sexta-feira, 24 de junho de 2011

Resenha: CORUBO – “Wuy Jugu” – 2011 - Independente



O Corubo investe em uma temática um tanto quanto original em suas letras. O tema explorado é a cultura indígena através de um som Black Metal. Já vi alguns casos de bandas que exploram esse tema na América do Sul, portanto, aliando a isso, ideologias nacionalistas.
No caso do Corubo os temas se resumem à cultura indígena sem ofender outras raças e sem ser satânica ou possuir características comuns do estilo como ideologias vikings, nazistas, entre outras. O negócio aqui é defender a cultura do povo nativo americano.
As letras são cantadas em língua portuguesa e nomeadas em indígena (méritos dos estudos feitos pelo seu mentor que usa o pseudônimo Cauã, completa a banda, ou melhor, o dueto Tesa’ãme) e este é o sexto trabalho da banda, o terceiro full-lenght.
As informações são precárias assim como a gravação, que foi feita através de métodos próprios (infelizmente não sabemos quais) e o som aqui apresentado pende para o Black Metal cru em simples com algumas incursões de elementos de música indígena.
O fato de a gravação soar suja demais não fez com que algumas melodias não fossem percebidas, pelo contrário, basta ouvir a faixa “Amom´be Pe’eme Curioi Kóvaekué” e perceber o grande potencial da composição.
Outro destaque são os vocais, que não soam comuns ao estilo, ou seja, aquele rasgado, típico do Black Metal e sim guturais. Outro grande destaque fica para “Iké Icu Tuichaua Mucuim-pú Sui Jara” que já prima pela brutalidade e rapidez, com um belo riff para o estilo. “Guaranihára Opytu’u” investe em um som que segue a linha mais Burzum, com falas guturais e gritos insanos seguidos por riffs tenebrosos de guitarras.
O som apresentado pelo Corubo segue uma linha de difícil assimilação mais pela sua gravação suja do que por suas composições que são interessantíssimas. Mas, eu o indicaria aos ouvidos mais acostumados com o Black Metal extremo.
NOTA 6,0
Vitor Fraceschini

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