Carregando o peso de
representar a nova geração do Black Metal norueguês, o Vinterbris não sentiu a
pressão e lança seu segundo álbum “Solace” abalando as estruturas do gênero.
Com Henrik Skar (vocal/guitarra), Kristoffer Aalhus (baixo), Ivan Rolstad
(bateria) e Kristoffer Georg (guitarra), a banda segue seu caminho e se prepara
para vôos mais altos. Conversamos com Henrik e Kristoffer sobre o novo
trabalho, o vídeo inovador que a banda disponibilizou no Youtube e até da cena
brasileira.
Primeiramente
contem-nos como foi o processo de composição de “Solace”?
Henrik
Skar: O processo de composição de “Solace” fluiu
naturalmente após o lançamento do nosso primeiro álbum. Eu escrevi a maioria
dos riffs, linhas de baterias e melodias vocais, enquanto Kristoffer ajudou em
algumas composições, arranjos e linhas de baixo. Pra gente, compor é um
processo; compor, pré-produzir, ensaiar e pré-produzir novamente. Desta forma
conseguimos compor músicas que nos satisfazem.
Qual
a principal diferença entre “Solace” e o primeiro álbum “Vinterbris”?
Kristoffer
Aalhus: A produção. “Solace” apresenta a ‘finesse’ do lado
técnico, mas também mais maturidade nas músicas. Foi tudo bem natural, a
evolução que desfrutamos nas novas músicas, bem como o aprendizado na hora de compor.
Em “Solace” você encontrará muito mais dinâmica e intensidade do que em nosso
álbum de estreia, e eu diria que ele é muito melhor em todos os aspectos.
A
sonoridade da banda demonstra várias influências e características que vão
desde o tradicional Black Metal norueguês até nomes suecos como Dissection, por
exemplo, mas com uma identidade própria aí inserida. Podem nos falar sobre
isto?
Henrik:
Muitas
bandas nos inspiram no processo de criação. Por sermos noruegueses o Black
Metal é meio que uma ‘segunda natureza’, mas encontramos inspiração em bandas
como Moonsorrow, Intronaut e Dream Theater. Mas, definitivamente, queríamos
criar algo único e “Solace” é resultado disso. Isto até o ouvinte julgar se é
realmente isso.
Aliás,
a melodia é uma parte importante na música da banda. Mesmo com este elemento, o
som da Vinterbris em “Solace” não perde a agressividade. A que vocês acham que
deve este fato?
Kristoffer:
Isto nós realmente tentamos atingir e por isso lhe agradeço pelos elogios. O
bom do Metal extremo, principalmente o Black Metal, é que ele lhe dá essa
possibilidade de variação. Nem tudo precisa ser super rápido, mas você pode
usar a velocidade como uma ferramenta para intensidade. O mesmo vale para as
partes mais lentas. Fazer música com boa dinâmica traz a beleza de ambos os
extremos, acredito eu.
Outro
fator importante na música de “Solace” é a variação rítmica. A banda investe
também em andamentos cadenciados e se sai muito bem neste aspecto. Isso fluiu
naturalmente ou a banda apostou nesta ideia?
Henrik:
Achamos que a adição de variações rítmicas apimenta aquilo que tentamos
definir. O ritmo adicionado acrescenta outra dimensão do que estamos tentando
alcançar com nossa música e é uma ferramenta muito eficaz para criar diferentes
atmosferas.
A
inclusão de partes acústicas caiu muito bem no som da banda.
Kristoffer:
Obrigado! O elemento acústico ajuda a elevar o ataque dinâmico no gênero e é
mais uma parte viva na produção de nossas bandas favoritas como Agalloch e
Moonsorrow.
Outra
coisa que chama atenção e se mostra diferenciada é a arte da capa, feita por
Kim Holm. Vocês deram a ideia a Kim ou ele desenvolveu a ideia sozinho? Como
chegaram até ele?
Henrik:
Kim interpretou cada música do disco por si só, e esta foi a intenção ao criar
a obra desde o início. Ele realmente colocou seu coração e alma no trabalho e
acredito que a obra de arte representa o estado de espírito que tentamos
definir em “Solace”. Eu o conheci quando estávamos tocando em um clube em
Bergen e eles no chamou. Depois ele nos chamou de novo e pedimos para ele fazer
a capa do nosso álbum. É muito legal vê-lo desenhar bandas ao vivo, é algo que
todo mundo que tiver chance deveria fazer.
Aliás,
a banda disponibilizou um vídeo com Kim desenvolvendo a arte tendo a música Dysphoria como trilha. Como surgiu de
produzir esse vídeo?
Henrik:
Kim e eu tivemos a ideia quando discutíamos o seu envolvimento na obra de arte.
Kristoffer:
Achamos que a obtenção de um processo único é legal, e acho que quem gosta de
música pensa o mesmo. É também uma ótima maneira de expor nossa música para
aqueles que seguem Kim, assim como expor o seu talento para quem nos acompanha.
E
qual tem sido a repercussão de “Solace” até então? De que países o álbum tem
obtido mais resposta?
Kristoffer:
Ainda é cedo falar a respeito do impacto do trabalho, já que ele chegará às
lojas no dia 16 de junho via Nordavind Records. Esperamos que as pessoas gostem
do álbum tanto o quanto gostamos de fazê-lo. Até agora as críticas tem sido
positivas mantendo uma média de nota 8 de 10 possíveis, por isso estamos muito
satisfeitos. Claro que há algumas resenhas ruins, mas isso vai muito do gosto
pessoal.
Você
conhecem a cena brasileira? Pretendem tocar aqui algum dia?
Henrik:
Eu escuto algumas bandas brasileiras como, por exemplo, Sepultura, Em Ruínas e
Violator. Tenho a impressão que a cena da América do Sul é intensa, mas o mais
próximo que cheguei dos shows foi através do Youtube. Espero vê-los um dia ao
vivo.
Kristoffer:
Tocar no Brasil seria extremamente excitante, mas há sempre o aspecto
financeiro para fazer uma viagem como esta. Assim que tivermos fundo monetário
para tocar aí embarcaremos no primeiro avião!
Muito bom, um verdadeiro exemplo de black metal norueguês!! Vale a pena conferir, e como foi comentado, é a nova geracão!
ResponderExcluirAssisti a uma apresentação deles ontem à noite num tributo ao Bathory q rolou no pup Garage em Bergen, eles tocaram músicas como "sacrifice" e "forever dark woods" e foram simplesmente fantasticos!!!
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