Já adiantando, sem
bairrismo e muito menos demagogia, “Em Nome do Medo – A Brazilian Tribute to
Moonspell” é um dos tributos mais interessantes e honestos que já vi. Em meio a
tantos caça-níqueis, esta homenagem soa sincera e digna de respeito, até porque
está disponível gratuitamente para download.
São 18 bandas
brasileiras, de praticamente todas as regiões, prestando um tributo a maior
banda da história do Metal português. Mesmo não sendo uma banda tão antiga
assim, o Moonspell foi e é influente, sendo digno de merecer tal homenagem.
Os trabalhos mais
sombrios da banda foram o foco do repertório, e no que se diz ao conteúdo do
trabalho ele soa como todos os tributos. Isto é, há momentos memoráveis, alguns
medianos, outros que não deram certo, mas nenhum momento horrível, assim por
dizer.
Mais uma vez fica
evidente que as bandas não investem tanto em produções quando se trata de
tributos, pois dá pra sentir que há bandas muito bem produzidas em seus
trabalhos autorais, que aqui não se esforçaram muito pra fazer com que seu som
ficasse acima da média, mas isso não é uma generalização.
Falando de coisas boas,
começamos do início. O Malkuth abrindo o álbum foi um acerto e tanto. Além de
se tratar de uma banda tradicional do Black Metal nacional, os pernambucanos
fizeram uma ótima versão para Tenebrarum
Oratorium. Outro tradicional grupo de Black Metal, o Pátria fez uma versão
quase fiel a Wolfshade, sendo que
deixaram de lado os vocais limpos e meteram sua identidade na composição.
A versão para Of Dream and Drama, do Soturnus é aquela
que soa como diferenciada, com uma roupagem nova, mas que ficou interessante, o
que não pode ser dito sobre o Silent Cry que fez uma versão bem morna de Opium. Enquanto isso Malefactor e As
Dramatic Homage deram suas caras a Alma
Mater e Full Moon Madness,
respectivamente, sendo que a banda carioca ficou mais próxima da original, até
pelo seu som ser influenciado pelo Moonspell.
Das que tentaram dar
sua cara às composições e não obtiveram êxito podemos citar Obskure e
Helllight. Mesmo as versões não ficando ruins (longe disso) não empolgam tanto.
Há altos e baixos, além de médios, mas de ruim mesmo não podemos mencionar
nada, até por se tratar de um repertório rico e canções fortes criadas durante
os 22 anos de Moonspell.
A capa, de autoria do
designer e um dos idealizadores do projeto Alcides Burn, apresenta duas
espécies de lobo: o brasileiro guará e o português ibérico, sendo mais um ponto
positivo do álbum, pois une uma belíssima arte com uma ideia brilhante dos
laços Brasil/Portugal. Ué, ainda não baixou?
8,0
Vitor
Franceschini
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