Surgida
no longínquo ano de 1992 com o nome de Suffering, a banda australiana Beyond
Mortal Dreams já dividiu o palco com nomes como Cannibal Corpse e Deicide.
Atualmente, mesmo não tocando mais (e ainda) ao vivo, a banda divulga seu mais
recente EP “Dreaming Death” que dá uma deixa do que virá em seu segundo álbum.
Com os experientes Doomsayer (vocal/guitarra/baixo), Bloodspawn (guitarra) e Maleficus
(bateria) a banda mantém-se fiel ao Death Metal e trilha os caminhos do
underground esmagando os tímpanos de todos. Falamos com o líder Doomsayer que
nos explicou tudo sobre a banda, o novo EP, porque não tocam mais ao vivo, além
de outros assuntos interessantes. Confira.
Vocês são músicos experientes, conte-nos
um pouco de suas trajetórias até os dias atuais do Beyond Mortal Dreams?
Doomsayer:
Bem, eu venho com o Beyond Mortal Dreams desde meados da década de 90, e até um
pouco antes, quando a banda estava sob um nome diferente. Eu também toquei em
muitas outras bandas ao longo dos anos. Toquei baixo, guitarra e cantei,
principalmente dentro do gênero Death Metal, mas também Thrash / Black / Doom /
e Heavy Metal Tradicional. Bloodspawn teve um monte de bandas de Thrash/Death
no passado também, assim como seu projeto solo de guitarra. Suspeito às vezes
que ele nasceu com uma guitarra na mão! Maleficus tem um background mais
voltado para o Punk/Thrash Metal. BMD é a primeira banda desse calibre que ele tocou!
Como foi trabalhar em “Dreaming
Death” e qual a principal diferença entre este trabalho e o álbum anterior?
D:
Em primeiro lugar, as composições originais de “Dreaming Death” foram escritas somente
por mim. No passado, quando Hellaeon ainda estava na banda, escrevíamos as
canções em conjunto, como foi o caso do material "From Hell” (1º álbum da
banda lançado em 2008). Eu estava um pouco preocupado como isso poderia
impactar os futuros trabalhos, mas no final acho que tudo funcionou bem. Em
segundo lugar, a natureza das músicas tinha que ter elementos mais obscuros do
que as antecessoras, era isso que nós desejávamos. Considerando que "From
Hell" teve uma abordagem de um Death Metal sólido, “Dreaming Death” soa
mais como uma "trilha sonora" e talvez mais melódico. Houve uma ênfase
maior em trazer uma abordagem mais pesada, mais obscura, e a mesma atmosfera das
outras músicas.
O que ouvimos em “Dreaming Death” é
uma prévia do que está por vir no novo álbum do Beyond Mortal Dreams?
D: Certamente.
Parte do material novo que está sendo escrito tem os elementos que as canções de
“Dreaming Death” têm, bem como a sensação de reter o sólido Death Metal de
“From Hell”. O foco do novo material é para dar uma mistura equilibrada entre
os dois, o que torna sua atmosfera ainda mais obscura e esmagadora.
O som de vocês é fincado nas raízes
do Death Metal, mas consegue manter-se atual. A que você acha que se deve isto?
D:
Sim, o estilo 'old school' do Death Metal para mim sempre teve muito mais
profundidade e sentimento do que um monte de coisas modernas. É importante o
que eu sinto pela música, não importa o gênero, para ter um grande senso de
sentimento por ela, como uma viagem do começo ao fim. Um grande sentimento de
poder é também uma obrigação para o tipo de Death Metal que eu gosto de compor.
Eu não sei realmente tudo o que consiste em como fazer isso soar 'atual' ou
'old school', para ser honesto. Eu estou mais focado em apenas fazer soar sólido,
pesado, e o lado mais obscuro do Death Metal. Poderoso, brutal, memorável, e
até melódico, em partes. Eu simplesmente fico feliz quando isso se torna uma
onda de devastação nos alto-falantes!
Aliás, o Death Metal é um estilo
que se mantém fiel dentro de suas características e conceitos durante todos
estes anos. Você concorda com isso?
D:
Acho que sim. Embora tenha evoluído ao longo dos anos, o que é natural para
qualquer gênero.
Como tem sido a repercussão de
“Dreaming Death” tanto pela crítica quanto por parte dos fãs?
D: Até
agora, a resposta tem sido ótima! Está ainda nos estágios iniciais, porém, ele
foi lançado somente há sete ou oito meses, mas todas as opiniões que temos
visto e do feedback dos fãs tem sido muito positivas.
O trabalho foi lançado fora da
Austrália? Em que países a banda tem tido mais respostas positivas?
D:
Pelo que ouvimos, o álbum tem se saído muito bem na França. O EP foi lançado e
levado para monte de lugares em toda a Europa, mas até agora, o maior interesse
veio da França. Os comentários que temos visto são bastante variados na
verdade, na maior parte dos países europeus.
Na questão de shows, como anda a
agenda da banda?
D:
Bem, até agora BMD continua sendo uma banda de estúdio, pois não temos o
pessoal completo, um line-up. Nós éramos uma banda que tocava ao vivo, mas
desde que não completarmos uma linha de frente sólida não tocaremos novamente.
Estou bastante feliz em permanecer como estamos por enquanto. Mas, eu nunca vou
descartar a possibilidade de fazer do BMD uma banda ao vivo mais uma vez!
Confesso que conheço pouco da cena
extrema da Austrália. Fale-nos um pouco a respeito dela.
D:
Há um monte de bandas espalhadas por todo o país. Há também alguma grande
diversidade de estilos entre as bandas. Cada capital tem sua própria cena (ou
cenas) é claro, e agora, e em breve, haverá festivais em algum lugar do país
onde muitas dessas bandas se reúnem e dividem o palco. O início se dá com o "Evil
Invaders" que acontece em Sydney, onde há um monte de bandas extremas, bem
como Doom, e Heavy Metal tradicional. Outra é aqui na minha cidade, Adelaide,
chamado de "The New Fest Dead", que mostra um monte de bandas locais
de Metal e interestaduais de diversos gêneros. Acho que houve um sentimento de
exclusividade para o estilo de um monte de bandas australianas em comparação
com o resto do mundo também. Houve algumas grandes bandas que saíram daqui agora
e no passado.
Conhecem a cena metálica
brasileira? O som de vocês deve ser bem aceito aqui, há vontade de atravessar o
oceano e tocar por esses lados?
D: Confesso
que sei pouco sobre ela, na verdade! Eu só conheço algumas poucas bandas que
vieram daí. Eu certamente adoraria fazer um show, um dia, com certeza! Eu toco
baixo em outra banda chamada Oath of Damnation, que é tem partes semelhantes ao
BMD. Eu adoraria tocar fora daqui.
O que podemos esperar do Beyond
Mortal Dreams daqui em diante?
D: No
momento há composições sendo feitas para o próximo material. Nós começamos com
algumas novas demos, algumas sairão no próximo ano. Estamos também à procura de
fazer um lançamento em vinil de "Dreaming Death" e esperamos que saia
durante 2013 também.
Muito obrigado, podem deixar uma
mensagem.
D:
Obrigado por tomar o seu tempo para esta entrevista! E um grande ‘hail’ a todo
o pessoal que tem apoiado o BMD até agora! Guys and Girls rules! Stay Heavy!
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