(2018
– Nacional)
Shinigami
Records
Foram sete anos de
espera, desde que a banda mineira Sacrificed lançou o debut “The Path of
Reflections” (2011), que é um bom trabalho, diga-se de passagem. Mas,
“Enraged”, além de mostrar uma evolução monstruosa da banda, nos brinda como um
disco que beira a perfeição.
Começar a resenha dessa
forma enfática já dá pra se ter uma ideia do que se trata, afinal pode parecer
empolgação pura (e o é), mas o novo disco da banda proporciona exatamente isso.
E como é bom ver e ouvir uma banda de Heavy Metal não se preocupar em conservar
o estilo, ser moderna, mas não ser tendenciosa.
Em primeira instância já
é uma luta para uma banda com vocal feminino se desvencilhar de rótulos dentro
do Metal, em segundo lugar quando isso acontece pode parecer que a banda caia
num lugar comum (talvez o debut soe de tal forma). Porém, o quinteto de Belo
Horizonte consegue superar tudo isso.
A primeira coisa que põe
abaixo um dos obstáculos é a produção a cargo da banda com engenharia de som,
mixagem e masterização a cargo de Lucas Guerra. A qualidade sonora de “Enraged”
consegue atingir um nível de equilíbrio pouco visto, soando atual, porém
orgânico e absolutamente em nada excessivo.
O instrumental traz
versatilidade, criatividade, mas nada que queira saltar fora da casinha e se
perder num mundo tão gigantesco como é o do Heavy Metal. Riffs de qualidade,
preservando a identidade do estilo, com solos proporcionais e de acordo com o
que a música pede, um baixo que soa essencial e a bateria seguindo essa
versatilidade caracterizam o som.
E em meio a músicas com
variações rítmicas, quebradas bem sacadas e uma melodia muito bem imposta,
temos na vocalista Kell Reis a que mais evoluiu desde o primeiro trabalho até
aqui. Sem exageros, impressiona a qualidade de sua voz, que soa natural, sem
apelos líricos e uma interpretação cheia de gana.
Heavy Metal acima de
tudo, Prog Metal às vezes e com influências até da música brasileira, “Enraged”
traz em composições como Meet Your Fate,
Shame, Oblivion, To Whon You Belong e
Thick Skin (onde Kell duela com Lucas
Guerra nas vozes). A versão nacional ainda traz uma bônus, Grudge Is My Middle Name. É pra glorificar em pé.
9,0
Vitor
Franceschini
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