São 4 anos de carreira
e três trabalhos matadores. O último deles, o álbum “Unholy Sacrifice” (2014),
incorporou de vez entre as mais prestigiadas novas bandas do cenário nacional.
Com integrantes jovens, o diferencial do Jackdevil é que não seguem tendências
e apostam suas fichas no Metal influenciado pela década de 80. Falamos com o
vocalista e guitarrista André Nadler sobre vários aspectos que envolvem a
banda, que é completada por Renato Speedwolf (baixo), Ric Mukura (guitarra) e Filipe
Stress (bateria).
Os
EP’s “Under The Satan Command” (2012) e “Faster Than Evil” (2013) obtiveram
ótima repercussão. Isso fez com que a banda se sentisse pressionada na hora de
gravar o debut “Unholy Sacrifice”?
André Nadler: O “Unholy
Sacrifice” é o estado líquido que surgiu dos sólidos que construímos com os
trabalhos anteriores. O que havíamos feito antes foi bastante profícuo e nos
ajudou a definir a sonoridade do nosso primeiro álbum que eclodiu em um momento
imprescindível, pois temos lançado um material por ano desde que a banda foi
formulada. É unânime entre a banda a convicção de que vivemos sob pressão e
somos colocados à prova todos os dias, mas tentamos sobreviver da melhor forma
dentro de toda a problemática que é ousar estruturar uma banda nova de Metal
pesado num país onde somente os “antigos” ou “gringos” recebem as grandes
condecorações. John Kennedy dizia que “coragem é manter a classe sob pressão” e
o “Unholy Sacrifice” é a personificação dessa frase para o que seria o
JACKDEVIL neste momento.
André Nadler |
É
latente a evolução gradativa da banda em cada trabalho, mas sempre mantendo as
características. A que vocês acham que deve este fato?
André:
Asseguro aqui que houve uma evolução facilmente perceptível, desde a técnica
até o quesito maturidade tiveram seus devidos aprimoramentos. No “Under The
Satan Command” tínhamos apenas um esboço do que seria verdadeiramente o nosso
trabalho. O “Unholy Sacrifice” chega justamente para mostrar uma banda mais
firme e preparada para encarar o que der e vier. Agora quanto ao fato do que
nos levou ao estágio de constante evolução eu acredito que a cobrança que temos
com nós mesmos, a vontade de fazer a banda crescer e o esforço interminável e
diário de cada integrante fizeram o diferencial.
Voltando
para o início da banda, logo no primeiro registro vocês gravaram um vídeo clipe
para a música Under The Metal Command
que se tornou o maior hit do JACKDEVIL. Como e por que a ideia de gravar um
clipe logo no primeiro disco? Como foi trabalhar em cima disso?
André:
Em nossa cidade não existia uma banda com um videoclipe e estávamos numa época
onde poucas bandas se arriscavam a fazer algo do tipo. Corremos e fizemos bem
ao estilo “faça você mesmo” e acabou funcionando. Hoje temos mais 200.000 views
em menos de dois anos, vendo por esse lado acho que deu certo.
Renato Speedwolf |
Voltando
a “Unholy Sacrifice”, vocês mudaram a forma de compor ou mantiveram a mesma
metodologia?
André:
Sim!
Foi mantida a mesma metodologia de composição e somente o que precisamos foi
colocar como prioridade a necessidade de não fugirmos do contexto/base de “Unholy
Sacrifice”.
O
álbum é conceitual baseado em contos de Stephen King. Por que decidiram gravar
um trabalho conceitual e por que escolheram este autor?
André:
Tamanha ousadia uma banda criar algo conceitual logo no primeiro álbum, não
acha? Pois é, foi exatamente isso que pensamos e não somos uma banda que
costuma temer os obstáculos, portanto colocamos o projeto para ser realizado e
como somos apreciadores das obras do mestre Stephen King, decidimos homenageá-lo
logo em nosso primeiro debut.
Por
que decidiram regravar Under The Metal
Command em “Unholy Sacrifice”?
André:
Essa música precisava ser regravada por dois motivos específicos: o carinho que
temos por ela e pela necessidade de ter uma de nossas músicas mais conhecidas
em nosso álbum oficial de estreia.
