sexta-feira, 6 de novembro de 2020

ChaosFear: "O Thrash é a raiz do som do ChaosFear"




Por Vitor Franceschini

 

São quase vinte anos de estrada, mas a experiência de Fernando Boccomino (vocal/guitarra), Eduardo Boccomino (guitarra), Marco Nunes (baixo) e Fábio Moysés (bateria) vem de muito antes. Nos anos 2000 conceberam o Chaosfear que se tornou um dos nomes fortes do cenário paulista em se tratando de Thrash Metal. Pena que, após o lançamento do segundo álbum, “Image of Disorder” (2008), mesmo lançando um EP e alguns singles, a banda só foi soltar seu sucessor agora em 2020 devido a um problema relatado nesta entrevista. Mas, o lado positivo é que os caras se mantiveram antenados e entregaram em “Be the Light in Dark Days” as características que a banda moldou agregadas a sonoridades atuais! Fernando e Moysés falou com o ARTE METAL, contaram tudo do novo álbum, o hiato entre os dois discos e muito mais.

 

"Image of Disorder" (2008) foi lançado há 12 anos. Convenhamos que é um bom tempo de intervalo de um álbum completo para outro. Por que demoraram tanto pra lançar um novo trabalho?

Fernando Boccomino: Concordo com você. Mas nesse intervalo lançamos o EP “Legacy of Chaos” (2012) e 3 singles (um deles é um cover do Prong). A demora para nós lançarmos foi devido a um problema grave de saúde que tive (tenho) que fez com que nossos planos fossem adiados. Em meados de 2018 me senti seguro e saudável pra voltar com a banda. Conversei com meu irmão e aqui estamos nós!

 

As músicas de "Be The Light In Dark Days" foram compostas recentemente ou vocês trabalharam nelas durante este intervalo de um álbum para outro?

Fernando Boccomino: Algumas músicas foram compostas durante esse intervalo, mas a maior parte do material foi composto especificamente para o novo trabalho.

 


E como foi o processo de composição do disco? Enfim, qual a metodologia que a banda utilizou?

Fernando Boccomino: Algumas músicas eu e meu irmão já tínhamos praticamente prontas (The Hand That Wrecks The World e The Alliance), o Marco Nunes tinha uma música pronta também (A New Life Ahead), as outras 4 músicas eu fiz o esqueleto e mostrei pro pessoal da banda. Daí trocávamos arquivos até que todos colocassem suas partes e achassem que a música estava fechada.

 

Vejo um ChaosFear inquieto, ousado, pronto pra ousar no disco. Vocês concordam?

Fernando Boccomino: 100%! Essa inquietude é fundamental pra manter a banda viva. Quisemos mostrar outras facetas da banda, sair um pouco do Thrash/Death característico dos primeiros trabalhos e expandir os horizontes com novas influências. Posso dizer que vamos do Hard ao Black Metal sem pudor algum...(risos). Nós 4 ouvimos muita coisa fora do Metal, isso ajuda a ter uma visão diferente quando vamos compor. A regra no ChaosFear é não seguir regras!!

 

Afinal, nota-se que vocês saem do lugar comum em "Be The Light In Dark Days". Uma melodia mais intensa, porém bem dosada e um toque moderno é notado. O que podem falar sobre isso?

Fernando Boccomino: Desde nossa volta em 2018 incorporamos em nosso som mais melodia e climas sombrios. A música Global Atrocity (single/2018) é uma prova dessa mudança. No CD novo quisemos manter essa linha pesada e melódica/melancólica com a pegada tradicional do ChaosFear que é aquele Thrash/Death visceral. Quando o pessoal ouvir o CD inteiro verá que ele é bem balanceado, não tem nada que fica martelando a mesma coisa o tempo todo.

 

Duas coisas interessantes. A banda consegue manter o Thrash Metal no pacote, com todas as características que moldaram a sonoridade do ChaosFear. Gostaria que falassem sobre isso.

Fernando Boccomino: O Thrash é a raiz do som do ChaosFear. O peso e agressividade sempre estão presentes em nossas músicas, mesmo nas partes mais suaves o clima é pesado/sombrio. Sempre manteremos o Thrash em nosso som, mas acompanhado de novos elementos que façam nossas músicas ficarem cada vez mais ricas.

 

A outra coisa é que quando falo de moderno, não é tendência ou cair no artificial da coisa, mas sim atual. É um caminho perigoso, mas vocês saem intactos disso. Concordam?

Fernando Boccomino: Entendo perfeitamente. Temos vários elementos modernos em nossas músicas e acho que isso é muito saudável e importante pra banda. Estamos em 2020, não dá pra ficar preso no passado... É o que sempre falo: respeitamos o passado, vivemos o presente e estamos de olho no futuro. Tem muita banda boa/moderna por aí hoje em dia. Estamos sempre atentos às novidades.

 

Vocês gravaram dois videoclipes um para a faixa From No Past e outro para The Alliance. Por que escolhera essas faixas e qual conceito dos vídeos?

Fábio Moysés: A The Alliance foi a primeira música desta formação a ficar pronta, estávamos ansiosos (risos). A From No Past é um som que gostamos muito e achamos uma boa música para um clip também.

 

Falando nisso, acredito ser fundamental para as bandas hoje em dia trabalharem com vídeos. O que vocês pensam sobre o assunto?

Fábio Moysés:  Concordo. Quanto mais material a banda tiver disponível, melhor. E tem muita gente talentosa por aí. O Jean, que faz nossos vídeos, é um cara com ideias sensacionais.

 

O trabalho foi lançado neste conturbado ano de 2020. Como vocês estão divulgando o disco e como pretendem trabalhar no futuro? Enfim, contem-nos as novidades do ChaosFear e os planos para esse futuro incerto?

Fábio Moysés: Esse disco foi idealizado antes da pandemia, mas realmente aconteceu durante. Fizemos tudo online, cada um gravando em sua casa e mandando pro Marco, que foi também o produtor do disco. Deu muito certo, todos se engajaram e gostamos do resultado. Na verdade, a pandemia não parou o Chaosfear. Acabamos de fazer uma collab sensacional com o Steve Zetro Souza, do Exodus, no som The Toxic Waltz. Ficou muito bacana e estamos divulgando este single no momento. 

Fábio Moysés e Fernando Boccomino: Queremos agradecer ao ARTE METAL por abrir seu espaço para o Chaosfear e bandas brasileiras mostrarem seu trabalho. Muito obrigado pelo apoio e pelo incentivo à arte. Um grande abraço.

 

https://www.facebook.com/chaosfear/

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