Por Vitor Franceschini
Primeiro inicio o texto
deixando bem claro que minha colocação não tem nada a ver com as publicações
que realizam eleições populares dos famigerados ‘melhores do ano’. Minha
contestação é com os eleitores e, consequentemente, com os resultados que eu
sei que não passam por manipulação, apesar de alguns veículos direcionarem bem quem
ou não pode ser votado. Em contrapartida, essa fórmula evita que a mesmice
piore, pois haverá quem vote em quem nem atuou em tal ano, talvez até em quem
nem esteja mais no cenário ou entre nós.
Por que tais resultados
nunca nos surpreendem? Pois bem, não é de se espantar quem em meio a um cenário
onde os mesmos que ‘bostejam’ que o ‘Rock morreu’, são os mesmos que não se
propõem a ouvir nada de novo, pois nada hoje em dia presta. É aquela velha
história, como saber que nada presta, se nem tempo pra ouvir coisas novas
dedica?
O fato é que nosso
cenário, não vive uma avalanche de conservadorismo somente no conceito
político. O Heavy Rock em si se mostra conservador nas suas opções e gostos.
Muita gente acomodada, esperando tudo de mão beijada e mastigado, assim como
funciona na indústria de música de massa que tanto criticam. A diferença é que
ouvem algo de mais qualidade, e não tem problema nenhum nisso. O problema está
em se restringir somente aos clássicos e, pior, criticar as boas novidades que
temos no cenário. Isto é, são os próprios assassinos do Rock que depois
reclamam que o ‘Rock morreu’. Como viver assim?
E o que tem a ver as
eleições de melhores do ano? Em 24 anos de vivência no cenário nacional, tenho
percebido que elas pouco mudam em seus resultados. Estagnadas, comprovam que há
pouco interesse nas novidades e no cenário independente, provando que o mais do
mesmo dá certo mesmo no Heavy Rock e que, existindo ou não, certas bandas
clássicas sempre ficarão com a maior fatia do bolo e não apenas por seus
talentos indiscutíveis, mas por uma preguiça aliada a preconceito que tem tons
gritantes em assimilar coisas novas. Depois não reclame.
*Vitor
Franceschini é editor do ARTE METAL, jornalista graduado, palmeirense e
headbanger que ama música em geral, principalmente a boa. Ouve pelo menos uma
banda nova todo dia.
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