Por Vitor Franceschini
Raramente inicio um texto
pelo título, sempre escolho depois, mas neste, o título veio em mente na hora
que a inspiração surgiu e infelizmente não foi em um bom momento profissional.
Logo que tive uma porta fechada na cara é que me veio a ideia, então resolvi
falar sobre o assunto (não o fato em si) e também ‘choramingar’, afinal também
sou filho de Deus (‘troos’, essa é só uma expressão).
Quem me conhece sabe que
trabalho como jornalista ‘de verdade’. Sou editor de cultura na rádio Uniara FM
e repórter na TV Uniara, que faz matérias institucionais. Ou seja, trabalho com
jornalismo e me divirto com jornalismo, pois quando estou em casa, o que faço?
Jornalismo é um dos hobbies.
Bom, no meu trabalho
‘normal’ não vivencio muitas coisas diferentes do que dentro do meu ‘trabalho’
na cena Metal, principalmente na rádio. Afinal de contas, meu dia a dia é
trabalhando com matérias e entrevistas com e sobre artistas, porém de diversas
linguagens e vertentes, estilos e gêneros. O contato é mais direto, por
telefone ou pessoalmente, diretamente ou com a assessoria.
Muitos destes artistas
são promissores, a grande maioria independente, afinal nossa linha editorial
não é focada na música de massa (isso mesmo, sertanejo universitário, funk,
pagode graduado – risos – não têm vez, afinal, as rádios populares já dão
espaço a estes). Então, é comum sermos muitas vezes o primeiro veículo a
entrevistar um artista, que um dia poderá se tornar um ícone famoso no cenário
nacional e até mundial.
No início, é muito comum
o artista se oferecer a você como fonte para divulgar o trabalho e, sendo
pauta, pra gente é sempre bem vindo. Por intermédio de amigos ou por si mesmos
nos procuram e sugerem divulgar seus trabalhos, o que é sempre bem vindo,
repito.
O que é chato mesmo é
quando este artista decola e se torna intocável, principalmente para mídias
pequenas como a nossa, que pra ajudar se situa no interior do estado de São
Paulo. Isso aconteceu (e vai acontecer mais vezes). Um artista local que teve
sua primeira entrevista em rádio comigo, teve uma ascensão meteórica e hoje
seleciona com quem fala, sendo que a gente levou portada na cara duas vezes do
mesmo, uma de leve, mas bem camuflada (botaram um músico de sua banda pra
falar). Não se sabe se por sua conta ou de seus assessores. Aliás, cuidado com
assessorias que blindam, essa mensagem serve para os jornalistas, mas
principalmente para os artistas.
Não amigo, não darei nome
aos bois porque o último intuito aqui é denegrir um artista, mas sim alertar
sobre esse tipo de comportamento, pois há muito na cena Rock / Metal. Pior
ainda, acontece vindo de quem nem é consagrado. Só eu sei o quanto o Arte Metal
levou portada na cara em seu início, de artistas, assessorias, empresários e
afinas, sendo que muito deles hoje nos solicitam matérias com suas bandas (e
nunca levaram um não, mas sim um pensamento que sussurra ‘eu sabia’...).
Portanto, bandas, artistas, assessorias e empresários, pensem bem antes de
bater a porta na cara de alguém, pois a porta fecha dos dois lados.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE Metal, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Admira Jesus Cristo,
mas tem pavor dos seus fãs.
Falou tudo!
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