Desde 2004 na cena, o
Desalmado vem despejando seu Grindcore sem dó nem piedade por todos os cantos
do pútrido underground. Este trabalho auto intitulado mantém a chama mostrada
em “El Fuego” (demo – 2004) e do EP “Hereditas” (2008). Obviamente que a música
evoluiu, mas a característica da banda está intacta.
Tudo o que se vê de
novo aqui, graças ao tempo, é o entrosamento e a técnica da banda, além de
doses extras de peso e brutalidade. A produção do disco, a cargo de Jean
Dolabella (ex-Sepultura e Augusto Nogueira), está nítida e conseguiu deixar
tudo em evidência, sem mexer nas características do estilo.
Não dá para não
mencionar de cara o trabalho das guitarras. Os riffs de Bruno Teixeira (agora
baixista) e Estevam Romera estão beirando a perfeição. O timbre sujo e grave
caiu como uma luva e as influências de Thrash e Death Metal são latentes, como
podemos sacar em Canibal Social (uma
das melhores composições do trabalho, que porrada!) e Falso Profeta.
Sem querer puxar a
sardinha para todo mundo, mas já puxando, os vocais de Caio Augusttus são um
verdadeiro terror. O gutural é potente e os rasgados são tão insanos que chegam
a arrepiar os cabelos da nuca. Tudo vociferando temas relacionados à política
social e suas consequências nada boas.
Por fim temos uma
cozinha que é muito exigida e que não deixa a desejar. Maria Piti injeta peso e
agressividade com seu baixo, enquanto Ricardo Nutzmann parece usar um kit de
bateria por show, já que destrói seu instrumento sem misericórdia. As já
citadas Canibal Social e Falso Profeta, além de Todos Vão Morrer, Sofrer, Morrer e Apodrecer e Ceifador
são minhas favoritas, mas prefiro ouvir o álbum inteiro. Já está na lista de
melhores do ano.
9,0
Vitor
Franceschini
Comentários
Postar um comentário