Foto: Alexandre Guerreiro |
Raphael Olmos está há
mais de quinze anos como a mente pensante do Kamala, banda que pode ser
inserida dentro do Thrash Metal, mas que oferece muito mais que isso. Tudo pelo
fato da inquietude de seu mentor, que sempre se renova e se reinventa, o que
fica nítido na discografia considerável do hoje trio, mas que já foi quarteto.
Olmos é o nosso convidado para a seção Killing Yourself, onde destrincha um
pouco de seus próprios ‘filhos’.
“Kamala”
– Kamala (2007): A “estreia oficial”! Antes tivemos uma
demo, mas um álbum full é outra coisa e a partir dele, as pessoas começaram a
olhar com mais atenção. Um álbum muito enérgico e que tem músicas que estão no
setlist até hoje!
“Fractal”
– Kamala (2009): Aqui atingimos um novo nível, uma mistura
de peso e melodia... músicas muito bem estruturadas e que foi muito elogiado
pela mídia e fãs. Com ele começamos a tocar em festivais maiores.
Kamala no início |
“The
Seven Deadly Chakras” – Kamala (2012): Acho que toda banda tem
um álbum que é amado ou odiado, e acho que esse é o nosso. Um álbum 100%
conceitual, tudo girando em torno do número 7, principalmente dos 7 chakras e 7
pecados capitais, uma música para cada um deles, tentando buscar passar
liricamente e sonoramente cada tema. É o álbum que mais chega perto do
progressivo na nossa discografia...tivemos muitos experimentos, o que acho que
torna se único. Porém, hoje, eu acho que se o álbum fosse com menos músicas e
algumas músicas mais curtas, ele fluiria muito melhor. Esse é um ponto negativo
de um álbum conceitual, ficamos presos em toda a ideia, onde se tirar certos
elementos, o conceito não fica completo, mas musicalmente falando, não é um
álbum que flui totalmente. Com ele, fizemos nossa primeira turnê na Europa,
passando por 7 países (Portugal, Espanha, França, Alemanha, Holanda, Bélgica e
Polônia)
Uma das formações |
Uma das formações |
“Mantra”
– Kamala (2015): O renascimento da banda, o divisor. Para
mim existe a banda antes do “Mantra” e depois dela. Fiz uma reformulação total
na banda, novos membros e principalmente, uma postura ainda mais profissional. Com
ele a banda voltou a ser um trio (éramos assim na demo), e a partir dele,
tivemos uma abordagem mais Thrash. Subimos a afinação e acho que tudo isso
deixou os riffs mais violentos e definidos. Com o “Mantra”, entramos de vez no
circuito europeu, onde fizemos três turnês com ele.
“Eyes
of Creation” – Kamala (2018): O álbum mais maduro
musicalmente na minha opinião. Músicas mais “groovadas”, cheias de peso e
usando ainda mais melodias orientais. Acredito que o álbum que consolida a
banda no cenário, com ele, conseguimos criar a nossa cara, a nossa identidade. Fizemos
duas turnês europeias com ele.
Formação atual da banda |
“Live
in France” – Kamala (2019): Uma enorme surpresa para os fãs/mídia
e também para a banda. Esse álbum foi gravado no último show da turnê do “Eyes...”,
e não sabíamos que o show estava sendo gravado. Sabíamos que o local transmitia
o show ao vivo na sua página, e somente isso. O show foi espetacular, por ser o
último show da turnê, estávamos uma “máquina” e a energia do público foi
demais! Quando estávamos indo embora do local, o dono falou “gravei o show
inteiro multipista, vocês gostariam de levar as tracks?”. Claro que aceitamos e
quando estávamos de volta para pegar o avião em Paris, escutamos no carro e
ficamos impressionados com a qualidade. Mostramos para o Ricardo Biancarelli
(produtor do nosso próximo álbum), e ele curtiu muito também, ele fez uma mix e
master e lançamos apenas dois meses depois desse show, para não perder o “time”
do lançamento. Foi escolhido como melhor álbum ao vivo lançado por uma banda
nacional por diversos jornalistas. Acho porque é um álbum verdadeiro,
orgânico... talvez se soubéssemos que estaria sendo gravado e lançaríamos um
álbum ao vivo, o resultado não seria tão impressionante. E claro, um álbum ao
vivo, é superimportante para a discografia de toda banda.
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