Sucesso absoluto no
Japão e em parte da Ásia, os gaúchos do Hibria devagar vêm obtendo o merecido
reconhecimento no cenário nacional. Sem dúvidas, a belíssima apresentação no
último Rock In Rio acelerou esse processo. Mas, o lançamento de “Silent Revenge”,
quarto álbum de estúdio e o melhor da carreira da banda, é um dos principais
responsáveis por essa guinada. Afinal, trata-se de um álbum impactante e, de
certa forma, até divisor de águas na carreira da banda. Falamos com o
carismático vocalista Iuri Santos, que hoje já figura entre as melhores vozes
do estilo no Brasil e, por que não (?), do cenário mundial. Completam essa
seleção Abel Camargo e Renato Osório (guitarras), Benhur Lima (baixo) e Eduardo
Baldo (bateria).
“Silent
Revenge” tem sido unanimidade entre os críticos de veículos especializados,
além de ter atingido o topo das paradas japonesas. O novo álbum seria o auge da
carreira do Hibria até então?
Iuri
Sanson: Primeiramente muito obrigado pela oportunidade de
entrar em contato com os leitores do Arte Metal. Somos muito agradecidos e
ficamos contentes pelos comentários positivos que o “Silent Revenge” vem
recebendo até agora. Nós sempre tentamos nos superar a cada composição e
acredito que o momento que o HIBRIA vive é refletido em nossas composições. Já
iniciamos com novas composições e posso dizer que vem coisa muito, mas muito
boa pela frente.
É latente a evolução da
banda em termos de sonoridade. Vocês começaram investindo em um poderoso Metal
melódico e hoje, apesar de mostrarem resquícios do início de carreira, vocês
possuem uma pegada mais moderna e Metal tradicional. Fale-nos um pouco sobre
isso.
Iuri: Sempre que alguém
me pergunta “qual o estilo de Metal do HIBRIA”, eu digo claramente que fazemos
Heavy Metal Tradicional. Mas claro que também entendo quando nos dão o rótulo
de Power Metal, pois os dois primeiros álbuns são muito rápidos e com melodias
que chamam o estilo. A partir do “Blind Ride” (2011) iniciamos uma forma de
composição mais livre e simples. No caso, compor sons onde gostaríamos de ver o
público em frente ao palco pulando e cantando com a gente. Esse sempre foi e
será nosso principal objetivo. A participação do público durante todo nosso
show e os fãs conseguem perceber isso assistindo ao nosso DVD “Blinded By Tokyo”
(2012), gravado na capital Japonesa!
Foto: Antonio Cesar |
O
novo trabalho demonstra uma energia e coesão incrível, com composições
extremamente bem estruturadas. Como foi o processo de composição? Há tempos a
banda vem preparando “Silent Revenge”?
Iuri:
O “Silent Revenge” foi composto de forma bem rápida até, eu diria! Parte dele
foi composta em home studio e parte dele no estúdio que ensaiamos mesmo. Foi um
processo bem orgânico e acho que conseguimos atingir nosso objetivo. Compor um
álbum pesado, rápido, com refrães marcantes, solos e riffs que ficam na cabeça.
A
trinca inicial com Silent Revenge, Lonely
Fight e Deadly Vegeance já vale a
audição do disco. Há alguma faixa preferida em comum entre os integrantes?
Iuri:
Acredito que seria a faixa título Silent
Revenge mesmo. Ela tem uma energia espetacular e lembro que a cada ensaio
durante as composições, ao terminarmos de tocar a música, o comentário era
sempre o mesmo: “Mas que patada na cara essa música” (risos).
Iuri,
você está cantando como nunca e demonstra uma gana e equilíbrio
impressionantes. Você acredita que esta técnica o fez ser o escolhido para se
apresentar no último Live ‘n’ Louder em abril, em São Paulo, com o Loudness?
Iuri:
Temos uma proximidade muito grande com o publico Japonês e desde 2009 com o
Loudness, quando o HIBRIA teve a oportunidade de participar do Loud Park pela
primeira vez. Desde então temos essa relação com o Akira (Takasaki, guitarrista
do Loudness) e os demais integrantes. No “Silent Revenge” eu tentei mostrar
realmente uma variedade de vozes e timbres um pouco diferentes, até porque as
composições pediam isso. Ao escutar o CD o fã percebe que foram compostos
vários climas, desde rápido até lento, e também, com melodias que beiram a uma
balada como Shall I Keep on Burning?.
