quarta-feira, 11 de abril de 2018

Sem Textão: ‘Metaleiro’ é bandido e vagabundo pra muita gente




Por Vitor Franceschini

Talvez esse seja o artigo mais curto dessa seção, pois o título já resume bem qual é a argumentação aqui. Além do discurso de ódio propagado, é bem triste ver (continuar vendo), o quanto os ‘metaleiros’ de hoje em dia se renderam ao conservadorismo exacerbado.

Sem querer chegar ao ponto de apresentar soluções para o problema da violência no país, é muito comum ver o pessoal da ‘cena’ bradar pelos quatro cantos do mundo que ‘bandido bom é bandido morto’ e / ou que ‘vagabundo’ tem que se ferrar mesmo. Ou seja, discurso adotado por conservadores exploradores da fé ou supostos políticos ‘salvadores da pátria’.

Há sentido nessa intolerância, afinal de contas, vivemos uma onda de crimes que extrapolou os limites de nossa sociedade e há muito a ser discutido para se solucionar isso, mas não é o caso deste artigo, como dito no início.

A intenção aqui é alertar para que tomem cuidado! Afinal de contas, nesta era do relativismo, bradar tal discurso pode ser um tiro no pé. Quem viveu ou estudou a época da ditadura no país (independentemente de posição política) sabe que foi uma era em que os comandantes da época decidiam quem eram os vagabundos e bandidos da época. Não adianta argumentar para fortalecer o discurso, porque fato é fato e estes não estão nos livros de história (que muitos odeiam), é só conversar com alguém que viveu àqueles tempos.

Naquele tempo era comum taxarem artistas (obviamente que músicos estão inseridos neste meio), jornalistas, escritores, filósofos e até atletas como vagabundos pelos conservadores, que viam o ‘laboro’ somente naqueles que os obedeciam e / ou os apresentasse de forma braçal (na maioria dos casos). Isso não precisa ser provado, pois tem muita gente por aí  até hoje que ainda acha que é moleza não se usar do esforço físico para ‘trabalhar’, se é que vocês me entendem. Lembrando sempre que ditadura não escolhe lados.

Pois então, nessa era do relativismo, discursar de tal forma que concorde com isso, pode por em risco sua reputação, caso você seja músico, jornalista, ator, jogador de futebol, etc. E muitos que discursam sobre isso, no mínimo omitem que exploradores da fé alheia, políticos corruptos e afins também sejam bandidos, sendo que alguns possuem até alianças com os mesmos e fichas criminais. Então, o que seriam bandidos e vagabundos para eles?

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*Vitor Franceschini é editor do ARTE Metal, jornalista graduado, palmeirense e headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. É vagabundo pra muita gente.

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