sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Subversilvas – “Subversilvas” – 2015 – Bagaça Records/Ataque Extremo/Back On Track Records/Rottenness Records (Nacional)

Enfim, após um bom EP (também auto-intitulado) lançado em 2012, o Subversilvas lança seu debut e mostra uma evolução impressionante. Unindo Metal, Hardcore e muitas letras de protesto, a banda tem a agressividade acentuada como seu grande diferencial e dá vários passos à frente.

Muitos podem odiar a junção destes estilos, mas o fato é que o Thrashcore (outros diriam que é Crossover) é um estilo que está em voga no underground nacional, mas não porque é tendencioso e sim porque casa perfeitamente com a situação política e social ‘digna’ do nosso Brasil (não confunda com Metalcore).

A sonoridade imposta, como dito no primeiro parágrafo, enfatiza o peso e o Subversilvas se caracteriza pela raiva e agressividade de suas músicas. Mas, se engana quem pensa que a banda aposta na velocidade, já que seu som possui uma boa variação de andamentos, além de um ‘groove’ que cai como uma luva.

O trabalho de guitarras é muito bom, com riffs certeiros e timbres muito bem escolhidos, sendo que a cozinha é consistente e dá o ritmo variado. Cantando em português (tem uma faixa em inglês e outra em espanhol), o também baixista Thiago Morello berra um gutural raivoso e inteligível, que soa bem característico pra banda.

Destaque para as faixas Miséria, Brasil e Mercaderes Del Odio, essa última cantada em português e que ficou excelente com a língua pátria de Garcia Márquez. A produção também ficou primorosa, com captação e timbragem de primeira, mérito de Bernardo Pacheco no Estúdio Fábrica de Sonhos e masterização/mixagem por William Blackmon (Facada/The Black Coffins).

Mas, vale muito destacar a arte gráfica que com o encarte fechado parece simples, mas abrindo o poster mostra uma ilustração propícia e de muito bom gosto a cargo de Leandro Meize. Unindo inteligência nas letras e agressividade na música, o Subversilvas não justifica o nome engraçado, mas faz jus ao som pesado.

8,5

Vitor Franceschini


Nenhum comentário:

Postar um comentário