terça-feira, 23 de maio de 2017

Disorder – “Fuego Negro”

(2017 – Importado)             

Symbol of Domination Prod.

O Disorder é, atualmente, um duo de El Salvador. O trabalho nos remete à primeira geração do Thrash/Death/Black Metal. Agressividade em arranjos mais simples, porém não menos poderosos para quem gosta e conhece o estilo. Em alguns momentos, lembram a ‘thrasheira’ do Vio-lence (excelente banda da Bay Area! altamente recomendável para quem não conhece!) e o Death Metal do Possessed, entre outros. Os vocais são característicos de bandas extremas, porém não tão guturais.

O resultado final do “Fuego Negro” ficou interessante, pois a criatividade do grupo está bem distribuída na clássica ‘tríplice aliança’ do Thrash, do Death e o do Black Metal. Liricamente, há uma vertente narrativa da situação política do país de origem. Impossível, mesmo se alienando da vida real, desassociar a arte de acontecimentos políticos e históricos perversos.

Isso não quer dizer ‘tomar partido de A ou B’, mas sim narrar as atrocidades de governos totalitários e/ou fascistas. Escrever sobre dragões, castelos, fadas e afins é interessantíssimo e tem lugar ‘sagrado’ na temática de várias bandas de Metal, mas a realidade do terceiro (quarto, quinto, sexto... risos) mundo é bem outra...

A concepção da banda começou a ser criada em 1993 por Jorge Montesino com as demos caseiras. Ele segue como o ‘mentor’ do projeto, agregando músicos em formações diferentes. Discografia:   “Voces de la tumba” (2002) , “En el río del olvido” (2014 )           “Fuego negro” (2017). Nota mais que positiva: cantam em castelhano!

O inglês é a língua do Metal/Rock em geral (nada contra, muito pelo contrário, profissionalmente e musicalmente está presente praticamente o dia todo na minha vida), mas é muito bom ver a preocupação em ser entendido primeiramente pelos ‘pares’! ‘By the way’. (risos)

Apesar de falarmos português, o “exemplo do país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza’, somos tão latinos quanto os outros países das Américas do Sul e Central. A latinidade não é tão latente como nos países colonizados (invadidos, na verdade) pelos espanhóis, em especial.

No entanto, somos e temos de ter orgulho (não confundir com nacionalismo barato!) da nossa condição e identidade culturais. Quantas bandas latinas – de Metal, especificamente – as pessoas conhecem? Por que não há um intercâmbio maior? Para as bandas brasileiras, que querem expandir o território, há um terreno fértil para se conquistar na América Latina, antes da travessia do Atlântico (risos) e viva os ‘hermanos’! não o Los... aff (risos).


8,0

Adalberto Belgamo


Nenhum comentário:

Postar um comentário