Um dos maiores nomes do
Metal tradicional paranaense, o Dominus Praelii, teve a voz de Ricardo Pigatto no
início de sua jornada, fez e faz história, só que hoje sem seu vocalista
original. Hoje, Pigatto assumiu o baixo e a voz na banda Hellway Patrol, que
assume uma identidade um pouco mais pesada e vem ganhando cada vez mais seu
espaço no cenário nacional. Ricardo Pigatto é o nosso convidado da vez.
Dominus Praelii |
“The
First Battle” – Demo - Dominus Praelii (2000): Essa
foi a minha primeira gravação. Ele foi gravado no TNT em Londrina, que na época
era do pessoal do Subtera. Foi uma puta experiência. Eu lembro que o áudio foi
gravado direto numa mesinha que tinha um cartucho de Zip Drive, coisa moderna para
a época, e eu tive que ficar esperando entregarem o material para ouvir porque
não tinha como simplesmente como exportar uma pré em MP3 ou WAV. Eu era moleque
de 17 anos, quase morri de ansiedade esperando ficar pronto! (risos)
“Holding
the Flag of War” – Dominus Praelii (2002): Esse foi gravado no
estúdio El Rocha em São Paulo. Eu lembro de ficar assistindo ensaios do Ratos
de Porão entre as sessões. Acho que o dono do estúdio é DJ e produtor do Criolo
se não me engano. Esse disco já saiu pela Mega Hard que era uma gravadora
importante na época e todo mundo estava empolgado com o trabalho. A temática
era bem variada. O Arlei, irmão do Silvio Rocha havia escrito algumas das
letras. Algumas eram ficção/fantasia com temáticas de guerras e batalhas,
algumas sobre o conquistador Mongol Gengis Khan e seu exército e tem até Hard Deadly Wheels que é sobre minha
paixão por motos. Acho que foi um marco para o Power Metal nacional naquele
tempo, mas apesar de eu ainda ouvir e tocar as músicas, não teria paciência para
escrever algo com 3 minutos só de introdução ou algo assim novamente. Era o
espírito da época mesmo! (risos)
Dominus Praelii |
“Bastards
and Killers” – Dominus Praelii (2006): Esse demorou pra sair...
que desespero! (risos) Acho que atrasou em mais de 2 anos o lançamento. A
temática do disco eram os vikings e suas incursões pela Inglaterra, França e
até América. Na época que escrevi as letras não se achava material no Google,
acho que nem existia Google direito, então eu lia todo livro que eu achava
sobre o assunto. Ganhei até uns xerox de livros e devorei tudo. Essa parte de
ler e escrever as letras foi uma experiência a parte. A gravação foi em São
Paulo de novo, produção do Tchello Martins que hoje é técnico do Racionais MC e
vez ou outra a gente se tromba na estrada. Tivemos mais tempo em estúdio dessa
vez, conseguimos aprimorar melhor o trabalho e até mesmo eu estava me
desenvolvendo melhor como vocalista. É meu disco favorito do Dominus até agora.
“Hellway
Patrol” – EP – Hellway Patrol (2017): O que pouca gente sabe é
que nossos dois trabalhos foram praticamente gravados juntos e só lançados
separados e com produções diferentes. O instrumental foi gravado ao vivo, com
todo mundo tocando junto, e acrescentamos vocais e guitarras extras depois.
Gravamos no High Voltage em Londrina/PR com produção do Gustavo Iorio. Durante
essa gravação eu estava participando de uma tour do Dominus com o Tim ‘Ripper’
Owens e mostrei uma pré pro pessoal. O Kiko Shred, guitarrista do Ripper, se
interessou pelo trampo e disse que queria participar. Escolhendo a Omen pra ele gravar porque era nossa
música mais Heavy/Power e escolhemos outras 3 músicas para lançar juntas
compondo esse primeiro EP. Foi demais ter um guitarrista virtuosíssimo, numa
pegada bem diferente da do Thiago, somando forças nessa música. É engraçado
porque os dois são de escolas totalmente diferentes, tem estilos e abordagem
diferentes ao instrumento, mas uma coisa que eles têm em comum é que acordam e
dormem com a guitarra na mão. Em tour, em casa ou o que seja, em todo o tempo
que eu convivi com esses dois, toda hora que havia um tempinho livre, lá
estavam ‘dechavando’ o instrumento. Não é à toa que são os monstros que são.
“Desert
Ghost” – EP – Hellway Patrol (2018): Para o “Desert Ghost”
teríamos participação de dois vocalistas que tive a sorte de conhecer e criar
uma amizade. May ‘Undead’ do Torture Squad e Silvano Aguilera do Woslom, dois
dos melhores vocalistas da atualidade e ambos morando em São Paulo. Então
pegamos o instrumental que já havia sido gravado em Londrina e procurei o
Michel Kuaker para gravamos todos os vocais e terminar de produzir no Wah Wah.
Foi muito legal voltar ao estúdio onde gravamos o “Chumbo Grosso” (2011) do
Fabulous Bandits que é o trampo mais diferente que fiz até hoje. O Kuaker disse
que não tinha experiência em gravar Metal e eu achei que poderia ser bem
interessante ter alguém com uma visão diferente para a pós-produção. O Silvano
e a May apareceram, passamos a tarde gravando, saímos pra beber juntos depois e
foi um dia divertidíssimo. O plano já era lançar digitalmente e em vinil, então
tivemos duas versões de cada música, uma mais curta e outra estendida e também
duas masterizações que ficaram por conta da Absolute Master. Eu fiquei bem
contente com o resultado. Agora estou desesperado é para lançar um trabalho
novo! (risos)
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