No momento em que você
lê esta entrevista com a banda Test – na verdade um duo formado por João Kombi
(vocal/guitarra, ex- Are You God?) e Barata (bateria, D.E.R., Tri Lambda) – a
fama conquistada por eles já triplicou em relação a quando enviamos estas
perguntas ao baterista. Tanto, que após duas demos, um EP e 2 DVDs (pirata
oficiais) a banda está prestes a lançar seu primeiro álbum, intitulado “Arabe
Macabre”. Mas por que a banda triplicou sua fama? Os caras simplesmente levam
ao pé da letra o famoso “Do It Yourself!” (faça você mesmo), principalmente em
suas apresentações. A dupla ficou famosa por colocar os instrumentos em uma Perua
Kombi, ir defronte ao local onde médias e grandes bandas estão se apresentando
e, ali mesmo, descer a lenha e mostrar seu show, na rua! Falamos sobre isso e
outros assuntos com o Barata, que nos revelou que o problema que os obrigava a
tomar esta atitude inusitada não existe mais, porém, ele não disse que não fará
mais isso, pra mim não!
Conte-nos
um pouco sobre a história do Test?
Barata:
O João queria montar uma banda, porque já fazia uns anos que o Are You God?
tinha acabado, aí me mostrou duas músicas e perguntou se eu queria fazer parte,
isso no final de 2010. Achei animal as músicas e topei. Depois disso foi só
ensaiar, gravar uns sons e fazer o máximo de shows que a gente conseguir. Ano
passado fizemos 70 shows. Esse ano já rolou uns 30.
Não
tem como não começar com este assunto. A banda vem conquistando ‘fama’ no
underground por se virar ‘abrindo’ shows de uma forma peculiar, ou seja,
tocando literalmente na frente das casas de shows, na rua mesmo. Como surgiu
essa idéia?
B:
A ideia era a banda só fazer show assim. O João tava trampando de fim de semana
e era impossível pra ele marcar um show, porque podia aparecer trampo no dia e
ferrar com tudo. Então a banda só ia tocar quando ele pudesse, e já que não
dava pra marcar com antecedência, a gente ia chegar à porta dos shows que já
iam acontecer.
Já
aconteceu algo mais inusitado do que se apresentarem dessa forma? Algo como
serem expulsos do local entre outras coisas?
B:
Cara, já (risos). No primeiro show nosso na rua, na virada cultural do ano
passado, jogaram uns baldes de água e caíram certinho na minha cabeça (gargalhadas).
O bom é que tava calor e refrescou. Já rolou da polícia chegar também, mas
chegaram quando a gente já tinha acabado, então foi tranquilo. A grande maioria
dos shows rolou sem problema nenhum. Não sei como, mas que continue assim.
Além
dessas apresentações inusitadas, vocês fazem shows ‘normais’?
B:
Fazemos muito mais os normais. O trampo maluco do João já era, e a gente pode
fazer de tudo agora. Ainda bem.
Vocês
lançaram o EP “Carne Humana”. Conte-nos sobre o processo de composição do
disco, como tem sido a repercussão e divulgação do trabalho até então?
B:
O João fez as músicas e me passou em alguns ensaios. A maioria das letras quem
fez foi o James, do Facada, e um outro amigo nosso, o Joaquin Ghirotti.
Repercutiu legal, lançamos em vinil de 7” e está vendendo muito bem, quase
esgotado. A gente está divulgando onde vai. Rolou show em todas as regiões do
país e fizemos uma tour pela Europa ano passado, deu pra divulgar legal.
Sei
que as bandas não gostam de rótulos. Mas o som de vocês possuem elementos de
Crossover, Thrash Metal, Hardcore e Grindcore. Em que estilo vocês acham que se
encaixariam?
B: Pra ser mais simples
eu falo que a gente é uma banda de DeathGrind. Tem tudo isso que você falou
mesmo mais Death Metal e Black Metal também.
Quais
os planos do Test?
B:
Sempre tocar o máximo possível e em qualquer lugar. Esse mês vamos lançar nosso primeiro disco, “Arabe
Macabre”, em setembro vamos pra nossa segunda turnê na Europa, e por aqui temos
shows marcados em São Roque, Santo André, Florianópolis, Brusque, Belo
Horizonte e no Rio Grande do Norte, no festival Do Sol.
Qual
a opinião de vocês sobre a cena atual underground do país e que bandas vocês
indicariam?
B:
Tem muita banda boa no país inteiro. Em algumas regiões é difícil tocar porque
faltam lugares (e principalmente dinheiro) mas com esforço acaba rolando. Bandas
tem várias animais... Facada, HUTT, O Inimigo, Urutu, Infamous Glory, Baixo
Calão, Death Kids, Homeleess, Social Chaos, se continuar falando não vai caber (risos).
O
blog faz uma pergunta em comum à todas as bandas que tem entrevistado
ultimamente. Mas essa pergunta nunca caiu tão bem à uma banda como cairá para o
Test. É fato que existem bandas que pagam pra abrir shows de bandas grandes, as
consideradas ‘mainstream’. O que vocês pensam a respeito disso?
B:
Eu tava conversando esses dias com o João e a gente chegou à conclusão de que é
‘mó’ bom que isso role. As bandas que pagam ajudam a trazer as bandas grandes e
quem vai no show tem mais tempo pra ficar do lado de fora tomando cerveja.
Podem
deixar uma mensagem aos leitores.
B:
Pra quem quiser saber mais da banda, ou pra marcar show, comprar merchan, ouvir
as músicas e saber novidades, entra na nossa página no facebook que ta tudo lá:
http://www.facebook.com/testgrind.
Muito obrigado mesmo por ajudar a divulgar nosso som e mil desculpas pela
enorme demora em responder a entrevista. A minha desorganização é monstruosa!
Boa!!!!!!!!! Curiosa a opinião dos caras sobre banda q paga pa tocar!
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