sexta-feira, 5 de maio de 2017

Hadal – “Painful Shadow”

(2017 – Importado)
                                           
Sliptrick Records           

Um dos aspectos mais interessantes sobre o Heavy Metal é a ‘bifurcação’ de estilos. São ‘trocentos’ cruzamentos entre várias vertentes, inclusive com elementos fora do espectro da música pesada. O Heavy Metal é uma ‘cria’ europeia (minha opinião...), que se espalhou pelo planeta, agregando, na maioria dos países e/ou regiões, influências harmônicas e melódicas de cada cultura.

Na terra do ‘nazitrump’ (risos), por exemplo, o nascimento do Thrash Metal tem muito a ver com as influências externas do Hardcore (britânico, GBH, The Exploited e americano, lógico) e do Punk. O “crossover” é bem isso, mas aí já é outra história.

Voltando para o velho continente, especificamente para Itália, origem do Hadal, podemos sentir o esmero com a vocalização e melodia empregadas aos versos, comum às bandas da ‘velha bota’, além do elemento gótico presente (como nos conterrâneos Lacuna Coil) na proposta musical.

Os arranjos das composições trafegam entre o Heavy tradicional e o Doom (europeu), com vocalizações alternadas. Melodias fortes do Metal tradicional  (e gótico) em contraponto com o gutural. Ficaram bem interessantes na condução das harmonias, acentuando o efeito “sombrio”, característico de bandas do estilo. Inclusive, são classificados como Dark Metal, por causa da melancolia e do uso de vocais ‘extremos’ herdados da música extrema.

Outra característica marcante é a combinação de “climas” dentro das músicas, da suavidade (ora ‘cruncheada’ ora acústica) ao drive pesado e encorpado, fazendo com que a dinâmica dos instrumentos se sobressaia, sem ser clichê e/ou feito mecanicamente. Ótimos riffs!

“Painful Shadow” é o primeiro álbum de 11 faixas por uma gravadora, após duas demos produzidas pela própria banda: “Dark Water” (2012) e “The Obscure I” (2014). Slow Violence, Nocturnal, Black Flowers e a canção que dá o título ao play são as minhas preferidas. Discão para quem curte uma melancolia (ainda mais que estamos no outono, batendo à porta do cinza do inverno) bem produzida! Formação atual: Alberto (vocal), Daniele (bateria), Max e Franco (guitarras), além de Teo (baixo).


8,0

Adalberto Belgamo


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