Como
a maior força do Metal sul-americano, nós brasileiros mesmo assim sabemos das
dificuldades que é fazer o gênero ‘acontecer’ aqui por esses lados. Mesmo
depois de diversas conquistas e o surgimento de bandas de renome internacional
por aqui, ainda sofremos e temos o destino fadado ao underground, o que talvez
não seja um problema, já que a grande mídia não só ignora o Metal como também o
condena. Imagine uma banda vinda do Equador, um país mais pobre e menor que o
Brasil, mas que pode se comparar proporcionalmente pela cena independente? O
Priorato vem de lá e se mostra uma banda promissora e persistente, que não se
deixa levar por qualquer coisa. Investindo em uma sonoridade sem limites,
Agressive Metal, como gostam de chamar, a banda adotou o idioma inglês apenas
em seu segundo disco e já se prepara para o seu terceiro lançamento em apenas 5
anos de carreira. O vocalista e guitarrista Caluco Roldan nos falou mais sobre
esses assuntos, além de nos contar um pouco da cena de lá. Completam esse
timaço: Esteban Benalcazar (baixo) e Dan Benalcazar (bateria).
Primeiramente conte-nos um pouco
como se formou o Priorato e qual o significado do nome da banda?
Caluco Roldan:
A banda foi formada em meados de 2008, a ideia de formar a banda surgiu quando
quisemos fazer uma música sem rótulos, ou seja, música e simplesmente se
divertir, nunca pensei em fazer este ou aquele gênero, a ideia sempre foi a de
fazer boa música, bom Metal! O nome da banda tem a nossa força e atitude. Com
cada canto, cada letra forjamos esse nome e damos-lhes um contexto. Priorato
significa importância para nós, é que nos faz sentido para a vida.
Como foi compor “Negative”? Houve
alguma pressão pelo fato de ele ser o segundo trabalho do Priorato?
C.R.:
“Negative” foi um álbum importante para nós. Há músicas nele que foram
compostas há muitos anos antes, sendo que outras surgiram após o lançamento do
nosso primeiro álbum "Camino al Priorato" (2009). “Negative” foi
realmente que registramos mais profissionalmente, trabalhamos o suficiente
tanto na pré-produção quanto na pós, e o objetivo era produzir uma obra que
mostra a atual fase da banda, riffs pesados e letras honestas. “Negative” é uma
ode contra os vícios pessoais.
Aliás, qual a principal diferença
vocês vêm entre o primeiro trabalho “Camino al Priorato” (2010) e “Negative”?
C.R.: Talvez
a qualidade da produção, já que gravamos o primeiro álbum em apenas uma semana
e fizemos diversos ‘takes’ ao vivo. “Negative” foi gravado com mais atenção aos
detalhes. Acredito que o nível musical dos dois é bom, mas “Negative” tem uma
larga vantagem no nível de produção.
No primeiro álbum vocês cantavam em
espanhol, por que decidiram cantar em inglês em “Negative”?
C.R.:
O primeiro álbum "Camino Al Priorato” teve 3000 downloads em seus dois
primeiros anos e de diversos países que não falam espanhol. Recebemos diversos
e-mails pedindo-nos canções em inglês, pois seria entendido por todos, pois é
uma língua altamente globalizada. Essa foi a razão pela qual fizemos o registro
em inglês, para que todos pudessem entender. Isso nunca foi uma mudança
comercial. Inclusive lançamos uma versão em espanhol para Out Of Spite, de “Negative”, e estamos prestes a lançar mais
algumas canções em espanhol deste disco.
Apesar de se auto rotular
Thrash/Black Metal, a sonoridade do Priorato vai além, sendo até difícil de
rotular. Como vocês definiriam o som da banda?
C.R.:
Nós, na verdade, nos chamamos de Agressive Metal, mas um gênero musical é uma
atitude. Muitas bandas se propõem a fazer apenas um gênero e não ficam mais
livres, já nós temos a liberdade para compor e escrever músicas, seria
desonesto tocar apenas Death ou Black Metal, pois há coisas além dessas que
gostamos mais, e é por isso que não nos rotulamos, apenas fazemos Agressive
Metal!
Essa versatilidade de estilos pode
fazer com que a banda perca a identidade. Não é o caso de vocês, mas vocês não
temiam isso na hora de compor?
C.R.:
Medo teríamos se fizéssemos músicas ruins, mas o público se encarrega de nos
apoiar e tem desfrutado de nossas músicas. Mas é como eu disse, somos uma banda
que compomos sem nenhum tipo de bloqueio. Seria desonesto tocarmos apenas um
estilo quando na verdade gostamos de vários gêneros. Acho que a identidade da
banda é muito forjada, é por isso que muita gente conhece nosso som, não
teríamos identidade se fizéssemos apenas um sub gênero.
Aqui no Brasil sabemos pouco sobre
a cena Metal equatoriana, fale-nos um pouco de como é o underground por aí? Há
espaços e boas estruturas para shows? Como está a agenda da banda?
C.R.: Aqui
há poucos grandes eventos, massivos. A maioria são concertos realizados pelas
próprias bandas ou pessoas que realmente apoiam a cena Metal do Equador.
Vocês conhecem algo da cena Metal
do Brasil? Vocês têm vontade de tocar por aqui, já houve algum contato para que
isso acontecesse?
C.R.:
Muito, a maioria de nós cresceu ouvindo bandas brasileiras e sabemos que a cena
Metal é muito forte por aí. Tivemos o prazer de ter nossa música executada em
diversas estações de rádio e muitos amigos brasileiros baixaram nossos álbuns,
além de se juntarem à nossa página no Facebook. Recentemente tivemos uma
abordagem com um promotor de shows do Brasil, esperamos que algo se materialize
este ano.
Sei que vocês já estão preparando
um novo trabalho. A quantas anda isso e quais os planos para 2013?
C.R.:
Você foi o primeiro a saber sobre esse novo trabalho que terá o nome de "Borned
To Die". Esse álbum terá 10 faixas e guarda uma perspectiva conceitual,
temos temas muito enraizados em nosso som, além de vários temas onde se nota a
nossa evolução. Pretendemos lançar esse disco em agosto, portanto em junho
lançaremos um single.
Muito obrigado, podem deixar uma
mensagem.
C.R.:
Muito obrigado por esta oportunidade de falar com o povo brasileiro e muito
obrigado ao Brasil pelo apoio que nos deram. Obrigado e lembrem-se de nos
adicionar no Facebook:
Abaixo
segue o link para que possam baixar nosso álbum “Negative”.
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