quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Mayan – “Dhyana”


(2018 – Nacional)

Shinigami Records

Este é o terceiro disco do Mayan, banda holandesa com quase uma dezena de músicos, uma verdadeira seleção liderada por Mark Jansen (guitarrista do Epica, ex-After Forever, etc), aqui responsável pelos vocais principais e as orquestrações, além dos arranjos.

São nove músicos na banda, mas a parte instrumental conta com o básico. Isto é guitarra, baixo, bateria e teclado. O contingente é grande porque o Mayan é uma banda que trabalha muito o aspecto vocal e nisso utiliza metade de seus integrantes. O resultado é sensacional.

Apostando no que nos acostumamos chamar de Death Metal sinfônico, o leitor não pode deixar se enganar achando que se trata de algo na linha Van Canto. Longe disso. O que temos é uma mescla de peso, brutalidade mesmo e momentos eruditos, muito versáteis e com variação rítmica intensa.

Com um ar moderno, o trabalho de guitarras destila riffs que poderiam soar ao menos um pouco mais agressivos. Porém, a cozinha não decepciona, com pegada intensa e forte, adicionando até ‘blast beats’ em algumas passagens. Os arranjos sinfônicos são mais intensificados nas melodias, do que nas camas de sintetizadores, o que é muito bem vindo e soa equilibrado.

Agora, o principal, as linhas vocais, são a cereja do bolo. Vocais rasgados, guturais e limpos masculinos se alternam com as belas vozes de Laura Macrì e Marcela Bovio, duas sopranos que engrandecem o disco e conseguem contrastar no trabalho sem soar exageradas.

O único porém de “Dhyana” é a veia um tanto quanto moderna de sua produção, que o faz soar um pouco artificial. No mais, é só conferir faixas como The Rhythm of Freedom, Rebirth from Despair, The Illusory Self e Set Me Free, chutar pro gol e sair pro abraço.


8,5

Vitor Franceschini

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