São 30 anos dedicados
ao underground e sempre mantendo um passo a frente em sua sonoridade. O
Necromancia, clássica banda de Thrash Metal do ABC paulista, conta hoje com Marcelo
D' Castro (vocal/guitarra), Kiko D' Castro (bateria) e Roberto Fornero (baix),
formação essa que vem desde 1993. Atualmente divulgando o ótimo “Back From The
Dead” (2012) o grupo almeja ainda muito mais, além de poder comemorar essas
três décadas de existência. Falamos com Marcelo sobre o passado, presente e
futuro da banda.
Apesar
de estar na ativa desde 1984 o Necromancia lançou apenas 3 full-lenghts e todos
com um bom espaço de tempo. O que realmente acontece para que a banda sempre
tenha esses hiatos? Estas pausas são realmente planejadas ou a banda chegou a
se dissolver após o lançamento de seus dois últimos trabalhos?
Marcelo
D'Castro: Só paramos de 89 até 91, num momento em que fomos
estudar música e fora isso nunca paramos, vivemos da música e não é fácil estar
sempre em evidência, nesses 30 anos tivemos momentos bons e ruins em nossas
vidas e algumas vezes tivemos que sair de cena.
Falando
do novo álbum, como foi o processo de composição de “Back From The Dead”?
Alguma composição antiga foi reformulada e chegou a entrar no álbum ou vocês o
compuseram logo depois do retorno da banda?
Marcelo:
Como
falei não estamos retornando como se tivéssemos parado de tocar, nunca paramos.
Eu compus todas músicas e meu irmão Kiko num momento pós operatório e sem poder
tocar, acabou compondo todas as letras. Fizemos a regravação de uma música dos
anos 80 chamada Death Lust e
mantivemos os mesmos arranjos da época, só que hoje nossa pegada é bem
diferente do que tocávamos.
“Back
From The Dead” mostra que mesmo parada há algum tempo, a banda manteve uma
sonoridade atual. O que fizeram durante este hiato?
Marcelo:
Como falei nunca paramos e sempre na atividade com música, vivemos da música,
damos aulas de música, tocamos outros tipos de música e fazemos gravações,
tenho muito contato com softwares de música, também produzo algumas bandas e faz
com que agente fique antenado no mundo da gravação e sempre em contato com a
música.
Aliás,
desde clássico split “Headthrashers Live” (lançado em 1987 ao lado das bandas
MX, Blasphemer e Cova), o Necromancia sempre se mostrou uma banda à frente de
seu tempo. A que você acha que deve este fato?
Marcelo:
Agradeço suas palavras e acho que temos um contato muito forte com a música,
nosso avô, meu e do Kiko, era músico, tocava em cinema mudo, rádio, bailes e
acho que viemos com a veia musical e misturou com o Rock N’roll mais o fato de
vivenciarmos a cena Metal anos 80 e aprender a respeitar a música e
principalmente ver o verdadeiro valor que representa pra nós, fazemos o que
amamos e o que fazemos o que sabemos fazer melhor em nossas vidas, que é ser
músico.
O
novo álbum é uma grande prova disso. Você concorda que o Thrash Metal executado
pela
banda no disco remete mais ao estilo nos anos 90 e o ‘groove’ nas músicas
está mais constante?
Marcelo:
Concordo sim, a gente quando compõe não fica buscando tendências, a gente deixa
as ideias fluírem e se gostamos da ideia acaba ficando.
O
mais interessante disso é que mesmo soando atual, a banda mantém-se focada em
suas raízes e não soa tendenciosa em “Back From The Dead”.
Marcelo:
Valorizamos
muito os momentos que vivemos aqui no ABC como headbangers e essa atitude acaba
refletindo no nosso som. Somos eternos Headbangers e músicos também, tentamos
dosar essas coisas.
A
variação rítmica das composições é outro fator preponderante no álbum. Fale-nos
um pouco a respeito.
Marcelo:
As músicas tem variações rítmicas como em Near
Death Experience que tem uma fórmula de compasso em 7 e é uma música mais
Stoner ou mais lenta. Assim como fizemos a Global
Fall uma das músicas mais rápidas nossas, mantemos os ‘grooves’ como no
nosso CD anterior “Check Mate” (2001), aprendemos muito com o Andreas Kisser
que produziu esse disco e fica um legado pra todas as próximas composições do
Necromancia.
No
que você acha que “Back From The Dead” mais se diferencia em relação aos
lançamentos anteriores?
Marcelo:
Diferencia na experiência que adquirimos nesses anos de banda e depois de tanto
tempo ainda ter um coração Headbanger pulsando forte e pesado dentro de nós.
Como
tem sido a aceitação das novas composições nos shows? Aliás, como está a
repercussão de “Back From The Dead”?
Marcelo:
A repercussão está muito boa, positiva e nunca tivemos tantas críticas
positivas, último show que fizemos foi no Hangar 110 com o Voivod e ver várias
gerações num mesmo show e ter muitos elogios é muito gratificante e mostra que
estamos no caminho certo.
Quais
os planos para 2014? Muitos shows agendados?
Marcelo:
Estamos
começando a compor as músicas para o próximo CD, temos um arquivo muito grande
de fotos, vídeos que queremos fazer um DVD história do Necromancia e poder
passar o que vivenciamos nesses 30 anos de Necromancia. Enquanto isso ainda
estamos trabalhando a Back From the Dead Tour.
O
Necromancia é um dos principais nomes do Thrash Metal do ABC paulista e
participou do clássico split já citado, “Headthrashers Live”. Quais as
lembranças deste memorável trabalho?
Marcelo:
As lembranças são as melhores, tocávamos sem muita informação musical, mas
tivemos os melhores momentos da vida, aprendemos a ter atitude de uma banda de Metal
e iniciar uma cena tão rica que surgiu aqui no ABC.
Muito
obrigado, este espaço é de vocês.
Marcelo:
Agradeço ao Arte Metal e aos leitores pelo momento de conhecer um pouco mais
sobre o Necromancia, espero que tenham curtido a entrevista.
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