Por Vitor Caricati
Tava aqui pensando: que
seria do Metal brasileiro sem os "tititís" e "bafafás" que
envolvem o séquito """mainstream""" dessa
cena?
Bem melhor! Muito melhor!
Os rachas protagonizados
por bandas como Angra e Sepultura no fim dos anos 90 foram a público de forma
tão vergonhosa que custa até hoje acreditar que ainda dão tanto pano pra
manga.
Mesmo após 20 fucking
anos!!
Sério! A lavação de roupa
suja protagonizada pelo Sepultura no evento da saída de Max Cavalera da banda
veio a público envolto numa manta de ‘coitadismo’ tamanha que, se você não
escolhesse um lado da história, você dormiria se sentindo culpado por não tomar
partido. Na época, especulava-se que o finado diretor/escritor de novelas Jorge
Fernando teria adquirido os direitos desse ‘rebosteio’ todo e estaria
planejando uma obra de áudio visual narrando os fatos dessa traumática
separação. Eu assistiria se viesse com aquele delicioso approach de 'novela das
seis'. Saca aquela velha fórmula "romance-intriga-separação-cobiça".
Então...
Bom, trocando em miúdos:
foi merda pro ventilador e até hoje respinga por alguns cantos. Invariavelmente
de forma absolutamente vergonhosa, como a última protagonizada pelo próprio Max
em suas empreitadas ao vivo pelas redes sociais onde mandou os membros atuais
do Sepultura à merda a troco de absolutamente NADA.
Pior do que a saída de
Max do Sepultura, só a situação do Angra mesmo. A banda tem até hoje um grave
problema de relacionamento com ex-membros e ex-empresários que nem mesmo com
várias sessões de terapia seguidas de sessões de descarrego um alívio mNetal e
emocional aos envolvidos. Arrisco a dizer que nem lançando um “St Anger”
o Angra vai conseguir exorcizar por definitivo tanto demônio acumulado no seu
umbral.
O engraçado é notar que
esse tipo de expediente começou a se tornar frequente no universo da banda meio
que recentemente (nos últimos 10 anos), sendo as redes sociais o palanque
desses espetáculos vexaminosos. Nota-se ainda que essa lavação de roupa
suja passou a ser ainda mais corriqueira - e extremamente conveniente, diga-se
- após o incidente em que o ex-cantor da banda gravou um vídeo em tom de
desabafo criticando a preferência brasileira por PIROCAS internacionais em
detrimento do produto nacional.
Lembrando que a banda e
todo aquele cenário paulista de Heavy Metal melódico passava um momento de
franca decadência e o famoso vídeo de Edu Falaschi foi decorrido de um fiasco
de público ocasionado em um show de sua banda Almah. Mas disso aí vocês podem
tirar as próprias conclusões. Eu só jogo a gasolina e vocês que arrumem a
própria fogueira.
Teve até ex-membro
desenterrando história do chute na bunda levado mais de dez anos atrás em troca
de dinheiro (por uma nobre causa, reconheço) em uma live! Poucas vezes o termo
"vergonha alheia" pôde ser empregado com tanta propriedade.
Mas onde caralhos eu
quero chegar com essas reminiscências ‘metaleiras’ do nosso Brasil varonil?
Pois bem...
A banda brasileira de Thrash,
Nervosa, lançou seu novo disco “Perpetual Chaos” após uma ruptura enorme em sua
formação. Dessa separação, ficou a guitarrista Pryka de um lado e a
baixista/vocalista Fernanda Lyra e a batera Luana do outro. Essas duas últimas
formaram a banda Crypta que vem soltando ‘spoilers’ do vindouro e promissor
primeiro play, enquanto que Pryka segurou um rojão de proporções consideráveis
onde se viu na inglória tarefa de arregimentar novos seres humanos para dar
seguimento aos trabalhos com sua banda. Só quem tem/teve uma banda sabe a quão
traumática é a experiência de agrupar pessoas com ideias e ideais em prol de
uma mesma causa. Ainda mais depois dos 30 anos de idade! Jesus Cristo, que pé
nos bagos sem tamanho!
E contra todas as
expectativas dos ‘bangers virjões’ de meia idade, eis que a Nervosa começa o
ano com seu novo disco! E que disco do caralho, meu amigo! Digo sem
exageros que é um dos grandes candidatos a disco de Thrash do ano!
Que fique registrado: nesse
ínterim, nenhum dos lados voltou à imprensa para falar merda de ex-companheiras
de banda ou chorar as pitangas nas redes sociais. TODAS as entrevistas, de
ambos os lados, foram pautadas por planos e projetos futuros. Afinal, quem
gosta de passado é museu. E em nenhuma delas houve qualquer ataque de cunho
pessoal.
Bom, posto isto, o que
quero externar através dessas mal traçadas, NÃO é que o exemplo da mulherada
tem feito muito "marmanjo guerreiro veterano da cena brasileira"
repensar a forma de conduzir um produção artística underground. Isso é tão
óbvio que nem vale a pena gastar mais dedo pra encher linguiça versando sobre
isso nesse texto! TAMPOUCO quero dizer que foi-se o tempo em que as minas eram
apenas coadjuvantes na cena. E NEM quero vir aqui com discursinho 'coach
motivacional empreendedor de si mesmo' do tipo "trabalhe duro e os
resultados virão"(argh!). MUITO MENOS quero enaltecer o empoderamento
feminino diante de uma situação de adversidade e blá, blá, blá. Não é preciso
um cretino como eu vir e falar obviedades tão...
...óbvias!
Só queria dizer que quem
chora muito, quer mamar pra sempre na mesma teta.
Adoro uma conclusão
bosta...
Sejam mais Nervosa e
menos Angra.
A mamata da Rock Brigade
acabou.
As mina tão voando! Haja
vassoura!
Se a vida te der limões,
use redes sociais para fazer uma caipirinha ou um cu de burro. Limonada é para
chorões.
Eu usei três aspas
seguidas de propósito.
Max Cavalera não vai
voltar nunca pro Sepultura. E a culpa é sua!
Zoeira! É da Glória e do
Andreas. Eles que lutem!
Só isso.
Vitor Caricati é
professor de inglês, guitarrista barulhento (das bandas Overthrash e Seattle
Dead Idols) e as vezes gosta de fingir que sabe muito sobre pouca coisa.
OUVINDO AGORA AS MINA SAO FODA MESMO
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