quarta-feira, 25 de junho de 2014

Entrevista


Formada em 2012, a banda Contempty é mais uma que honra a tradição das boas bandas brasileiras de Doom Metal. Contando também com elementos do Death Metal, a banda até o momento lançou apenas o EP “Gaping Deception in Guiltless Eyes” no ano passado, onde obteve boa aceitação. Mas, já sofrendo uma baixa com a saída do vocalista Gil, o grupo não se mostrou para baixo e já prepara trabalho novo. Conversamos com os membros remanescentes Anderson (teclado), Tony (guitarra) e Joe (bateria) – o baixista Cleyton completa o time – que falaram sobre o EP, o futuro da banda, a saída do vocalista e até da cena Doom Metal no Brasil.


Primeiramente nos conte como foi o processo de composição do EP “Gaping Deception in Guiltless Eyes”?
Anderson:
Oi, quero primeiro agradecer a grande oportunidade dessa entrevista, admiramos muito o trabalho que vocês fazem com Arte Metal e Arte Extrema.
Quando começamos a banda, Eu e o Joe tínhamos em mente de fazer Doom Metal, então procuramos os outros integrantes para compor a banda. Nosso processo de composição é bem simples, fazemos a melodia e depois que ela está pronta colocamos a letra e a linha melódica em cima. Quando gravamos “Gaping Deception in Guiltless Eyes” , já tínhamos 7 músicas prontas, e escolhemos dentre essas três que fariam parte do nosso primeiro trabalho. Lifeless foi nossa primeira criação.



O Contempty se formou em 2012, portanto acredito que a banda sempre pensou em seguir a sonoridade encontrada no EP. É exatamente isso? Vocês vêm da escola Doom/Death Metal ou já participaram de bandas de outros estilos?
Anderson:
Sim, é exatamente isso, esse é o som que propomos fazer quando criamos a banda. Eu e o Joe fazíamos parte da Silence River Down. Depois do fim da banda resolvemos montar essa.

Tony: Tive outra banda na cena Pop rock, juntamente com o baixista Clayton. Foi uma experiência legal com os amigos, entretanto minhas influencias sempre vieram do Metal. *Tony ( Guitarra)


Voltando a “Gaping Deception in Guiltless Eyes”, o trabalho possui uma sonoridade melancólica que é enfatizada pelos belos arranjos. Fale-nos um pouco a respeito?
Anderson:
Ao criar uma melodia/arranjo, procuro passar meus pensamentos e sentimentos nas notas. É uma maneira particular que tenho de ver a vida ao meu redor.


Além disso, o trabalho vocal com uma interpretação agonizante e alternância entre guturais e narrativas também se destacam. Como vocês se preocuparam com esta parte?
Joe:
A ideia é fazer com que os vocais passem os sentimentos presentes nas letras e nas melodias. Daí a explicação para toda essa interpretação de agonia com guturais e narrativas tristonhas.


“Gaping Deception in Guiltless Eyes” possui três faixas que, se considerarmos o gênero, são diretas com 6 minutos em média. E tudo é bem explorado nelas. Vocês tentaram não fazer um som burocrático ou isso fluiu naturalmente?
Anderson:
É muito gratificante para nós saber que elas não cansam os ouvidos. Pensamos que, para uma música ser boa, basta ser carregada de sentimento. Em alguns casos a técnica exagerada foge todo o propósito sentimental, deixando a música vazia e sem sentido.

Tony: Nosso processo de composição é bem natural, criamos algo e mostramos para todos da banda. Nós sempre tentamos criar músicas que não fiquem enjoativas aos ouvidos, normalmente elas ficam com um tempo mais curto.


A banda se utiliza de temáticas como tristeza, solidão e melancolia. Fugindo um pouco do comum, vocês integrantes cultivam este tipo de sentimento? O que podem falar a respeito?
Anderson:Eu, sem dúvidas acredito que a tristeza é algo natural e essencial do ser. E se soubermos aproveitar nossos momentos em solidão, podemos sim, criar algo belo.


Como está a repercussão do EP até então?
Anderson:
A repercussão de “Gaping Deception in Guiltless Eyes” foi uma surpresa para nós. Ele foi muito bem aceito e tivemos várias resenhas positivas sobre. Já mandamos cópias para vários países a pedido dos ouvintes de lá. Isso nos impulsionou e responsabilizou a fazermos algo melhor ou na mesma altura para o próximo trabalho.

Tony: Tivemos críticas e grandes elogios. Acho que isso é extremamente importante no meio musical para que possamos evoluir com o nosso som.


Vocês já possuem ou estão compondo para um próximo material? Podem nos adiantar algo?
Anderson:
Sim , possuímos hoje no total 10 músicas das quais 3 já estão gravadas no “Gaping Deception...” Até julho , escolheremos outras músicas a serem gravadas no próximo EP.


O vocalista Gil recentemente deixou a banda. Por que ele resolveu sair e como vocês encararam a decisão dele?
Anderson:
Segundo suas palavras ele estava se sentindo desmotivado e insatisfeito em relação à banda. Nós respeitamos o seu pensamento, afinal é um direito dele. Desejamos-lhe sorte. E já estamos fazendo testes com novos vocais.



A cena Doom Metal no Brasil é pouco divulgada e reconhecida, mas possui uma base fiel de fãs, além de bandas de excelente nível. O que vocês acham que falta para o estilo no mínimo ficar paralelo aos outros gêneros do Metal?
Anderson:
O Doom Metal sempre foi assim, são poucos fãs, mas todos fiéis ao estilo. Chega a ser um ponto positivo, pois às vezes é melhor qualidade do que quantidade (risos).



Muito obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem.
Anderson:
Quero agradecer a você Vitor Hugo, que se esforça em prol do underground no Brasil e a todos que apoiam a cena. Fazer Doom Metal até o fim, esse é o nosso propósito.




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