Por Adalberto Belgamo
São Carlos, no interior
de São Paulo, recebeu inúmeras bandas “gringas” do cenário alternativo
(independente e/ou underground), além do apoio constante à cena brasileira.
Talvez tal fenômeno acontecia (e ainda acontece) pelo fato de a cidade ter duas
grandes universidades públicas (além de particulares), que fomentam a cultura em
todas as particularidades e gêneros possíveis.
No começo do século XXI,
bandas independentes, que estavam em turnê pelo país, sempre passavam pela
cidade, atraindo tanto o público local, como o de cidades vizinhas.
Uma delas foi o Nebula. E lá vamos nós para mais uma noite memorável em Sanca! Trinta minutinhos uma cidade da outra. Diversão garantida (risos).
Oriunda de Los Angeles, o
trio já produzia um Stoner/Sludge de muita qualidade. Na realidade, o estilo
existe desde o começo (senão antes) dos anos setenta. No entanto, não estava
tanto na mídia (especializada ou não), como acontece atualmente, devido a força
de bandas como Kyuss e depois o Queens Of The Stone Age. Outra
história.
O local do show foi o
Studio Z. Lugar perfeito para shows underground/alternativos. Ficava na
principal avenida da cidade, além de contar com uma decoração incrível. Havia a
frente de um carro saindo de uma das paredes. Muito legal! Dava um clima
diferente.
O trio entrou no horário,
derrubando tudo! Som muito visceral. Foi a turnê do disco “Charged” (2001), segundo lançado pela Sub Pop. Eu tenho certo
apreço por power trios, pois a criatividade tem de florescer para ocupar todos
os espaços um uma canção, principalmente ao vivo. O guitarrista Eddie Glass e o
baterista Ruben Roman fizeram parte do Fu
Manchu, outra banda importante e seminal do cenário Stoner.
O setlist foi uma mescla perfeita entre “To The Center” (1999) e “Charged”, com ênfase ao segundo, que emprestava o nome à turnê. Fuzz, Wha-Wha e válvulas queimando e explodindo os ouvidos dos desavisados e/ou não-iniciados (risos). Destaques para Do It Now, Giant, Ignition, Freedom, To The Center e Antigone.
Se alguém saiu do Studio
Z com alguma crítica ou reclamando de algo, é porque não entendeu coisa alguma.
Impossível não sentir o impacto, a musicalidade e o peso do trio.
Depois da aula de “música
do deserto”, aquele “gorduroso” esperto antes de voltar para Texascoara e
acordar cedo para trabalhar no outro dia. Mais ou menos... (risos).
Inté!
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