(2017
– Nacional)
Nuclear Blast / Shinigami
Records
Alguns dirão que é
exagero, outros dirão que é clichê, já este que vos escreve diz que o Cradle of
Filth não grava um álbum beirando a perfeição desde “Midian” (2000), talvez
desde “Nymphetamine” (2004).
Isso não quer dizer que
a banda só gravou coisa ruim de lá pra cá, pelo contrário, nunca gravaram algo
ruim, mas ultimamente a banda cumpria com a obrigação de fazer bons álbuns,
afinal o talento de seu líder, Dani Filht, é inegável.
Eis que chega este “Cryptoriana
- The Seductiveness of Decay” e os caras pegam todos de surpresa, afinal esperávamos
mais um cumpridor de tabela. Um disco excelente, bem composto, com temática
cativante, as principais características da banda mantidas e, o melhor, com uma
energia diferente, com vontade e garra.
Começando pelo que há
de melhor nos destaques individuais, o trabalho de guitarras é soberbo! Ashok e
Rich Shaw fazem um trabalho intenso desde o mar de riffs, que dão bases
intensas às composições, até solos bem desenvolvidos e oportunos, sem exageros.
Talvez esse seja o trabalho da banda onde o instrumento esteja mais evidente.
Outro fator importante
são os arranjos ricos, típico do Cradle of Filht, soarem condizentes com uma
objetividade impressionante. Isto é, a banda não cansa o ouvinte e consegue
transmitir sua mensagem perfeitamente. Enfim, “Cryptoriana - The Seductiveness
of Decay” é um disco direto, apesar de tudo, aliás, até visceral se guardadas
devidas às proporções.
A morte e o
sobrenatural, paixões dos seres humanos na era Vitoriana (época abordada no
disco), servem como temáticas e se encaixam perfeitamente com a proposta. Tudo
narrado por um Dani versátil e mantendo suas características da melhor forma
possível (aliás, com a gana de um iniciante aqui).
A produção geral de Scott
Atkins dispensa comentários, pois é mais uma que beira à perfeição, sendo que a
obra de arte totalmente de acordo com a proposta é de Arthur Berzinsh. O
tracklist é excelente e a versão ainda traz duas bônus, incluindo um cover
ótimo de Alison In Hell, do Annihilator.
9,0
Vitor
Franceschini
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