terça-feira, 27 de outubro de 2020

Sem Textão: A pandemia trouxe algo positivo ao cenário Metal? Eu acredito que sim!

 


Por Vitor Franceschini

 

Por incrível que pareça, sou daquelas pessoas que conseguem enxergar um lado positivo em praticamente tudo. Das piores coisas que você possa imaginar. Isso não quer dizer que acredito que todos os males sejam necessários. Acho que pra tudo há vários caminhos. Porém, como somos seres humanos, muitas vezes só aprendemos ou enxergamos soluções diante de situação difíceis e/ou quando erramos.

A pandemia, seguida do isolamento social (que já não está mais em voga, afinal, poucos ainda seguem essa restrição), assolou o cenário cultural mundial. Sem dúvidas, um dos mais atingidos. E, claro, por consequência, o cenário metálico do mundo e o nacional, que são formados por 80% de músicos, bandas e artistas independentes (uma estimativa própria), levou um cheio quase chegando a nocaute.

Por um lado, muita coisa não mudou. Os shows undergrounds foram adiados, mas sejamos realistas. Isso dava lucro para alguém ou era mais movido pela paixão e curtição ao som? Foi retórico. No entanto, estes eventos quase sempre vazios, praticamente umas festas particulares, ganharam amplitude e mais abrangência com as lives.

Duvido que qualquer banda que ainda não se sustente de sua própria música tinha em média um público de 100 a 150 pessoas em seus shows. Isso se faz facilmente em ‘lives’ e o retorno é maior. Explico o porquê. Tudo bem que nada substitui os shows presenciais, o calor humano, a sociabilidade, etc. Mas não é esse o ponto. Tudo bem também que as bandas vendem merchandising nos shows, talvez esse um ponto negativo, mas nem tanto. Só que o retorno quase que nulo, financeiramente falando, é muito maior em exposição com as lives.

Um evento online bem organizado, pode atingir pessoas do mundo inteiro, coisa quase que impossível para muitas bandas. Claro, que precisamos trabalhar muito bem na divulgação e nisso tenho visto um pouco de preguiça (ah vá!) de muitos organizadores e dos próprios artistas. Com a internet, sem dúvidas que a chance de comercializar material por consequência dessa exposição virtual aumenta.

Outra coisa perceptível e muito interessante, é o aumento considerável de lives de entrevistas e bate-papos. Já havia uma aqui ou acolá antes da pandemia, mas isso deve ter no mínimo triplicado e vejo com extremos bons olhos, afinal, nosso público não ama ler, assim como grande parte da população brasileira. Logo, vídeos são atrativos diretos para que conheçam mais bandas e artistas, através de explanações dos próprios.

Porém, leiam bem, isso não quer dizer que, assim que essa maldita pandemia se for e os eventos presenciais retornarem, essas lives e alternativas devam substituí-los. Jamais!!! Podem deixar um legado, e servir de complemento na divulgação de bandas independentes, principalmente diante de tantas dificuldades e condições que elas encontram no país para tocar e vender seus produtos. É isso!

 

*Vitor Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Não gosta de lives, mas apoia. Assistiu apenas 3 até agora.

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