A
produção ficou por conta de Felipe Hyily e Cid Campelo no estúdio BASE17, em
São Luís/MA. Como foi trabalhar com eles e por que decidiram gravar em sua
terra natal?
André:
Bem, não tínhamos como sair de São Luís, arriscar gravar em outra cidade e
sempre confiamos e depositamos muitos créditos aos trabalhos feitos pelo BASE
17, daí só juntamos o útil ao agradável e colocamos a ideia em prática.
Ric Mukura |
A
arte gráfica do trabalho também ficou excelente com quadrinhos a cargo de
Ronílson Freire. O trabalho contou com a supervisão da banda? Como foi
trabalhar com Ronilson?
André:
O
Ronilson Freire é um mestre quando se trata de HQ’s e somos felizes por poder
dizer que ele é nosso conterrâneo. Ele já havia feito a arte da capa do Fúria
Louca, uma banda de nossa cidade, e seu irmão desenhou uma arte chamada “The
Walking Devil” que também está contida no encarte do “Unholy Sacrifice”. Para
que as artes fossem elaboradas tivemos que nos reunir com o Ronilson e passamos
tudo que pensávamos para ele. Os quadrinhos de cada faixa, a capa, a
contracapa, foram ideias nossas que somadas ao talento do Ronilson se
transformaram em algo incrível.
A
faixa título é baseada no conto “Sacrifício Maldito” escrito por você. Fale-nos
um pouco mais a respeito dessa composição no seu contexto geral.
André:
Todas
as músicas ganharam contos de terror, uma história específica que foi
inicialmente criada por todos nós e somente o que estou fazendo é dar vida para
todas essas histórias macabras que inventamos. Fizemos isso para que cada faixa
do “Unholy Sacrifice” adquirisse uma essência mais verdadeira e se
transformasse em algo mais crível e congruente. Estou compilando todas as
histórias e mais algumas que criei após o lançamento do álbum e, torço eu para
que em breve, seja lançado um livreto com todos os contos juntos.
Na
turnê pelo sudeste a banda viveu um de seus auges quando tocou em Belo
Horizonte/MG e contou com a participação de Jairo Guedz (ex-Sepultura) em seu
show. Como foi tocar na região e em especial neste show?
André:
Admiramos o Jairo não somente pelo fato dele ter integrado o Sepultura, mas por
sua postura e amor incondicional pelo Metal. Foi uma experiência que não há
palavras aqui para descrever a sensação que tivemos quando olhamos o Jairo no
palco com o JACKDEVIL e a ideia surgiu pelo fato de estarmos em Belo Horizonte
e saber que o Jairo é um cara que sempre apoia bandas novas e tudo mais.
Comunicamo-nos com ele e acabou rolando. Foi incrível
Filipe Stress |
Age Of Antichrist foi a faixa escolhida para o novo
clipe. Qual o motivo da escolha e como foi trabalhar no segundo vídeo?
André:
Escolhemos Age of Antichrist para ser
o primeiro clipe deste novo trabalho para que ficasse bem claro como a banda
está soando neste álbum. Esta faixa mostra com impecabilidade a sonoridade do
“Unholy Sacrifice”, pois foi uma das músicas onde mais tivemos a oportunidade
de colocar tudo que queríamos de novo para o JACKDEVIL. Age of Antichrist é o nosso terceiro videoclipe, pois também temos
o clipe de Flashlights (“Faster Than
Evil”, 2013), porém esse novo videoclipe foi o primeiro que trabalhamos dentro
dos parâmetros profissionais de gravação e o resultado foi surpreendente. Já
assistimos umas mil vezes e ainda ficamos boquiabertos com a qualidade do
trabalho, pois a equipe que trabalhou com a gente fez um trabalho magnífico.
Muito
obrigado pela entrevista. Podem deixar uma mensagem aos leitores.
André:
Agradecemos pelo espaço e pelas excelentes perguntas elaboradas aqui. O recado
que deixamos vai em especial para os guerreiros do Metal que nos ajudam a
carregar a bandeira do JACKDEVIL todos os dias. Que toda a honra e força seja
dada para essa galera que nos ajuda a expandir ainda mais o nosso trabalho.
Pelo que pude ver, têm tudo pra ser uma das maiores bandas deste gênero no cenário nacional!
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