(2021 – Nacional)
Pagan
Tales Records
Quem vive o underground sabe o quão imprescindível são as coletâneas envolvendo diversas bandas e isso ultrapassa décadas dentro do cenário Heavy Metal mundial. Vide Metal Massacre, que revelou nomes como Ratt, Cirith Ungol e o gigante Metallica, Death Metal (nome da coletânea, não confundir com o estilo) que tinha Helloween, Running Wild, Hellhammer e Dark Avenger (não o brasileiro), e nacionais como Warfare Noise (Sarcófago, Holocausto, etc) e SP Metal (Korzus, Vírus, etc.).
No entanto, trabalhos
nesses moldes, mas direcionados, sempre são bem-vindos pela sua especificidade.
E é exatamente essa essência que a coletânea Brazilian Doom Metal nos entrega. Minuciosamente, a Pagan Tales
Records escolheu ícones do Doom Metal nacional, que estão na
luta desde o passado ou mantém o estilo em voga neste momento.
Onze bandas que têm seu
foco no Doom Metal e suas facetas são apresentadas em um disco que consegue
soar homogêneo, mesmo em se tratando de onze características próprias, mas com
um objetivo em comum: oferecer música pesada, arrastada, sombria e depressiva.
A abertura com o The Cross, da Bahia não poderia ser
melhor. Com mais de 30 anos de estrada, a banda nos convida a essa viagem
obscura, que é precedida pela Soulsad,
que apesar de ter suas origens lá no início dos anos 2000, fez seus primeiros
registros recentemente e nos brinda com um Gothic/Doom Metal às antigas em uma
veia bem atmosférica e melodias belíssimas.
A clássica Serpent Rise é uma das participações
mais aguardadas da coletânea e faz por merecer com sua música fúnebre,
mostrando conhecimento de causa. Trazendo o estilo no nome, a Aberration Doom flerta com o Death
Metal, enquanto a Unholy Outlaw traz
o lado mais clássico do Doom Metal.
Uma das melhores bandas
do gênero e que opta por cantar em português, a paraibana Ode Insone carrega uma forte veia emocional com uma letra muito
atual, enquanto a Helllight nos
entrega uma faixa inédita, com suas características intactas. Mais um
representante da nova geração, o Beholder’s
Cult também navega na onda do Gothic/Doom Metal com um som repleto de
melancolia e clima fúnebre.
Outra banda que tem
causado alvoroço na cena nacional, o Les
Mémoires Fall mostra toda uma particularidade nos arranjos e timbres,
enquanto o In Absenthia foca no peso
e aposta em uma melodia e dinâmica mais intensas. Fechando o disco, o Caligo representa o lado mais Stoner
Doom, com boas doses de Sludge também.
A Brazilian Doom Metal ainda prima por todas as bandas terem suas
produções acima da média, algo raro nestas coletâneas e mostra que foram
detalhistas nesse sentido. O trabalho ainda é acompanhado por uma revista que
traz informações de todas as bandas, primando pelo profissionalismo. Um estilo
que possui tantos nomes de qualidade no Brasil, além de fãs fiéis, merece ser
mais observado e essa coletânea pode ser um bom começo.
https://www.facebook.com/pagantalesrecords
9,0
Vitor
Franceschini
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