Aliás,
você substituiu o vocalista Minoru Niihara de última hora. O que realmente
aconteceu e como foi se apresentar com essa lendária banda japonesa?
Iuri:
Foi uma honra ter participado do Live’n’Louder cantando com a maior banda de
Heavy Metal japonesa e uma grande surpresa quando recebi o convite por parte do
Manager deles. Mesmo sendo meio em “cima da hora” e com apenas um ensaio, o
show ficou muito legal. O Minoru estava em turnê com outro projeto e não
poderia vir com a banda para o Brasil. A princípio eles viriam com o Mike
Vescera, o qual sou grande fã, e então eu iria dividir uns sons com ele. Mas
parece que o Mike teve problemas na emissão do passaporte dele e também não
pode vir.
Apesar
de ter certo reconhecimento no Brasil, o Hibria é mais um caso de banda que
está fazendo muito mais sucesso no exterior do que por aqui. A que você acha
que deve este fato?
Iuri:
Desde 2010 estamos buscando um espaço interno maior em nosso país. Depois que
fizemos a abertura para o show do Metallica em nossa cidade natal, Porto
Alegre, o HIBRIA começou a se projetar lentamente no Brasil. Desde então
cravamos nossa bandeira no Norte, Nordeste, Centro Oeste e também abrir os
shows do Ozzy Osbourne no Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Em 2013, que foi um
ano espetacular por sinal, tivemos a oportunidade de participar pela primeira
vez do Rock in Rio e também de abrir para o Black Sabbath e Megadeth em Porto
Alegre. Para 2014, já estamos com vários convites para tocar pelo Brasil.
Acredito que o reflexo que vem de fora esta dando um “empurrãozinho” para que o
público brasileiro também valorize o nosso trabalho. Um grande fato desse
processo também é o ótimo trabalho que a nossa assessoria, a Metal Media está
fazendo. Sem falar que o trabalho do HIBRIA é divulgado pelos nossos fãs e
nunca tivemos apoio da mídia de massa. Isso é motivo de orgulho para nós
Aliás,
vocês irão se apresentar na Ásia (a entrevista foi realizada antes da banda
partir mais uma vez para o oriente), mais precisamente no Japão e China? Como é
ser um sucesso nestes países?
Iuri:
Espetacular. Voar para o outro lado do mundo e ver a calorosa receptividade que
temos por lá é simplesmente demais. O que mais nos motiva também é o fato de
que a cada ida para a Ásia, percebemos que a base de fãs está aumentando por
lá. Por exemplo, este ano fizemos nossa 5ª turnê em 5 anos no Japão, e tocamos
pela segunda vez na China. Não me lembro de outra banda brasileira de Heavy
Metal ter conseguido este fato.
A
banda já produziu 2 vídeos com músicas do novo álbum. Além disso, desde 2011 a
banda não parou lançando o álbum “Blind Ride”, os álbum ao vivo e DVD “Blinded
by Tokyo - Live in Japan” no ano passado e agora “Silent Revenge”. O Hibria
pode ser considerada uma banda ‘workaholic”? (risos)
Iuri:
Com
certeza! Acho que nós somos a banda que mais trabalha mesmo. Não falo só na
questão de composição. Se não estamos no estúdio, estamos pensando nos planos
futuros. O que nós mais queremos e gostamos de fazer é tocar ao vivo. Logo não
podemos parar de compor e compor cada vez melhor.
Muito
obrigado pela entrevista, podem deixar uma mensagem aos leitores.
Iuri:
Se você gosta de HIBRIA e tem os nossos CDs, mostre para o teu amigo. Vá até o
produtor de shows da sua cidade e peça o nosso show. Diga para ele entrar em
contato pelo email shows@hibria.com.
Acesse nosso site, www.hibria.com,
nos siga no twiter @HIBRIA e curta nossa página no www.facebook/HIBRIAOFFICIAL.
Assim nos veremos em breve na frente do palco. Muito obrigado novamente pela
oportunidade
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