A última. Chega de falar
de Iron Maiden em 2021! (risos)
Como não deu pra ir ao Rock in Rio 85, um sonho de adolescente
seria realizado: Iron Maiden! Quem
em sã consciência não era fã e/ou respeitava a banda na década de 80? Poucos,
os com “síndrome” de banda velha da década de 70. E a história se repete até
hoje. “Banda boa era da minha época...blablabla”. Outro assunto, mas viver
musicalmente de três ou quatro bandas e uns vinte e poucos álbuns do mesmo estilo
demonstra que está na hora de aposentar as dentaduras. Deixem-nas afogado no
copo! (risos).
Atualmente, apesar da
pandemia, shows e turnês “gringas” no país são comuns, mas de 30 anos atrás
contribuíam para aumentar os casos de ansiedade, revelados mais tarde no divã.
Um grupo dessa
envergadura era visto somente em programas de clipes ou em VHS pirateadas,
cheia de ruídos e imagens desbotadas. O impacto em vê-los ao vivo seria outro,
com certeza. Não éramos mais adolescentes, mas o show performático e teatral –
a Eddie! – no mínimo, nos levaria
para os tenros 13 anos! Musicalmente, não há muito o que se falar. Sem querer
analisar a carreira da banda nos últimos 40 anos, a importância para a música
(não apenas a pesada) é inquestionável para os fãs ou para os críticos mais
“venenosos”.
Um ano antes, no Rock in Rio, havia visto outra de
minhas bandas de Metal favoritas, o Judas. No entanto, festival é festival, né?
Nem se compara com shows solos.
Ingressos comprados com
antecedência, ônibus alugados e lá vamos nós encarar quase 5 horas de viagem
cansativa, mas muito divertida! Como um doidão da cidade, que falava os nomes
das bandas de maneira engraçada, “Vein nimim Aéro Meidi” (risos).
Depois de horas na
estrada, rindo, comendo e – digamos assim – usando bebidas alcoólicas e outras
“coisinhas” (nem todos... risos), chegamos ao Parque Antártica. Agosto, no
inverno ainda, alguns descobriram que a cidade cinza pede sempre aquela
“brusinha”, que as mães dizem para levar (risos).
Só consegui ingresso de
cadeira, mas tudo bem. Deu pra ver o show numa boa, inclusive aconselho esse
tipo de entrada em shows performáticos e teatrais em palcos enormes. Não há
como discutir o momento com quem está na pista com a vibração sonora e a
amálgama de pessoas e, consequentemente, energias. É uma outra maneira de
sentir o espetáculo.
Foi a Fear Of The Dark Tour. Ótimo álbum! No
entanto, para quem veria banda pela primeira vez e a tivesse conhecido na
década de 80, a expectativa maior era pelos clássicos. Impressionante a plateia
cantando The Number, Aces High, Run to
the Hlls, 2 Minutes e tantas outras. A surpresa mais agradável foi a
execução da Can I Play With Madness.
O “Somewhere in Time” (1986),
atualmente, é venerado, mas nem sempre foi assim. Os “xiitas com síndrome de
posse de banda” (risos) não aceitaram as inovações. “Ainn, depois do “Piece of Mind”, só lixo, ainn Up the
Real Irons!” Vá morder o padre na bunda, antes que eu me esqueça! (risos).
Em uma democracia (por
enquanto...), o debate entre os contrários é sempre bem-vindo. Gostar ou não é
de cada um. Porém, negar a entrega ao
vivo é insensatez. Que performance! Até então, não havia visto o Gers ao vivo.
É um personagem teatral. Além de tocar muito, dá para perceber que não é só
“trabalho”, mas acima de tudo diversão em cima do palco!
Fato pitoresco do show. A
rivalidade entre torcidas de clubes de futebol é antiga. Não é muito diferente
do que acontece hoje em dia.
Um “sem-noção”, torcedor
de um dos rivais do “Parmera, seu beautiful!”, quis fazer graça. Foi ao
banheiro, mas preferiu usar a pia para descarregar a cerveja. Apanhou e levou
uns cassetetes no lombo, Três “vergões (como “nóis diz ‘qui no ‘nteriorrr” –
risos) no frio.
Assistiu ao show
sentadinho, sem poder se mexer. “Goiabice” é atemporal! (risos).
Inté! Up the Irons!
*Adalberto Belgamo é
professor, atuando no museu (sem ser peça... ainda - risos), colaborador do
Arte Metal, além de ser Parmerista, devorador de música boa, livros, filmes e
seriados. Um verdadeiro anarquista fanfarrão.
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