terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

Sem Textão: Os melhores do ano de sempre

 


Por Vitor Franceschini

 

Primeiro inicio o texto deixando bem claro que minha colocação não tem nada a ver com as publicações que realizam eleições populares dos famigerados ‘melhores do ano’. Minha contestação é com os eleitores e, consequentemente, com os resultados que eu sei que não passam por manipulação, apesar de alguns veículos direcionarem bem quem ou não pode ser votado. Em contrapartida, essa fórmula evita que a mesmice piore, pois haverá quem vote em quem nem atuou em tal ano, talvez até em quem nem esteja mais no cenário ou entre nós.

Por que tais resultados nunca nos surpreendem? Pois bem, não é de se espantar quem em meio a um cenário onde os mesmos que ‘bostejam’ que o ‘Rock morreu’, são os mesmos que não se propõem a ouvir nada de novo, pois nada hoje em dia presta. É aquela velha história, como saber que nada presta, se nem tempo pra ouvir coisas novas dedica?

O fato é que nosso cenário, não vive uma avalanche de conservadorismo somente no conceito político. O Heavy Rock em si se mostra conservador nas suas opções e gostos. Muita gente acomodada, esperando tudo de mão beijada e mastigado, assim como funciona na indústria de música de massa que tanto criticam. A diferença é que ouvem algo de mais qualidade, e não tem problema nenhum nisso. O problema está em se restringir somente aos clássicos e, pior, criticar as boas novidades que temos no cenário. Isto é, são os próprios assassinos do Rock que depois reclamam que o ‘Rock morreu’. Como viver assim?

E o que tem a ver as eleições de melhores do ano? Em 24 anos de vivência no cenário nacional, tenho percebido que elas pouco mudam em seus resultados. Estagnadas, comprovam que há pouco interesse nas novidades e no cenário independente, provando que o mais do mesmo dá certo mesmo no Heavy Rock e que, existindo ou não, certas bandas clássicas sempre ficarão com a maior fatia do bolo e não apenas por seus talentos indiscutíveis, mas por uma preguiça aliada a preconceito que tem tons gritantes em assimilar coisas novas. Depois não reclame.

 

*Vitor Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Ouve pelo menos uma banda nova todo dia.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário