pouco tempo, então não me agradei do vocal, ficou
estranho para mim. O Crumbs também fizemos totalmente temático, letras mais
gore. E foi nosso primeiro trabalho pela Black Hole.
“First
Time at Maggot Sessions” – Split – Flesh Grinder / Squash Bowels (2009): É
o relançamento da demo em CD... Nossa primeira parceria com a Rotten Foetus.
“Two
Repulsive Eyes” – Split – Flesh Grinder / Lividity (2010): gravamos
esse por convite da Rottet Foetus que queria um split ao vivo, acho que o
Lividity já tinha a gravação e nós aproveitamos o “Matter of Splatter” para
fazermos a gravação.
“Cinetrash”
– EP – Zombie Cookbook (2010): Era bem começo do Home
Studio, fizemos uma gravação tosca e achamos o Lisciel em um grupo de Orkut, e
ele nos ajudou na mix. Tínhamos ideia de só lançar em K7 ou vinil, aí apareceu
o Chalie e lançou o 7EP. Era tosco mas dava a ideia do que era a banda. O
pessoal começou a gostar, divulgou legal a banda.
Zombie Cookbook |
“Outside
the Grave” – Zombie Cookbook (2012): De novo gravamos no Home
Studio, mas chamamos o Lisciel para comandar tudo. Conseguimos a ajuda do
edital da cidade por isso tínhamos que correr. Estávamos gravando e compondo ao
mesmo tempo, foi loucura total. Acho que usamos os ‘equipos’ mais toscos que
pudemos achar. Aprendi muito com o Zombie, principalmente de tentar novas
maneiras de compor, trabalhar melhor meu vocal e linhas de vocal.
“Necrofiles”
– EP – Flesh Grinder (2013): Gravamos em meu Home
Studio depois de um grande hiato nas gravações da banda. Ele foi meio que um
ensaio para a gravação do “Nomina...”. Fomos remoldando nosso som voltando às
origens da banda. Serviu para dar um novo gás!!
“Motel
Hell” – EP – Zombie Cookbook (2014): É um dos trabalhos
que mais gosto também. Foi gravado no meu Home Studio, mas mandamos mixar na
gringa com o Damien. Acho que capturou bem o que é o Zombie Cookbook e também
veio o clipe que foi uma experiência linda de ter participado. E participamos
com o Offal, puta banda e os caras são irmãos mesmo.
Flesh Grinder atual |
“Nomina
Anatomica” – Flesh Grinder (2016): Gravamos no meu Home
Studio com calma, testamos os timbres, gravei várias guitarras com vários
pedais, gravamos e regravamos as linhas de vocais, fizemos tudo com calma para
chegar na sonoridade de uma cova rasa. Foi bem prazeroso trabalhar no “Nomina...”.
A arte do CD feita pelo Camacho ficou linda!! Brutal e linda ao mesmo tempo,
por ela você já tem ideia do que vem por ai. O “Nomina...” também norteou nosso
caminho e é o que vamos seguir para frente.
“Among
the Living...Dead” – Split – Zombie Cookbook / Rancid Flesh (2016):
Não lembro de quem veio a proposta, mas valeu muito a pena lançar esse trabalho
ao lado do Rancid Flesh, veio logo depois do segundo full deles e foi legal
também a parceria com vários selos.
“Expurgo
/ Flesh Grinder” – Split – Flesh Grinder / Expurgo (2017):
Com o Expurgo!!! Honrados de mais de trabalhar com eles e com a Cogumelo. Tudo
foi bem rápido, quando vimos já tínhamos que compor e gravar... Tudo foi meio
na pressa, acho que com mais tempo dava para melhorar um pouco mais. Mas
gostamos bastante do resultado. Com Splits e 7EP’s acho mais difícil de ver o
feedback então não sei direito das vendas e até onde foi o lançamento.
“Dismorfias”
– Demo – Legista (2019): É mais um projeto para aprender e
testar as gravações. Tava dando um tempo com o Flesh, mas sempre tava compondo,
então resolvi colocar a bateria e fui gostando do resultado e nasceu o Legista.
Também queria ver como soava em português. A demo não está pronta ainda, faltam
terminar umas gravações, faltam uns vocais, talvez faça músicas novas. Estou me
dedicando ao novo lançamento do Flesh, então engavetei por um tempo o Legista.
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